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Criado pela necessidade e diretamente ligado à guerra fria, o Homem de Ferro sempre foi um personagem não tão famoso quanto outros da Marvel, mas que passou por muitas fases que fizeram a diferença nos comics e que merece figurar entre os grandes personagens de quadrinhos.
A mulher moderna dos velhos tempos
Ao anos 40 foram bastante promissores para os quadrinhos. Com o sucesso estrondoso de Superman, Batman, Namor, Capitão Marvel e Flash, os comics se encontravam em uma era de ouro onde não havia limites para a imaginação. Mas ainda faltava uma coisa: Um personagem feminino que fosse tão icônico para as mulheres quanto Superman era para os homens.
Em 1940, o psicólogo e inventor (sim, inventor) Willian Moulton Marston deu uma entrevista à estudante Olivia Byrne intitulada “Não ria dos comics”, onde descrevia o grande potencial educacional das histórias em quadrinhos. O artigo chamou a atenção de Max Gaines, que contratou Moulton como consultor educacional da National Periodics e All-American Publications (que futuramente se tornariam a DC Comics), e foi nesse período que o autor aproveitou para criar um novo super-herói. Originalmente, Moulton queria criar um super-herói que salvasse o mundo não apenas com os punhos, mas com amor. Por sugestão de sua esposa, fez desse personagem uma mulher e assim surgia a Mulher-Maravilha.
Publicada originalmente na revista All-Star Comics nº 8, a história mostrava um mundo totalmente dominado por mulheres fortes e independentes, a Ilha Paraíso, onde Diana crescera filha de Hipólita, a rainha das amazonas. Quando o avião do oficial de Inteligência americano Steve Trevor cai na ilha, a deusa Afrodite diz para as amazonas que é chegada a hora delas viajarem para o “mundo dos homens” e ajudá-los a enfrentar os perigos do Nazismo. Assim, uma competição é realizada para decidir qual das amazonas iria escoltar o militar de volta para o mundo dos homens e ajudaria os americanos na Guerra. Proibida de participar por sua mãe, Diana comparece à competição com sua identidade escondida, sendo a vencedora. Quando sua mãe descobre que sua filha foi quem ganhou a competição, não tem outra opção a não ser seguir as regras e mandar sua filha para a missão. Assim, Diana foi para o mundo dos homens, onde atuou sob a identidade secreta de Diana Prince, enfermeira das Forças Armadas americanas
Ao ser publicada, o autor explicou que a personagem era uma propaganda psicológica de um novo tipo de mulher que, segundo ele próprio, deveria “dominar o mundo”. Inclusive, o autor acreditava que as mulheres eram, de fato, superiores aos homens e que deveriam ser retratadas como tal de agora em diante.
A grande maioria dos vilões que a Mulher Maravilha enfrentara em seus primeiros anos eram relacionados aos nazistas, uma vez que essa era a ameaça que ela tinha sido enviada para ajudar os homens a enfrentar, mas as histórias também revelaram a vilania de deuses como Ares, além de diversos asseclas e seres criados/enviados por eles. Entre as poucas exceções de vilões que não eram relacionados aos nazistas nem a mitologia Greco-romana estavam Cheetah (Conhecida aqui como Mulher Leopardo), uma atriz com dupla personalidade e Dr. Psycho, um anão com poderes psíquicos (!). Mulher Maravilha se tornou um sucesso imediato e logo foi colocada junto aos grandes super-heróis da época.
A seguir: Um novo tipo de Mulher Maravilha
Criado pela necessidade e diretamente ligado à guerra fria, o Homem de Ferro sempre foi um personagem não tão famoso quanto outros da Marvel, mas que passou por muitas fases que fizeram a diferença nos comics e que merece figurar entre os grandes personagens de quadrinhos.
A mulher moderna dos velhos tempos
Ao anos 40 foram bastante promissores para os quadrinhos. Com o sucesso estrondoso de Superman, Batman, Namor, Capitão Marvel e Flash, os comics se encontravam em uma era de ouro onde não havia limites para a imaginação. Mas ainda faltava uma coisa: Um personagem feminino que fosse tão icônico para as mulheres quanto Superman era para os homens.
Em 1940, o psicólogo e inventor (sim, inventor) Willian Moulton Marston deu uma entrevista à estudante Olivia Byrne intitulada “Não ria dos comics”, onde descrevia o grande potencial educacional das histórias em quadrinhos. O artigo chamou a atenção de Max Gaines, que contratou Moulton como consultor educacional da National Periodics e All-American Publications (que futuramente se tornariam a DC Comics), e foi nesse período que o autor aproveitou para criar um novo super-herói. Originalmente, Moulton queria criar um super-herói que salvasse o mundo não apenas com os punhos, mas com amor. Por sugestão de sua esposa, fez desse personagem uma mulher e assim surgia a Mulher-Maravilha.
