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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Das Profundezas – Final

No post Anterior:
Uma era acaba, outra começa. Namor e Aquaman retornam, mas diferentes. Um é um novo homem, com nova origem e em novo universo. Outro se torna um adulto e rei de seu povo. Em meio às grandes transformações da Era de Prata, Namor mantém seu status de anti-herói, enquanto Aquaman sagra-se herói, junto com outros de grande escalão. Mas e depois? O que vem a seguir? Estarão estes dois personagens preparados para os novos tempos?


“Enquanto isso, na banda desenhada...” é uma seção que traça um paralelo entre o universo real e o mundo dos quadrinhos, analisando como as duas realidades afetam uma à outra, trazendo informação e estimulando a reflexão acerca dessa 8ª arte.


Nova Era

Os anos 80 mudaram os quadrinhos. Eventos como a morte de Gwen Stacy e hqs como Watchmen, Cavaleiro das Trevas, Piada Mortal e Asilo Arkham trouxeram uma nova era para as histórias em quadrinhos. Uma era onde o heroísmo nem sempre vinha em primeiro plano e heróis cada vez mais sombrios e distorcidos despontavam no horizonte. Em meio à isso, personagens antigos, principalmente os que vinham desde a Era de Ouro, como Superman, Lanterna Verde, Capitão América, entre outros vinham atravessando períodos difíceis e de histórias irregulares, e já começavam a ser considerados personagens obsoletos e fora de moda.

Com todas essas mudanças, Namor acabou se dando bem. Tendo sido um dos primeiros (talvez o primeiro) anti-herói do universo dos supers, e tendo atuado tanto do lado dos heróis como do lado dos vilões, o personagem estava em casa em uma realidade onde o que era considerado popular eram personagem de moral duvidosa e que atuavam em prol de seus próprios interesses ou interesses de um grupo específico (no caso, seu povo). Por essa razão, o Príncipe Submarino não teve muitas mudanças de personalidade em relação à Era de Prata, nem grandes mudanças em sua origem. Seu guarda-roupa, no entanto, se alterou algumas vezes, com os autores e desenhistas tentando dar uma postura de realeza ao personagem e aposentar o visual banhista-sarado-de-sunginha-asinhas-nas-pernas-e-orelhas-pontudas. Apesar de algumas mudanças de visual bem recebida pelos leitores, o visual clássico sempre acabou voltando. Atualmente, seu visual depende muito da ocasião da qual ele participa e do desenhista.

Ao contrário de Namor, Aquaman sofreu bastante com os novos tempos. Tendo sempre sido relegado à condição de personagem secundário, e tendo sido pouco explorado pelos roteiristas até então, o herói sofreu com sua personalidade certinha - e ingênua para a época – e seus poderes considerados inúteis dentro de um universo que continha titãs como Superman, Lanterna Verde, Nuclear, etc e vilões cósmicos como Despero, Darkseid, entre outros. Logo após Crise Nas infinitas Terras, todos os mais conhecidos personagens da DC ganharam novas roupagens (Superman teve sua origem reformulada por John Byrne, Batman por Frank Miller, Mulher Maravilha por George Pérez, e assim por diante), e com Aquaman não foi diferente. Sua origem foi reformulada; agora Aquaman era Orin, filho do mago Atlan e da Rainha Atlanna que foi abandonado para morrer ainda bebê por ter nascido com cabelo loiro, sinal de maldição para o povo atlante. Orin foi criado por golfinhos e logo encontrado pelo faroleiro viúvo Arthur Curry, passando a se chamar Arthur Curry Jr. Seu uniforme também mudou para uma versão em cores “marítimas” e que cobria todo o corpo, exceto a cabeça.

Entre os eventos importantes da vida de Namor, ele decide que os homens da superfície não são mais inimigos dos atlantes e sua prima, Namora, perde a vida para a terrorista atlante Llyra. As mudanças mais significativas na história do personagem está a recente descoberta de que seu humor intempestivo e sua fúria se deve às mudanças de pressão que ocorre ao deixar o oceano e se aventurar pela superfície, que altera seu fluxo sanguíneo e passa a usar um aparelho que controla seu humor. Também passa a morar na superfície, em exílio, como um rico nobre, junto com sua prima Namorita (que pode ou não ser clone de Namora).

