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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Círculo de Fogo (2013)


“Hoje cancelaremos o apocalipse!”




Uma das grandes qualidades dos filmes de ação dos anos 1980 é sua pretensão ao entretenimento puro. Com um roteiro superficial, repleto de clichês e lugares comuns, esses filmes ainda hoje povoam a memória do público simplesmente por não quererem ser mais do que são: diversão simples. Circulo de Fogo (2013) segue essa linha ao pé da letra do seu inicio ao fim.

Buscando ser uma grande homenagem aos filmes de monstros e robôs gigantes, principalmente da cultura japonesa, a produção de Guilhermo Del Toro não cria invencionices em sua narrativa, se mostrando uma obra em termos de roteiro mais batida que seus próprios robôs nas mãos das criaturas gigantes que enfrentam. Vemos o protagonista impulsivo que tem uma grande perda e perde a fé em si mesmo; cientistas abobalhados que tem teorias que ninguém acredita, bad boys esquentadinhos para rivalizar com o personagem principal e estratagemas tão elaborados quanto o modo de preparo de um miojo. Temos até planos de cenas que parecem saídos de um Armageddon (1998) de tão usados por aí. Contudo, no quesito “porradaria”, o ponto que sempre se vendeu o filme e foi sua proposta, ele não decepciona.

Como é bom ver um robô de metros de altura descendo a porrada em monstros das mais diversas formas possíveis: seja com um barco, com um punho a jato ou cortando-os ao meio. Circulo de Fogo não é um orgasmo nerd (como Vingadores), mas não deixa de ser uma boa ereção com seus momentos intensos de combate e explosão.



Tenho que também bater palmas para Del Toro que consegue cada vez mais criar aberrações mais estranhas e escrotas que outras em seus filmes. Os Kaijus (nome dado aos monstros gigantes) são lindos de se ver em suas várias formas, desde parecidos com tubarões martelo até plantas carnívoras. Outro ponto positivo do filme é sua boa trilha sonora, que marca bem os momentos de ação.

Se em termos de dramas pessoais, complexidade de roteiro e saídas bem engendradas o filme não tem o seu melhor – e o diretor/roteirista tem competência para tanto – ele compensa em ação e a criação de um universo fictício bem interessante de se ver, que deixa um gostinho de quero mais. Não sei se teremos, ou como seria, uma continuação, mas os Jaegers (nome dado aos robôs) merecem mais batalhas e adversários ainda mais interessantes e quem sabe, assim, poderíamos ver de fato o potencial que tal franquia tem para ir além da diversão e se tornar algo memorável também como história.

Nota: 8.0


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