Fala, molecada!
Semana passada eu falei sobre produção de tiras e entre outras coisas sobre a utilização de programas específicos para isso e sobre definir temas para as tiras.
Hoje é papo rápido, mas ainda nessa pegada!
Acho que o caminho mais óbvio para você ter certeza que dá pra fazer é começar a fazer!
Essa semana, tive uma experiência reveladora, por causa do concurso de ilustração da Folha. Tive que criar “na marra” 10 tirinhas inéditas para mandar. No final, o resultado foram 20 tiras inéditas que estão prontas, mais umas sete (7) rascunhadas, sendo que seis (6) são de um personagem e as outras quatro (4) de outro, todas inéditas e com personagens novos. Para completar as vinte, algumas tirinhas soltas com outros temas e personagens.
Fiz a primeira baseada numa piada e acabei montando toda a personalidade do personagem para as próximas que viriam depois!
Infelizmente, não vai dar pra postar por enquanto, mas assim que sair o resultado começo a publicá-las aqui e no Tiras Nacionais.
Teve até tira baseada na Copa!
Por isso que eu falei: Treino é tudo!
Tente fazer 5, 10 ou 20 por dia, dependendo da sua mente criativa, refaça caso não fiquem tão boas e não fique na dúvida em jogar fora se ficar ruim. Acontece e bastante!
Melhor assim do que pagar mico depois. Às vezes a gente espreme e não consegue tirar mais nada daquilo, então o melhor é partir pra outra.
E sempre mostrando para um grupo seleto antes de publicar. Agora, se você já está na confiança, manda brasa!
Tem bastante lugar pra publicar, inclusive se você montar seu próprio blog para isso. Mas não se esqueça da assiduidade! Não perca leitores de bobeira!
Cada um tem um jeito de produzir e você terá que achar o seu.
Agora, vamos falar um pouco mais sobre temas ou personagens.
Você pode usar personagens consagrados para fazer essas tiras. Sempre dá certo, porque ele já está consolidado na cabeça do leitor.
Mas cuidado! Existem direitos autorais para alguns personagens, então é bom pesquisar antes se você não quiser ter dor de cabeça.
Uma saída boa é você alterar um pouquinho o formato do personagem de modo que as pessoas reconheçam quem ele é, mas com outra roupagem. É o caso de um herói, por exemplo, como o Batman ou o Superman. Geralmente muda-se um pouco a roupa ou o nome para que não haja brecha para processos.
Essa tira abaixo, mostra que o artista não teve medo de ser feliz.
Mas se os detentores dos direitos do personagem quiserem, cabe processo!
Então, esteja atento. Muita gente acha que por ser a internet um lugar “livre” não existem leis que cuidam de certos abusos no que tange a ferir os direitos de autores de peças gráficas, fotos, ilustrações, etc.
Já a tira do Fernando Gonsales, por exemplo, utiliza-se de um personagem meio que de domínio público. Então, não há nenhum problema em retratá-la assim como ela é.
De repente você descobre um bom personagem, um bom mote, uma piada legal e aí a merda tá feita! Você passa de ilustre desconhecido para famoso tirinista em segundos. É lógico que talento na continuidade das tiras conta muito nessas horas.
Até no caso de piadas velhas, como esta do Laerte.
Não aconselho ninguém utilizar e ainda mais de forma desregrada, essas piadinhas que a gente costuma receber por e-mail para montar tiras. A não ser que seja pra treinar... Eu pelo menos acho isso chato, e mostra certa falta de criatividade do desenhista. E tem outra: Ninguém vai pagar por isso. Então, se quer ser profissional, não faça isso. Ou faça, mas de maneira inteligente!
Se não, o máximo que você consegue é que essas tiras sejam distribuídas por e-mails através de PowerPoint.
Mas se é isso que você procura, bom... então seja feliz!
Receita de bolo:
Escolha um gênero (ação, humor, crítica social...), bole um ou dois personagens, crie um título bem legal pra ele e conte as histórias e situações das quais eles “vivem”.
Mas como contar isso em 3 quadros? Será que consigo?
