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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Os Trapalhões e a Censura



Escrita por Orlando Costa, com desenhos de Bira Dantas,a revista Os Trapalhões publicada nos anos 80 pela Bloch Editores sofreu censura prévia para evitar problemas com o governo militar. O motivo? Clica ai no leia mais negadis!


Segundo o site Univero HQ a história original fazia uma sátira com famosos super-heróis dos gibis e trazia conotações políticas e sociais que forçaram a editora a alterar a HQ. Agora, o material está disponivel na íntegra no blog Charges do Bira.

São dez páginas arte-finalizadas em nanquim, em preto e branco, que elucidam, dentre outros motivos, o que levou a Bloch a cometer censura prévia. Na história, o inusitado super-herói Homem-Lula, referencia ao então líder sindical Luís Inácio Lula da Silva, era inimigo dos militares, o que na opinião da editora podia causar incomodos com os militares.

Na postagem do blog, o desenhista conta outras histórias de bastidores do estúdio, incluindo a reprodução de um depoimento polêmico do roteirista Orlando Costa.  As páginas inéditas podem ser conferidas aqui.

É interessante ver como a pressão da ditadura militar forçava os editores a tomarem todas as precauções para não entrar em choque com o governo, beirando muitas vezes a paranóia. Pensar que naqueles anos usar um nome em um personagem que faz referencia a um lider politico poderia render quem sabe o fechamento de uma editora, só me faz pensar como as gerações de hoje em dia não sabem usar muitas vezes da forma adequada a liberdade que tem. 

Fonte: Universo HQ

5 comentários:

Freud disse...

A revista dos trapalhões desa fase era muito boa e sempre tinha essas paródias dos heróis. Tempo bom em que o programa também era engraçado.

Sobre a censura, sempre dizem que era foda mesmo nessa época, mas se bobear a censura do politicamente correto hoje é ainda pior, porque veem merda em qualquer besteira. Essa revista mesmo era cheia de piadas que hoje não "passariam pela censura" atual. 

Enquanto naquele tempo o pessoal buscava passar a ideia através dos olhos da ditadura, o que era uma merda mas ao menos estimulava a criatividade sobre como sutilmente criticar sem ser notado pelos censores, hoje tem um batalhão de pela sacos que faz mimimi sobre tudo e inventa problema onde nem tem.

Marcelouepb disse...

 Cara, eu cheguei a ler já nos anos 90 as revistas, e em especial as versões trapalhões de filmes, e adorava. É o tipo de produto em quadrinhos para crianças que falta hoje em dia.

Bruce Star disse...

Tripeud, por nascer em 1984 não tive o menor contato com esse período repressor, a não ser pelo q a escola me empurrou e pelo q eu procurei saber. A moleza com as piadas de cunho sexual da época era, digamos, um "alento" para q os artistas mantivessem algum atrativo em suas criações. Obviamente com razões escusas, pois caso contrário eles insistiriam em obras cada vez mais reacionárias. Basta ver a putaria q se tornou o cinema brasileiro.
No hiato entre o fim da Ditadura e início do século 21, desfrutei d uma certa liberdade de expressão q na época nada significava para mim. Porém depois q o satânico politicamente correto chegou p/ dominar qualquer veículo, foi gritante o valor q tive q atribuir a reprise dos trapalhões na hora do almoço, cavaleiros do zodíaco sem cortes idem (hoje em dia cortam Naruto, misericórdia), Carlos Lombardi mostrando peitinhos às 19:00, TV Colosso com humor inteligente sem me tratar como criança retardada, dentre outras pérolas.

bruce star disse...

Logar é para os fracos.

Arsennico disse...

Nada se compara a censura produzida num governo autoritário. Nem mesmo esse tal de "politicamente correto" que é uma fantasia criada pela extrema-direita americana para combater o avanço do multi-culturalismo em terras ianques. Hoje temos pouca noção do que foram os tempos da ditadura militar, por conta de nossa estrutura educacional capenga, problema que, aliás, começou nos tempos de "chumbo", e por causa dos barões da mídia local, ainda saudosos daquele tempo, e tendemos a achar que existe coisa pior hoje. Felizmente não existe, e mesmo o puritanismo ou o excesso de zelo exigidos para certas produções ainda são um mal menor comparados ao poder do cala-boca autoritário.