2076, depois que a internet parou de funcionar e todo mundo nos EUA tem identidade secreta, uma trama detetivesca envolve um paparazzi contratado para descobrir segredos dos outros.
Brian K. Vaughan já está disparado na vanguarda quadrinista em temas inéditos de qualidade e visão "além do alcance". Cada nova obra autoral dele é melhor que a outra, impressionante. Dessa vez nos deparamos com um Estados Unidos onde a internet deixou de existir, privacidade é considerada um direito sagrado e todo cidadão tem uma identidade secreta. A trama acompanha um investigador particular que tenta desvendar segredos dos outros numa sociedade que os valoriza acima de tudo.
Private Eye se mostra como algo realmente "revolucionário" (ainda mais por ter versão em português oficial tão rápido) e o trabalho do Marcos Martin está excelente. A cena no escritório do protagonista e a garota, onde ele no meio da fala vai mostrando detalhes do ambiente, é muito cinematográfica. Ainda mais que o formato é próprio para leitura em Tablets e Web, sendo widescreen, e sendo bem trabalhado pelo Martin dando dinamismo e ação, combinando com o clima policial da história.
O legal é que o Brian disponibiliza vários formatos diferentes de leitura no site oficial de venda da revista. Ainda acho que o futuro da distribuição de HQs seja esse tipo de coisa, com textos em várias línguas e a falta de editoras locais, estarei sendo radical?
Agora esse mundo de gente fantasiada me pareceu o paraíso (e pra mim o inferno) dos otakus, e me lembrou também o mundo de faíscas de Grant Morrison no inicio da sua Liga da Justiça. Enfim, a revista retoma uma discussão muito debatida nos estudos sociais e de comunicação, de que vivemos num mundo de narrativas míticas, de arquétipos, onde avatares são mais conhecidos que pessoas e ninguém sabe quem é o outro de verdade.
Mais que recomendado acompanhar as 10 edições que serão lançadas online, com o preço que você achar melhor dar e muita diversão.
Nota: 10
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