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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita


O gênero faroeste foi um estilo de filme que fez muito sucesso em um passado que já nos parece muito longe. Obras do mestre Sergio Leone fizeram a cabeça de muitos adoradores dos embates de vida e morte com um revolver e a astúcia como arma. Em Onde os Fracos Não Tem vez, filme que incrivelmente ainda não assisti, os Irmãos Coen fizeram um tipo de western mais moderno, agora, eles caem de vez na época e gênero com o seu Bravura Indômita.


A história nos traz um conflito bem típico do estilo de filme: A jovem de 14 anos Mattie Ross (Hailee Steinfeld), decidida a vingar a morte do pai, contrata um federal (ou como ficou na memória afetiva de todos que acompanharam muitos faroestes: um Marshall), Reuben "Rooster" Cogburn (Jeff Bridges). Ainda se acrescenta a caçada o ranger texano LaBoeuf (Matt Damon). E a triade improvável, também um clichê básico de westerns, está feita.

Contudo, se você for procurando (como até eu fui um pouco) uma história repleta de embates, caçadas a cavalo, charetes ou coisas tão vistas em obras assim, não irá encontrar. Os tiroteios estão lá sim, os desafios sob a luz do sol frente a frente também, mas, o ponto focal do filme é a relação entre um velho e decadente cowboy e sua contratante/discípula/amiga/ “namorada”. O uso de muito diálogo, do fortalecimento do contraste entre os personagens, servem para fortalecer ainda mais suas relações,e a dureza dos sentimentos no velho oeste.


Os Coen com uma direção aprimorada nos trazem belos planos, uma narrativa atrativa, daquelas que nos mantém ligados no filme do inicio ao fim, e um apurado humor cínico dos personagens que cativam desde o primeiro momento. E não poderia deixar de falar de Hailee Steinfeld, a garota vingativa mais carismática dos últimos tempos. Com uma atuação impecável, bem realizada, Steinfeld coloca na tela a determinação de alguém que quer vingar o pai, mas, ao mesmo tempo, sua bondade inerente, medo, ingenuidade, arrogância, inteligência, religiosidade e descoberta de um mundo novo, não é a toa que foi indicada a melhor atriz coadjuvante para o Oscar.

Bravura Indômita é baseado no romance de Charles Portis, é um remake de um filme homônimo de 1969, contudo, consegue ser único, distinto dos dois, uma visão impar de um período histórico com uma sensibilidade afiada, boas atuações, trilha sonora. Porém, algo me incomodou ao fim da película, sem soltar muitos spoilers, todo filme me pareceu feito para se chegar a uma das cenas próximos do final, e, isso, não me desceu muito – apesar da cena ser bonita, simbólica e forte.

Mas, tirando isso, a obra merece sim ser apreciada, admirada, elogiada e até expandida, ainda mais em tempos que faroestes não são mais tão atrativos aos produtores hollywoodianos.



Título Original: True Grit
EUA , 2010 - 110 minutos
Faroeste
Direção: Joel e Ethan Coen
Roteiro: Joel e Ethan Coen, baseado no romance de Charles Portis
Elenco: Hailee Steinfeld, Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper

3 comentários:

Shazam! disse...

Verei essa sexta!

Nicodemus disse...

Gostei muito, Jeff Bridges está melhor do que no filme em que ganhou o Oscar.
Mas até agora, nenhum bateu O Vencedor! Só faltam 3 para fechar os indicados ao melhor filme, são eles O Discurso do Rei, Cisne Negro e Minhas mães e meu pai ou titulo semelhante.

diogo02000 disse...

È um filme muito superior ao de 69, um puta trabalho dos irmãos Coen, mas mesmo assim ainda não é um dos meus westerns favoritos.Eu falei sobre o filme antigo, mas ninguem leu,tái uma nova oportunidade.

http://www.uarevaa.com/2011/02/cinemascope-bravura-indomita-com-john.html