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quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Invenção do Bem e do Mal, ou como as coisas mudam!

Por Alex Matos

Aproveitando essa semana de consciência, vou escrever nesta matéria de hoje sobre um conceito que varia de acordo com a época, a sociedade e com a vontade: a invenção do bem e do mal.


O Bem e o mal não existem! São recursos inventados pela sociedade para controlar o comportamento do indivíduo para que esse possa viver de forma aceitável e de acordo com as regras impostas pelo contexto social da época. Portanto, a moral, os bons costumes, o certo, o errado são vistos de forma diferente conforme a sociedade, conforme a época e conforme a moda.

A poligamia é proibida na sociedade ocidental e condenada pelos defensores dos bons costumes, é considerada uma maldade. Entretanto, existem muitas sociedades onde o costume antigo de guerra deixava centenas de mulheres viúvas com suas crianças sem sustento, então os homens sobreviventes se casavam com o maior número delas para salvá-las, a poligamia então é considerada bondade.

O Sexo no mundo ocidental cristão é visto como tabu, só para fins de reprodução, sodomia é pecado, usar camisinha é o mesmo que matar uma criança, sexo antes do casamento é pecado. Até a algumas décadas, casar com uma menininha de 12 anos era natural e ninguém falava que pedofilia era crime, certas culturas africanas ainda mantém essa prática. No mundo antigo, homossexualismo era tão normal quanto mulher usar calça jeans hoje em dia. Sempre que havia uma batalha, mulheres de todas as idades eram estupradas pelo lado vencedor, era costume e não era errado. Afinal, mulher era cria de satã, logo, era costume encerrar seus corpos em burcas, mutilá-las, depreciá-las... Era? Em nosso belo país sul-americano, até a pouco tempo matar uma esposa adúltera não era condenável pela lei. Ignorância é atemporal.

Escravidão já foi uma coisa natural, os religiosos até fundamentavam e sacramentalizavam a servidão obrigatória, segundo eles os negros eram seres inferiores condenados por Moisés. Até um tempo atrás os negros de um certo país desenvolvido eram obrigados a andar sempre nos últimos bancos do ônibus e em uma certa parte da áfrica, existia algo chamado apartheid, mesmo a escravidão já estivesse abolida há décadas! Hitler tinha o aval do Vaticano para fazer sua limpeza étnica, os cruzados e a inquisição tinham permissão de cometer genocídio contra os que não seguiam suas religiões. Intolerância é atemporal.

Drogas até o começo do século passado não era um problema, não existiam traficantes, não existia crime. A Inglaterra foi o maior comerciante de ópio do mundo. Isso mudou quando as empresas de drogas passaram a pressionar pela proibição das drogas não regulamentadas. Al Capone surgiu quando proibiram o álcool, os traficantes vieram logo após e hoje a criminalidade reina em nossos morros e vielas. O cigarro já foi um símbolo de masculinidade, de liberdade, de vigor e atitude, hoje dá câncer e tem fotos simpáticas em seu verso.

O homem desmatava para plantar, para se aquecer do frio, matava animais para comer. Hoje matamos baleias para extrair seu perfume, quebramos crânios para vestirmos madames, mijamos em nossos rios. Ficamos mais humanos com o passar dos tempos?

E as frases: "Não faça para os outros o que você não quer que façam em você", "Respeite o próximo como respeita a si mesmo", "Sua liberdade acaba quando a do outro termina", "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades"?

O Bem e o mal é só uma invenção?


12 comentários:

Renan Costa Viana disse...

Interessante é perceber que países com grande influencia de religiões monoteísta e maniqueistas tenha uma visão mais preconceituosa e vivem da cultura do medo. Enquanto países que não tiveram essa influência possuam essas características bem mais fracas.

Rafael Rodrigues disse...

Nada a acrescentar. Texto e vídeo fodas.

raon1666 disse...

adorei o texto. muito foda mesmo. resume praticamente tudo o que penso.
no fim das contas, o importante é não levar nada muito à sério.

Aliches Pickles disse...

Texto foda mesmo hein...
Parabens ae Alex!

Zenon disse...

Sem mais, meritíssimo.

Vini_oficial disse...

Belo texto, Sr. Alex!

Nicodemus disse...

Ok, prove.

Alex Matos disse...

Países que não tiveram influência monoteísta e maniqueistas são piores ainda meu amigo. Olhe só o japão onde perder um emprego é tão medonho que a pessoa se mata, olhe só a china e a sua "democracia xenofobista", olha só as tribos africanas que se matam por diferenças bobas... Religião e moralismo não são os problemas, o problema é o ser humano mesmo!

Djonatha Geremias disse...

Acredito que o Bem e o Mal existam, sim. Apenas não são imutáveis socialmente. Eu digo "socialmente" porque há quem acredite em um Ser Superior que afirma que existe um Bem eterno e um Mal 'com os dias contados'. Mas o assunto se restringe à moral, e é ótimo que ela seja discutida constantemente, para aperfeiçoarmos a ética humana. Bom texto, bem escrito. Recomendo a leitura do livro "Além do Bem e do Mal", do Friederich Nietzsche.

Alex Matos disse...

Eu li.

Confesso que quase escrevi sobre Zaratrusta mas achei que seria demais para um blog... Excelente livro, recomendo apesar de achá-lo extremamente pessimista e depressivo!

Renan Costa Viana disse...

Não enquandro Xenofobia como uma forma de preconceito, porque normalmente o xenofobo apresenta argumentos para seu "preconceito".

Discordo que paises sem esse tipo de influencia são piores. No japão, por exemplo, existem pessoas que saem na rua de cosplay e isso é visto como normal.

JhonnyColin disse...

Não acho depressivo nem pessimista. Acho empolgante! =D