Publicada originalmente na revista All-Star Comics nº 8, a história mostrava um mundo totalmente dominado por mulheres fortes e independentes, a Ilha Paraíso, onde Diana crescera filha de Hipólita, a rainha das amazonas. Quando o avião do oficial de Inteligência americano Steve Trevor cai na ilha, a deusa Afrodite diz para as amazonas que é chegada a hora delas viajarem para o “mundo dos homens” e ajudá-los a enfrentar os perigos do Nazismo. Assim, uma competição é realizada para decidir qual das amazonas iria escoltar o militar de volta para o mundo dos homens e ajudaria os americanos na Guerra. Proibida de participar por sua mãe, Diana comparece à competição com sua identidade escondida, sendo a vencedora. Quando sua mãe descobre que sua filha foi quem ganhou a competição, não tem outra opção a não ser seguir as regras e mandar sua filha para a missão. Assim, Diana foi para o mundo dos homens, onde atuou sob a identidade secreta de Diana Prince, enfermeira das Forças Armadas americanas
Ao ser publicada, o autor explicou que a personagem era uma propaganda psicológica de um novo tipo de mulher que, segundo ele próprio, deveria “dominar o mundo”. Inclusive, o autor acreditava que as mulheres eram, de fato, superiores aos homens e que deveriam ser retratadas como tal de agora em diante.
A grande maioria dos vilões que a Mulher Maravilha enfrentara em seus primeiros anos eram relacionados aos nazistas, uma vez que essa era a ameaça que ela tinha sido enviada para ajudar os homens a enfrentar, mas as histórias também revelaram a vilania de deuses como Ares, além de diversos asseclas e seres criados/enviados por eles. Entre as poucas exceções de vilões que não eram relacionados aos nazistas nem a mitologia Greco-romana estavam Cheetah (Conhecida aqui como Mulher Leopardo), uma atriz com dupla personalidade e Dr. Psycho, um anão com poderes psíquicos (!). Mulher Maravilha se tornou um sucesso imediato e logo foi colocada junto aos grandes super-heróis da época.
Epílogo: Curiosidades
- William Moulton Marston é mais conhecido por ter inventado o polígrafo (mais popularmente conhecido como detector de mentiras);
- A inspiração para o “Laço da Verdade” da heroína, que força qualquer um a dizer a verdade, veio da invenção do autor;
- Nos primeiros anos, Marston assinava as histórias da Mulher Maravilha sob o codinome de Charles Moulton;
- A Mulher Maravilha, ao contrário do que muita gente pensa, não foi a primeira super-heróina dos quadrinhos. Esta posição vai para Fantomah, Black Widow e Invisible Scarlet O'Neil, todas criadas em 1940;
- Willian Moulton Marston era devotado às mulheres. De fato, gostava tanto delas que vivia uma relação poligâmica com Elizabeth Holloway Marston e Olivia Byrne;
- Superman e Batman, Mulher Maravilha são os únicos personagens da DC Comics publicados (nos EUA) continuamente desde suas criações, sem interrupções (com exceção de um brevíssimo hiato em 1986).
A seguir: Um novo tipo de Mulher Maravilha
5 comentários:
Na verdade o Rafael queria mesmo era elogiar as mulheres que frequentam o blog.
Muito boa a sua matéria viu?
Desculpe a falta de visitas e comments mas estou feito um furacão neste final de semestre.
Até mais...
Eu sou fã da Mulher-Maravilha, mas pelo o que ela pode representar do que o que ele é hoje em dia. Gostaria d eum ver um dia algo mostrando mais da ILha Paraíso quando ela era mais nova, acho que tinha muito a se explorar ali.
Pensei até que falaria um pouco a respeito do bondage também.
Esse é um blog de família, não dá pra falar essas coisas, ahauhauahuahuahau
Poxa! Eu me lembrei de uma matéria que fiz sobre a mulher maravilha... Bem, não foi SOBRE a mulher maravilha e sim sobre a censura nos quadrinhos, lembra? Foi a série de matérias que mais gostei de frazer (e a que deu mais trabalho de pesquisa disparado!)
"A conotação homossexual das histórias da Mulher-Maravilha é psicologicamente irrefutável. Para os meninos, a imagem da Mulher-Maravilha é assustadora. Para as meninas, é um ideal mórbido. Se Batman é antifeminino, a atraente Mulher-Maravilha e suas contrapartes são definitivamente antimasculinas. A Mulher-Maravilha tem suas próprias seguidoras femininas. Suas seguidoras são as meninas que gostam de 'festejar', as lésbicas" - Frederic Wertham “Sedução dos Inocentes”
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