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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida


O céu está em guerra civil. Após Deus descansar no sétimo dia seus arcontes Miguel e Gabriel iniciaram uma batalha que já duras milênios. No meio do conflito, dois anjos vem a Terra em missão de resgatar dois companheiros desaparecidos, e acabam descobrindo uma grande conspiração angelical.
 


Eu não li A Batalha do Apocalipse, sucesso de vendas do mesmo autor. Minto. Li 50 páginas e não gostei muito do que li, escrita simplista, diálogos superficiais, sem brilho, e muita porrada a La Cavaleiros do Zodíaco para mim - desde suas vestimentas de armaduras até nomes para golpes. Então, ao pegar Filhos do Éden esperava que com a experiência o autor tivesse melhorado e, assim, fosse mais fácil me fisgar pela história. Feliz fiquei a ver que isso acontece.

Na obra de Eduardo Spohr há uma guerra no céu. O confronto civil entre o arcanjo Miguel e as tropas revolucionárias de seu irmão, Gabriel, devasta as sete camadas do paraíso. Com as legiões divididas, as fortalezas sitiadas, os generais estabeleceram um armistício na terra, uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante.

Enquanto os querubins se enfrentam num embate de sangue e espadas, dois anjos são enviados ao mundo físico com a tarefa de resgatar Kaira, uma capitã dos exércitos rebeldes, desaparecida enquanto investigava uma suposta violação do tratado. A missão revelará as tramas de uma conspiração milenar, um plano que, se concluído, reverterá o equilíbrio de forças no céu e ameaçará toda a vida humana na terra.


Juntamente com Denyel, um ex-espião em busca de anistia, os celestiais partirão em uma jornada através de cidades, selvas e mares, enfrentarão demônios e deuses, numa trilha que os levará às ruínas da maior nação terrena anterior ao dilúvio – o reino perdido de Atlântida.

Logo no inicio, a história se mostra mais interessante do que A Batalha por se passar no mundo humano mais do que no Celeste, o que dá uma proximidade e carisma maior. Spohr sabe como construir a história que quer contar, sua narrativa prende, e seus personagens também. Apesar de um tom muito didático às vezes, caminhos fáceis até – não se comprometer a dizer onde Atlântida ficaria no mapa mundial - e algumas revelações nada surpreendentes, a obra nos segura até seu fim, cumpre seu papel de literatura de entretenimento.

Contudo, o autor se mostra nada mais do que mediano. Sua obra não é excepcional, não nos tira da cadeira como, por exemplo, o primeiro volume da Torre Negra de Stephen King me fez em muitos momentos (sei, comparação tosca). Em vários instantes da leitura sentia que o que lia era só enrolação para deixar a obra maior em quantidade de páginas - mesmo sabendo que até tinha seu sentido e movimento na história ir a Amazônia, mas que tem coisas bem mal elaboradas ali e puramente enrolação, isso tem.

O primeiro volume, do que será uma trilogia (afinal, é a moda), se chama Herdeiros de Atlântida falando, óbvio, da cidade Antediluviana mítica. Contudo, deixou a sensação de quero mais sobre essa raça e cultura, ponta que espero seja coberta nos próximos livros – dos quais só o segundo já tem nome: Os Anjos da Morte.

Muitos criticam não só o Eduardo como outros autores do já chamado “renascimento” da literatura fantástica no Brasil. Mas acho legal novas temáticas surgirem e terem sucesso de vendas, pois, assim, do meio de coisas medianas pode sair algo realmente fenomenal. Filho do Éden, como disse antes, cumpre sua função de entretenimento muito bem, o que já é um grande mérito em tempos de produções culturais cheias de efeitos pirotécnicos (e não se engane, na literatura tem muitos Michael Bays) e pouca qualidade. Vale a leitura.

Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida
Autor: Spohr, Eduardo
Editora: Verus
Número de Paginas : 476

6 comentários:

Freud disse...

Como vc pode spohr o autor desse jeito, dizendo que ficou enrolando pra ter mais páginas? 

Desse jeito, sem ser chapa branca, nunca vamos conseguir vender esse boteco pro Jovem Nerd, bwahahahahah

Marcelo disse...

 Mas nosso passe é muito caro, não viu o leitor dizendo? rsrsrs

Indio_papa_xereca disse...

Regra 12

Indio_papa_xereca disse...

Não ler e não gostar

Luiz Modesti disse...

Po, vou perder a minha nenhuma moral com vcs, mas eu realmente gostei tanto do Batalha quanto do Filhos do Éden. E tenho ambos autografados.

Renver disse...

Por isso que o Ser Supremo não aparece mais pra não assustar os compradores?