Como assim o Asa Noturna agora é o Batman e o Robin é um filho assassino do Bruce Wayne? Cadê os supervilões que eu via nas histórias em quadrinhos como o Doutor Destino, o Magneto, o Rei do Crime, Lex Luthor e Duende Verde? Só vejo herói brigando com herói... Peraí, pacto com Mefisto? Normam Osborn é herói? Lanterna azul?
Os quadrinhos de antigamente eram bem melhores, hoje eles defecam totalmente nos personagens!
A maioria dos leitores de quadrinhos quando começou, estava ainda na escola. Como os desenhos na televisão, foi uma parte importante de sua vida, um passatempo divertido. Eu posso dizer que com toda certeza do mundo que os valores do Capitão América, a responsabilidade do Homem-Aranha e a necessidade de lutar pelo que é correto do Batman moldaram minha personalidade. Era uma maneira de escapar das aulas chatas, quando seus parentes enchiam sua paciência, enfim as histórias em quadrinhos eram uma parte da sua infância que não eram uma droga! Por isso você preserva um sentimento todo especial com o personagem.
A vida vai passando, você começa a trabalhar se aprofunda nos estudos, conhece alguém interessante que te dá um friozinho na espinha, faz novas amizades e quando menos espera, não tem mais tempo para se dedicar aos seus heróis dos quadrinhos.
Um belo dia, após um estressante dia de trabalho, numa pausa em sua vida corrida tu olha na banca e vê um gibizinho que estampa o Capitão América na capa, bate aquele saudosismo animal, você olha para os lados, checa o relógio e num rompante emocional resolve comprar a revista. Feliz, lépido e faceiro começa a ler. Alguns minutos depois, indignado, amassa a revista e a atira no latão de lixo mais próximo. "Que merda foi essa que fizeram com o Capitão América? O Capitão nunca atiraria em um inimigo, o Capitão não falha, não fica se perguntando se está fazendo o certo, não gagueja ao discursar... Não, tá tudo errado!"
Tudo no universo muda se você persistir. Veja o exemplo na mitologia, porque ela é tão confusa? Porque os Menestréis iam de um lugar para o outro, contando suas histórias e mudando o tema para agradar às multidões. Ele contava o tipo de história que o público queria ouvir, que aquela região queria.
Hoje em dia com os quadrinhos não é diferente, inclusive o feedback é mais rápido! No período máximo de dois meses um autor já sabe se seu produto acertou o público ou errou miseravelmente, isso é claro, se o boca aberta perder tempo esperando o retorno financeiro! Se for um cara um pouco mais esperto, basta entrar na internet e obtém a resposta quase imediata! E as exceções só confirmam a regra, não existem mais magnatas como Willian Randolph Hearst que mantém uma tira em seu jornal como Krazy Kat só porque ele pessoalmente gosta!
Cada geração comporta-se de modo diferente, está inserida em um contexto diferente. A juventude da criação do Capitão América se encontrava em plena segunda guerra mundial, os dos anos sessenta na guerra fria e os de hoje ao terrorismo financeiro!
Os escritores e o público também envelhecem, aos poucos começam a pensar de forma diferente e essas mudanças se refletem nas histórias em quadrinhos. Criadores novos e leitores surgem, novas idéias suplantam as anteriores. A popularidade de um personagem cai e são introduzidas inovações para resgatá-lo, como foi feito atualmente com o Bucky assumindo o escudo do Capitão América. Ou mesmo quando um zé ruela em uma reunião, cisma em trazer de volta o Barry Allen, todos concordam porque esse cara paga seus salários!
Se um personagem pula de mídia então, o negócio as mudanças ocorrem ainda mais rápido. Depois do filme, os X-men abandonaram o colant, os Super Homem ganhou certo parceirinho chamado Jimmy Olsen, o Sombra passou a ficar invisível e por ai vai!
Agora mistura tudo isso em um caldeirão e você vai entender o que aconteceu com seu personagem favorito. E não é só ele quem mudou você também mudou! O Capitão América de hoje não é o Capitão América de antes, mas você também não é o mesmo leitor de antigamente, você ficou mais velho, cresceu e passou por inúmeras situações em sua vida, é possível que aquilo que antigamente era muito divertido para você, hoje não seja mais!
Finalizando, parafraseando o pessoal do Uarévaa no podcast 3: "Por que os quadrinhos tem de ser a única mídia que jamais muda? Por que não pode evoluir e acompanhar o contexto dos tempos atuais?"
Por Alex Matos e Al Lock
Os quadrinhos de antigamente eram bem melhores, hoje eles defecam totalmente nos personagens!
A maioria dos leitores de quadrinhos quando começou, estava ainda na escola. Como os desenhos na televisão, foi uma parte importante de sua vida, um passatempo divertido. Eu posso dizer que com toda certeza do mundo que os valores do Capitão América, a responsabilidade do Homem-Aranha e a necessidade de lutar pelo que é correto do Batman moldaram minha personalidade. Era uma maneira de escapar das aulas chatas, quando seus parentes enchiam sua paciência, enfim as histórias em quadrinhos eram uma parte da sua infância que não eram uma droga! Por isso você preserva um sentimento todo especial com o personagem.
A vida vai passando, você começa a trabalhar se aprofunda nos estudos, conhece alguém interessante que te dá um friozinho na espinha, faz novas amizades e quando menos espera, não tem mais tempo para se dedicar aos seus heróis dos quadrinhos.