Essa é a parte da receita que é uma incógnita...
Até porque muito, também depende do público que está lendo.
Isso é realmente difícil, principalmente se você escolheu tiras cômicas pra fazer. Na ação, você precisa fazer com que o leitor fique instigado a ler a próxima, esperar por ela. Assim como faz o tirinista Fabio Ciccone com o seu Magias e Barbaridades. As tiras são na verdade, quadrinhos apresentados em forma de tiras semanais.
Nas tiras de humor, você precisa manjar um pouco como funciona o punchline de uma piada. Se a piada não for forte o suficiente para tirar um sorriso que seja pelo menos para que a pessoa pense sobre o assunto.
Assim como essa feita pelos gêmeos Moon e Bá.
Quanta filosofia...
Continuo afirmando: Faça várias antes de começar a publicar. Tanto pra treinar, quanto para ter tempo de estruturar melhor seu personagem.
Eu sempre tive dificuldade de dar continuidade às tiras. Já fiz várias. E variadas. Mas nunca termino uma série.
Essa por exemplo, já está com muita coisa rascunhada e não terminada.
Agripino Meia e Sr. Felpudo foi uma das tentativas. Ainda tenho algumas guardadas.
(clique na imagem pra ampliar)
Homem-Grilo que fiz em parceria com Cadu Simões. Algumas dessas tiras eram roteirizadas por mim.
O Azar é seu! Sobreviveu apenas 5 tiras. (clique na imagem pra ampliar)
Havano era um projeto para 2009, mas infelizmente não deu certo sua continuidade.
E dessa vez a culpa não foi minha!
(clique na imagem pra ampliar)
Então, quem quer fazer tem que, no mínimo, fazer o oposto do que eu faço. =)
Tem que se concentrar nisso e só. Como faço quadrinhos, ilustração e outras coisas, não me preocupo tanto com tiras. Na verdade, quero me dedicar a elas só a partir de Agosto desse ano.
Tiras são uma boa maneira de você ter visibilidade em seu trabalho, sem dúvida.
Muita gente se deu bem ultimamente com elas, como é o caso de Vitor Cafaggi com seu Punny Parker e o Estevão Ribeiro com os Passarinhos. Mas as que vão perdurar, sem dúvida, são as dos caras que tem talento pra contar uma boa história e amor pra continuar nessa árdua missão!
E lembrem-se pequenos padawans: Sem essa de programinha para fazer tiras, hein?! Façam na raça mesmo.
Esses programas servem no mínimo para divertir e treinar.
Se você é uma pessoa que tem boas idéias para tiras, talvez se dê bem com algum desses programas, mas meu conselho é que você procure um ilustrador para fazer parceria.
A melhor maneira que achei de fazer a coisa certa pra passar pra vocês foi pesquisando bastante e perguntando pra quem entende mais do que eu. Foi por isso que realizei um monte de entrevistas com tirinistas, pra saber qual é o caminho das pedras. Isso pode ser visto lá no meu blog, o Submundo Mamão.
Tô pensando em postar um resumão das entrevistas por aqui na semana que vem.
Assim, vocês ficam conhecendo a opinião dos caras que fazem!
Aguardem!
Qualquer sugestão, estamos aí!
See ya!
Semana passada eu falei sobre produção de tiras e entre outras coisas sobre a utilização de programas específicos para isso e sobre definir temas para as tiras.
Hoje é papo rápido, mas ainda nessa pegada!
Acho que o caminho mais óbvio para você ter certeza que dá pra fazer é começar a fazer!
Essa semana, tive uma experiência reveladora, por causa do concurso de ilustração da Folha. Tive que criar “na marra” 10 tirinhas inéditas para mandar. No final, o resultado foram 20 tiras inéditas que estão prontas, mais umas sete (7) rascunhadas, sendo que seis (6) são de um personagem e as outras quatro (4) de outro, todas inéditas e com personagens novos. Para completar as vinte, algumas tirinhas soltas com outros temas e personagens.
Fiz a primeira baseada numa piada e acabei montando toda a personalidade do personagem para as próximas que viriam depois!
