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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Monstro do Pântano – A decadência

Superman: Além do mais, eu nem sei se matar uma planta é contra a lei.
Monstro do Pântano: Uma vez que as leis dos homens... Convenientemente ignoram as leis da natureza... Eu não reconheço tal autoridade.
Superman: Então terá de reconhecer a minha. Eu te garanto, por mais que eu deteste Luthor e o que ele representa, eu defenderei seus direitos legais até a morte.
Monstro do Pântano: Eu sempre quis lhe perguntar o porquê disso, Superman. Porque, de todas as espécies que povoam esse planeta, você só tem ouvidos para as necessidades egoístas dos humanos?
Swamp Thing # 79



Tema Macabro


Após a saída de Alan Moore da revista Swamp Thing, o cargo foi dado para Rick Veitch, que manteve o título por dois anos, com a complicada responsabilidade de manter o nível definido pelo autor britânico pelos quatro anos posteriores. Apesar de não serem histórias geniais, Veitch conseguiu segurar muito bem o título enquanto esteve à frente dele, inclusive trazendo suas próprias contribuições para o personagem. Durante a fase escrita por Veitch, o Parlamento das Árvores, acreditando que o Monstro havia morrido, cria o Broto, uma espécie de “Monstro do Pântano 2.0”. Mas ao descobrir que ele estava vivo, o Parlamento deu ao Monstro as opçõe de matar o broto ou abandonar a Terra, uma vez que não era possível a convivência dos dois sem graves conseqüências para o planeta. Enganando o destino, o broto acabou se tornando o filho do Monstro com Abby Cable. Em meio à essa fase, a DC passou pelo evento Invasão, e os acontecimentos dessa saga acabaram por jogar o Monstro do Pântano no passado, fazendo com que ele tivesse que literalmente atravessa o tempo para voltar ao presente. Durante esse período, encerra-se a fase de Veitch à frente do título, e o personagem passa a ser escrito por alguns autores temporariamente (inclusive Neil Gaiman), até a chegada do próximo escritor regular.

Então a DC Comics trouxe o roteirista Doug Wheeler, que teve uma responsabilidade ainda pior do que a de Veitch: além da sombra de Moore nas suas costas, havia também a de Veitch e de outros autores, com Neil Gaiman, antes dele. Apesar da qualidade nitidamente inferior, o autor conseguiu se manter relativamente bem no cargo. As histórias nessa fase giraram basicamente em torno do nascimento do Broto, que o Monstro e Abby batizaram de Tefé Holland.

Depois de Wheellerm a DC Comics escalou a romancista de terror Nancy Collins para cuidar do título após a saída de Veitch. A autora trouxe de volta diversos elementos pré Moore, como Anton Arcane e a corporação Sunderland, além do tom adotado por Len Wein no início do título. O título voltou a interessar os leitores, e a revista Swamp Thing finalmente passa a ser, oficialmente, do selo Vertigo.

Após Nancy Collins, um na época desconhecido Mark Millar assume o título, inicialmente em parceria com Grant Morrison (no primeiro arco apenas), e aumenta consideravelmente o interesse dos leitores. A principal contribuição de Millar para a mitologia do Monstro do Pântano foi a descoberta de que existiam outras espécies de elementais no planeta. O Monstro do Pântano, à essa altura, já era algo tão além da humanidade e acaba se tornando o elemental da própria Terra, juntando-se ao Parlamento dos Mundos. Com isso, a segunda série da revista do Monstro do Pântano (iniciada com Martin Pasko) chegava ao fim.

A DC ainda tentou uma terceira série, escrita por Brian K. Vaughan (que anos depois escreveria Ex-Machina) que tinha como foco a filha do Monstro, Tefé Holland, mas o resultado foi decepcionante. As histórias foram tão ruins que não alcançaram o público desejado. Mesmo assim, definiu alguns conceitos próprios. O principal deles dizia respeito ao fato de que, devido ás circunstâncias que geraram Tefé, ela tinha poder sobre as plantas e também sobre a carne. A série durou apenas 20 edições e foi cancelada.

Em 2004, uma nova série foi lançada, escrita por Andy Diggle, mas não havia muito o que se pudesse fazer para manter o interesse no personagem. A série vendeu pouco e foi cancelada após pouco mais de dois anos. No entanto, ela trouxe o Monstro do Pântano de volta às suas raízes como Elemental e tornou Tefé numa simples mortal e sem poderes. E assim, a história do Monstro do Pântano se mantém até hoje...


Curiosidades:
- O principal motivo da saída de Rick Veitch do título foi uma história censurada pela DC e proibida de ser publicada. Nela, O Monstro do Pântano encontrava Jesus.
- A mudança que Mark Millar impôs ao personagem, de torná-lo um Elemental da própria Terra e praticamente um Deus, foi a mudança mais importante para o personagem desde a fase escrita por Alan Moore.
- Se você está pensando como o Monstro do Pântano engravidou Abby sendo, bem, uma planta, vale informar que, na verdade, ele tomou o corpo de John Constantine, que fez o “trabalho sujo”, por assim dizer (mas não imagino ele reclamando).



Na próxima Madrugada:
O que foi feito com o personagem em outras mídias. Se você acha que foram só os dois filmes, está muito enganado, Alec Holland apareceu em mais mídias do que você poderia imaginar. Na próxima semana, o Monstro do Pântano – Pontas Soltas

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