Um belo dia, após um estressante dia de trabalho, numa pausa em sua vida corrida tu olha na banca e vê um gibizinho que estampa o Capitão América na capa, bate aquele saudosismo animal, você olha para os lados, checa o relógio e num rompante emocional resolve comprar a revista. Feliz, lépido e faceiro começa a ler. Alguns minutos depois, indignado, amassa a revista e a atira no latão de lixo mais próximo. "Que merda foi essa que fizeram com o Capitão América? O Capitão nunca atiraria em um inimigo, o Capitão não falha, não fica se perguntando se está fazendo o certo, não gagueja ao discursar... Não, tá tudo errado!"
Tudo no universo muda se você persistir. Veja o exemplo na mitologia, porque ela é tão confusa? Porque os Menestréis iam de um lugar para o outro, contando suas histórias e mudando o tema para agradar às multidões. Ele contava o tipo de história que o público queria ouvir, que aquela região queria.
Hoje em dia com os quadrinhos não é diferente, inclusive o feedback é mais rápido! No período máximo de dois meses um autor já sabe se seu produto acertou o público ou errou miseravelmente, isso é claro, se o boca aberta perder tempo esperando o retorno financeiro! Se for um cara um pouco mais esperto, basta entrar na internet e obtém a resposta quase imediata! E as exceções só confirmam a regra, não existem mais magnatas como Willian Randolph Hearst que mantém uma tira em seu jornal como Krazy Kat só porque ele pessoalmente gosta!
Cada geração comporta-se de modo diferente, está inserida em um contexto diferente. A juventude da criação do Capitão América se encontrava em plena segunda guerra mundial, os dos anos sessenta na guerra fria e os de hoje ao terrorismo financeiro!
Os escritores e o público também envelhecem, aos poucos começam a pensar de forma diferente e essas mudanças se refletem nas histórias em quadrinhos. Criadores novos e leitores surgem, novas idéias suplantam as anteriores. A popularidade de um personagem cai e são introduzidas inovações para resgatá-lo, como foi feito atualmente com o Bucky assumindo o escudo do Capitão América. Ou mesmo quando um zé ruela em uma reunião, cisma em trazer de volta o Barry Allen, todos concordam porque esse cara paga seus salários!
Se um personagem pula de mídia então, o negócio as mudanças ocorrem ainda mais rápido. Depois do filme, os X-men abandonaram o colant, os Super Homem ganhou certo parceirinho chamado Jimmy Olsen, o Sombra passou a ficar invisível e por ai vai!
Agora mistura tudo isso em um caldeirão e você vai entender o que aconteceu com seu personagem favorito. E não é só ele quem mudou você também mudou! O Capitão América de hoje não é o Capitão América de antes, mas você também não é o mesmo leitor de antigamente, você ficou mais velho, cresceu e passou por inúmeras situações em sua vida, é possível que aquilo que antigamente era muito divertido para você, hoje não seja mais!
Finalizando, parafraseando o pessoal do Uarévaa no podcast 3: "Por que os quadrinhos tem de ser a única mídia que jamais muda? Por que não pode evoluir e acompanhar o contexto dos tempos atuais?"
Por Alex Matos e Al Lock
7 comentários:
Legal a reflexão Alex/Al. Realmente é um fato que os quadrinhos, assim como qualquer midia, vai mudar. Ainda mais que o seu público, teoricamente, alvo sempre muda, sempre surjem novos adolescentes sedentos, novos tempos de conceitos e histórias.
Penso que nós, como velhos leitores, acabam mesmo deixando de lado ou correndo para outros filões de quadrinhos. Cada época tem seu conceito de herói, infelizmente, o dessa época não condiz com o mais interessante que deveria. Mas, como tudo é sempre ciclico, logo as coisas voltam as formas antigas e usos do passado.
Ainda espero ver a previsão de Mark Millar de que em 2012 a industria dos quadrinhos teria uma grande queda se concretizar, assim, as coisas podem se ter um restart (o conceito, não a banda)
bom post mas essa ultima imagem eu sinceramente dispenso
Belo texto, (insira aqui o nome de uma das suas personalidades). Realmente, quando você dispõe a escrever produz coisas muito boas.
Já me peguei fazendo reflexões como as que você citou... ultimamente com mais frequência do que antes.
Algumas mudanças são agradáveis... trazem ar fresco e renovação. Confesso que, por causa do falecido papai nerd, não gosto muito de mudanças radicais em personagens clássicos como o Capitão ou o Batman. Mas tenho que dar a mão a palmatória quando elas funcionam. Até que foi interessante ver BUcky e Dick tomando o lugar de seus mentores. Outras mudanças são meramente comerciais e - se você olhar bem direitinho - nem podem ser chamada de mudanças. A volta do Jordan e do Allen, a meu ver, são exemplo disso.
Mas, como você bem disse, não são apenas os heróis que mudam... nós mudamos também. E vai ver que é por isso mesmo que é tão legal ver os roteiristas tentando deixar o Capitão, o Arqueiro e o Super sempre atuais.
Às vezes, numa ida casual à banca, podemos nos surpreender.
Eu achei bem realista.
Bem lembrado Marcelo! Tu teria o link desta matéria do Millar, li na época e achei chubiduba, seria legal reler!
Os leitores de quadrinhos querem que os escritores preservem sua infância. Fiquei prostituto da vida com o lance do pacto com mefisto, principalmente porque o Homem Aranha acabou virando um escape da realidade bacana, eu me identificava bastante com o personagem. Parei de comprar suas revistas por isso e hoje acho que foi uma certa ignorancia de minha parte e o Alex concorda.
Dizem até que as histórias ficaram muito boas depois dessa presepada toda...
Uia! Já gravaram o podcast 3? HuhAHUahuAHUahuAHUahuA...
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