Infelizmente, não vai dar pra postar por enquanto, mas assim que sair o resultado começo a publicá-las aqui e no Tiras Nacionais.
Teve até tira baseada na Copa!
Por isso que eu falei: Treino é tudo!
Tente fazer 5, 10 ou 20 por dia, dependendo da sua mente criativa, refaça caso não fiquem tão boas e não fique na dúvida em jogar fora se ficar ruim. Acontece e bastante!
Melhor assim do que pagar mico depois. Às vezes a gente espreme e não consegue tirar mais nada daquilo, então o melhor é partir pra outra.
E sempre mostrando para um grupo seleto antes de publicar. Agora, se você já está na confiança, manda brasa!
Tem bastante lugar pra publicar, inclusive se você montar seu próprio blog para isso. Mas não se esqueça da assiduidade! Não perca leitores de bobeira!
Cada um tem um jeito de produzir e você terá que achar o seu.
Agora, vamos falar um pouco mais sobre temas ou personagens.
Você pode usar personagens consagrados para fazer essas tiras. Sempre dá certo, porque ele já está consolidado na cabeça do leitor.
Mas cuidado! Existem direitos autorais para alguns personagens, então é bom pesquisar antes se você não quiser ter dor de cabeça.
Uma saída boa é você alterar um pouquinho o formato do personagem de modo que as pessoas reconheçam quem ele é, mas com outra roupagem. É o caso de um herói, por exemplo, como o Batman ou o Superman. Geralmente muda-se um pouco a roupa ou o nome para que não haja brecha para processos.
Essa tira abaixo, mostra que o artista não teve medo de ser feliz.
Mas se os detentores dos direitos do personagem quiserem, cabe processo!
Então, esteja atento. Muita gente acha que por ser a internet um lugar “livre” não existem leis que cuidam de certos abusos no que tange a ferir os direitos de autores de peças gráficas, fotos, ilustrações, etc.
Já a tira do Fernando Gonsales, por exemplo, utiliza-se de um personagem meio que de domínio público. Então, não há nenhum problema em retratá-la assim como ela é.
De repente você descobre um bom personagem, um bom mote, uma piada legal e aí a merda tá feita! Você passa de ilustre desconhecido para famoso tirinista em segundos. É lógico que talento na continuidade das tiras conta muito nessas horas.
Até no caso de piadas velhas, como esta do Laerte.
Não aconselho ninguém utilizar e ainda mais de forma desregrada, essas piadinhas que a gente costuma receber por e-mail para montar tiras. A não ser que seja pra treinar... Eu pelo menos acho isso chato, e mostra certa falta de criatividade do desenhista. E tem outra: Ninguém vai pagar por isso. Então, se quer ser profissional, não faça isso. Ou faça, mas de maneira inteligente!
Se não, o máximo que você consegue é que essas tiras sejam distribuídas por e-mails através de PowerPoint.
Mas se é isso que você procura, bom... então seja feliz!
Receita de bolo:
Escolha um gênero (ação, humor, crítica social...), bole um ou dois personagens, crie um título bem legal pra ele e conte as histórias e situações das quais eles “vivem”.
Mas como contar isso em 3 quadros? Será que consigo?
Essa é a parte da receita que é uma incógnita...
Até porque muito, também depende do público que está lendo.
Isso é realmente difícil, principalmente se você escolheu tiras cômicas pra fazer. Na ação, você precisa fazer com que o leitor fique instigado a ler a próxima, esperar por ela. Assim como faz o tirinista Fabio Ciccone com o seu Magias e Barbaridades. As tiras são na verdade, quadrinhos apresentados em forma de tiras semanais.
Nas tiras de humor, você precisa manjar um pouco como funciona o punchline de uma piada. Se a piada não for forte o suficiente para tirar um sorriso que seja pelo menos para que a pessoa pense sobre o assunto.
Assim como essa feita pelos gêmeos Moon e Bá.
Quanta filosofia...
Continuo afirmando: Faça várias antes de começar a publicar. Tanto pra treinar, quanto para ter tempo de estruturar melhor seu personagem.
