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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Espinafre de Yukiko

“eu gosto do seu espinafre”

Depois dos anos de fanboy super-heroístico que tive em minha adolescência pouco a pouco fui conhecendo, e procurando, novos estilos, tipos de histórias e aprofundamento nas histórias em quadrinhos. E nos últimos anos uma história que me chamou muito a atenção e me fez me apaixonar pela HQ de uma forma tão sincera e simples foi o mangá O Espinafre de Yukiko.


O manga, escrito e ilustrado pelo quadrinista francês Frédéric Boilet, é conhecido como Novelle Manga (movimento literário inspirado na Novelle Vague francês, que procura mostrar modos narrativos diferenciados abordando o intimismo e histórias cotidianas em suas tramas). A obra de Boilet foi publicada no Brasil em 2005 pela Conrad e trouxe em suas páginas as desventuras de Boilet durante uma viagem ao Japão, onde ele conhece uma jovem chamada Yukiko e começa a relatar em desenhos esse relacionamento.

Acho que a propaganda mais simplista que já me fizeram dessa história foi: “é boa para mostrar para meninas, elas adoram!”. Bem, tem sua verdade, muito marmanjo usa o manga como forma de se aproximar de alguma menina que curte quadrinhos, porque apesar das cenas de sexo, a história é bem suave, tem o romance - que sempre chama a atenção da mulherada - ainda mais que é do ponto de vista de um homem e convenhamos, mulher sempre quer saber o ponto de vista do homem sobre relacionamentos.



Mas, além desse lado mais “feminino” da obra, é bem legal ver exatamente como o autor se coloca diante da paixão inesperada e do provável triangulo amoroso que pode surgir. Além disso, o aspecto gráfico da HQ, com um formato de caderno-diário do autor, cria uma atração a mais para nossos olhos, um experimentalismo que curti muito. Um uso de fotografia e desenhos. ficção com realidade, metalinguagem, enfim, um suspiro de novidade para mim. 

Ainda mais que me identifiquei em muitas coisas com o protagonista e o seu momento, angustias e decepções quando li a história, quando se tem uma conexão emocional com o que se está lendo acaba até aceitando ou gostando mais da obra. Fica aqui a dica desse manga experimentalista, sincero, emotivo e humano feito por um francês, ambientado no Japão e de teor mundial.

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