Os anos 90 se seguiram com o anti-heroísmo elevado ao extremo e o espetáculo tirando o lugar das boas histórias. Nesse cenário, Aquaman foi ficando para trás e teria sido completamente esquecido, não fosse uma radical reformulação proporcionada por Peter David. Nela, Aquaman passa a ter cabelos compridos e barba, perde a mão para seu maior inimigo e reaparece com um arpão no lugar da mão perdida e uma atitude arrogante e furiosa. Antes com uma personalidade completamente diferente de sua contraparte na Marvel, agora eram totais equivalentes. Aquaman não chegava a ser um anti-herói, mas suas atitudes lembravam bastante Namor, tanto que tentou empreender uma guerra contra a superfície em certa ocasião porque japoneses mataram sua “Mãe” golfinho. Essa fase foi muito bem recebida pelos leitores e trouxe um novo Aquaman, com nova atitude, mais adaptada para os novos tempos.

Atualmente, Namor retornou ao status de “vilão”, por assim dizer, durante o evento Dark Reign (que está saindo aqui no Brasil agora), onde Norman Osborn controla o mundo junto com uma sociedade secreta formada por outros vilões, como Emma Frost, Doutor Destino e Loki. Mas, diferente de Aquaman, Namor continua sem muitas oscilações em sua personalidade. Sua arrogância e dualidade continuam sendo suas melhores características.

Já Aquaman não teve tanta sorte. Depois da fase de sucesso onde ele parecia mais com Namor, outras reformulações surgiram, ele quase ficou sendo um ser formado por água, depois voltou ao seu status normal, com uma mão de água no lugar do arpão, cortou a barba e o cabelo, retornando ao seu visual clássico, mas supostamente morreu após Crise Infinita, tendo sido substituído por um misterioso “Aquaman jr”, cuja origem ainda não é completamente conhecida.

Namor e Aquaman são dois personagens antigos e tradicionais dos comics, que passaram por muitas coisas. Um mudou bastante ao longo das décadas, outro nem tanto. De qualquer maneira, é interessante avaliar nestes artigos o quanto a história de um influenciou o outro, o que nos faz pensar o quanto os personagens cresceram e evoluíram graças à influência recíproca entre os dois. E, respondendo às perguntas levantadas no primeiro post desse arco, acho injusto dizer que um é cópia do outro. O melhor seria dizer que um completou o outro ao longo de todos estes anos. E espero que assim continue por muito tempo, pois personagens marítimos ainda podem ser muito bem explorados, só precisam de roteiristas competentes e com visão.

Epílogo: Curiosidades
- Namor participou de dois episódios do recente desenho animado do Quarteto Fantástico;
- Aquaman, assim como o Flash e outros personagens da DC, apareceu em episódios de Smallville;
- Há alguns anos um filme do Namor está para ser produzido. Dirigido por Johnatan Mostow (Exterminador do Futuro 3: A rebelião das máquinas) e escrito por David Self (Estrada para Perdição e o vindouro Capitão América), o filme está nas mãos da Universal e ainda aguarda sinal verde;
- Em uma sequência de episódios da série Entourage, o personagem principal recebe uma oferta para atuar em uma adaptação cinematográfica de Aquaman, que seria dirigida por James Camaron.
- O piloto de uma série de TV do Aquaman nos moldes de Smallville foi produzido, mas a série nunca foi ao ar. Curiosamente, o episódio piloto foi depois disponibilizado no Itunes e se tornou um sucesso;



A seguir: Herói do povo...Mas com arco e flecha.

2 comentários:

Guto disse...

Rááááá!!!
Nada contra os heróis do mar, mas to aguardando ansiosamente o próximo!! Arqueiro Verde e Gavião Arqueiro 'ruleiam', na minha humilde opinião!!!

diogo02000 disse...

Arqueiro Verde,esse será bom...

Torço que Aquaan ganhe o devido trabalho e respeito que merece em O Dia mais Claro...Em Blackiest Night ele prova que tem potencial de sobra.Com oescritor certo...