Eu sempre tive dificuldade de dar continuidade às tiras. Já fiz várias. E variadas. Mas nunca termino uma série.
Essa por exemplo, já está com muita coisa rascunhada e não terminada.
Agripino Meia e Sr. Felpudo foi uma das tentativas. Ainda tenho algumas guardadas.
(clique na imagem pra ampliar)
Homem-Grilo que fiz em parceria com Cadu Simões. Algumas dessas tiras eram roteirizadas por mim.
O Azar é seu! Sobreviveu apenas 5 tiras. (clique na imagem pra ampliar)
Havano era um projeto para 2009, mas infelizmente não deu certo sua continuidade.
E dessa vez a culpa não foi minha!
(clique na imagem pra ampliar)
Então, quem quer fazer tem que, no mínimo, fazer o oposto do que eu faço. =)
Tem que se concentrar nisso e só. Como faço quadrinhos, ilustração e outras coisas, não me preocupo tanto com tiras. Na verdade, quero me dedicar a elas só a partir de Agosto desse ano.
Tiras são uma boa maneira de você ter visibilidade em seu trabalho, sem dúvida.
Muita gente se deu bem ultimamente com elas, como é o caso de Vitor Cafaggi com seu Punny Parker e o Estevão Ribeiro com os Passarinhos. Mas as que vão perdurar, sem dúvida, são as dos caras que tem talento pra contar uma boa história e amor pra continuar nessa árdua missão!
E lembrem-se pequenos padawans: Sem essa de programinha para fazer tiras, hein?! Façam na raça mesmo.
Esses programas servem no mínimo para divertir e treinar.
Se você é uma pessoa que tem boas idéias para tiras, talvez se dê bem com algum desses programas, mas meu conselho é que você procure um ilustrador para fazer parceria.
A melhor maneira que achei de fazer a coisa certa pra passar pra vocês foi pesquisando bastante e perguntando pra quem entende mais do que eu. Foi por isso que realizei um monte de entrevistas com tirinistas, pra saber qual é o caminho das pedras. Isso pode ser visto lá no meu blog, o Submundo Mamão.
Tô pensando em postar um resumão das entrevistas por aqui na semana que vem.
Assim, vocês ficam conhecendo a opinião dos caras que fazem!
Aguardem!
Qualquer sugestão, estamos aí!
See ya!
8 comentários:
Vini... talvez eu nunca desenhe uma tira, mas me diverti horrores lendo essa matéria! Ótima para fechar um dia chato de serviço...
P.S.: Como tem gente criativa por aí!
Se eu ganhasse uma Xoxota para acada matéria que prometi e não escrevi...
Demais!
Vini, você me deu uma idéia fantástica, não que eu vá fazer as tirinhas, preciso mesmo é de um bom ilustrador para botar a coisa toda pra funcionar...
Sua coluna esta de parabéns.
Aguardo uma matéria sobre a inspiração ou montagem dos roteiros (é que eu não sei desenhar então preciso me apegar a alguma coisa) rs
Ótimo post! A tira do Paraguay é impagável, ri pacarai...
Acho bacana vc mostrar pra galera que tiras são um meio do qual podem ser utilizados diversos gêneros, a galera tem a mania de pensar que toda tira tem que ser necessariamente engraçada. Se vissem algumas tiras da Mafalda, entenderiam melhor...
Isso aí, vini, to curioso pra ver os próximos assuntos!
Concordo Rafa, conforme comentei no post do Podcast 2, tenho toda a obra da Mafalda, vale MUITO a pena.
Muito legal.... Espero ler em breve essa leva de tiras recente ai, de preferência, espero ler na Folha. ;)
Valeu, chuchu!
A intenção principal é essa: divertir. Depois não há nada de mal em aprender um pouquinho outras coisas, né?
Se caso vc mudar de ideia e fazer alguma tira, manda pra gente ver!
Ainda não pude ler o post todo mas quero agradecer pela indicação das tirinhas do Logan na semana passada!
Achei muito legal, tanto as tirinhas, como a história de vida de Logan e seu pai! Não teria conhecido se não fosse sua indicação!
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