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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O que aconteceu ao homem mais rápido do mundo?

"Com um suspiro, colocou o copo de cerveja 
ainda pela metade sobre o apoio.... e parou o tempo"



Supervelocidade e uma das habilidades imaginadas pelos humanos talvez mais antigas, junto com invisibilidade e controle do clima. Não é difícil encontrarmos personagens em livros, quadrinhos, cinema etc. com tal poder e geralmente tendo seu lado físico mais trabalhado que o mental ou psicológico - apesar de que não é impossível ver algo mais aprofundado com tais personagens, contudo, nada tão interessante quanto aqui.

Em  O que aconteceu ao homem mais rápido do mundo? (Dave West, Marleen Lowe) um terrorista planta uma bomba que não poderá ser desativada a tempo no centro de Londres, acompanhando essa crise pela TV, Bobby Doyle sabe que é o único que talvez possa evitar a catástrofe usando o estranho dom com o qual nasceu: o poder de parar o tempo à sua volta. Contudo, tal ato pode ser seu grande sacrifício.





Saber qual será o fim de Doyle em sua jornada heroica não é algo tão surpreendente, ainda mais se soubermos as bases que são construídas todas histórias clássicas de heroísmo nas quais o protagonista perde de seu status quo de vida até a própria vida. O que torna o acompanhamento da trama são as questões filosóficas e observações sobre o caminho do personagem, que sabe morrerá de velhice até completar sua missão, graças a peculiaridade de que para ele, no tempo congelado para os outros, o tempo passa normalmente.

West leva a narrativa de uma forma inicialmente tranquila, como poderia nos parecer um mundo congelado, sem sirenes, barulhos, confusões, por onde pudêssemos andar calmamente. Seu protagonista busca superar os desafios de se levar as possíveis vitimas da explosão da bomba em um determinado raio do ponto inicial para o mais longe possível, indo de problemas com peso das pessoas, posições corporais, portas a serem abertas e até lembrar onde se deixou cada membro de uma família para eles acordarem juntos. Em meio a sua missão, Doyle luta pela própria sanidade a medida que anos se passam em seu mundo congelado e nem uma palavra com outro ser humano ele pode trocar.



Apesar de não ser algo fantástico, espetacular, que vá mudar tudo que você já leu sobre heróis, o trabalho da dupla britânica trabalha bem outro lado da questão dos superpoderes, sem clamour, em tons nada coloridos (o próprio desenho vem em preto e branco) e discutindo mais o humano por trás do super - uma tradição que cresceu fortemente nos anos 1980 e, digamos, se estabilizou no século XXI com um olhar menos fantasia e mais cotidiano dentro desse universo de superaventura.

O que acontece... daria um bom curta-metragem, mas se fecha bem como uma HQ, uma boa reflexão sobre o que é ser herói, ainda mais no mundo como vivemos, e que nem sempre a pressa é a melhor foram de andar.


Editora: Gal Editora
Autores: Dave West, Marleen Lowe
Número de páginas: 68
Formato: (16,5 x 24 cm)
Preto e branco/Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 22,00

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