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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Os Homens Mais Rápidos do Mundo - Parte 2

No post anterior:
Um acidente com vapores químicos transforma o estudante Jay Garrick passa a adquirir supervelocidade e a ficar conhecido como o herói Joel Ciclone em plena Segunda Guerra, criando um legado heróico que continuaria ainda por muitas décadas!

“Enquanto isso, na banda desenhada...” é uma seção que traça um paralelo entre o universo real e o mundo dos quadrinhos, analisando como as duas realidades afetam uma à outra, trazendo informação e estimulando a reflexão acerca dessa 9ª arte.




Barry Allen

Após a Segunda Guerra, os heróis perderam a popularidade conquistada, uma vez que seu sucesso foi devido basicamente ao sentimento que a população tinha à Guerra, o que fazia com que as pessoas buscassem leituras fáceis em histórias onde o mundo era preto e branco e o bem sempre vencia o mal. Quando a guerra acabou, tudo parecia estar resolvido, e não era mais necessário se fugir da realidade através dos quadrinhos, e estes perderam o valor adquirido no conflito. Com exceção de poucos personagens, como Superman, Batman e Mulher-Maravilha, os super-heróis acabaram tendo, em sua maioria, suas revistas canceladas e suas aventuras deixadas no limbo. Até o Capitão América, por ser a principal propaganda americana na Guerra deixou de ter importância quando esta acabou.

Apenas no início dos anos 50 é que a DC Comics decidiu reagir, trazendo sues heróis esquecidos de volta, reformulados e com origens mais ligadas à ficção científica (em voga na época). Foi nesse cenário que, em outubro de 1954, no número 4 da revista Showcase, estreava uma nova versão do Flash.

Este Flash era Barry Allen, cientista da polícia que, após ser atingido por um raio e banhado por produtos químicos, descobre poder mover-se a velocidades inacreditáveis. Inspirado pelo seu herói de quadrinhos favorito, Jay Garrick, Barry assumiu a identidade secreta de Flash. Apesar do nome e das referências, Barry tinha muito pouco a ver com seu predecessor. Começou a carreira já adulto, o uniforme era completamente diferente, além de ser muito, mas muito mais rápido que Jay. Logo em suas primeiras histórias, por exemplo, Barry já descobre poder ultrapassar a velocidade da luz e usar sua velocidade para viajar no tempo.

Showcase marcou o início de uma nova era nas histórias em quadrinhos e foi o pontapé inicial para uma nova fase nos comics americanos. Devido ao sucesso comercial da revista, outros heróis foram relançados em novas versões (Como Lanterna Verde, Gavião Negro, Átomo e até Superman e Batman, que não tinham sido cancelados, passaram pela tal “reformulação”), novamente colocando os comics no interesse dos americanos.

Barry ficou famoso o suficiente para ter seu próprio sidekick (parceiro mirim), Kid Flash, que junto com Robin e outros parceiros de heróis fundaram a Turma Titã (precursora dos Novos Titãs), foi o Flash por mais tempo que todas as suas encarnações, passadas e futuras, e indiretamente acabou se tornando o responsável pela saga que culminou em sua morte.

Nos anos 60, os editores e escritores do Flash queriam escrever uma história homenageando os dois Flash (Jay e Barry), promovendo um encontro entre eles. O problema é que, para Barry Allen, Jay era apenas um personagem de histórias em quadrinhos. A solução encontrada foi a seguinte: Barry fazia parte de um universo, e Jay de outro. No universo de Jay, os heróis iniciaram suas carreiras na época da Segunda Guerra, enquanto que no universo de Barry, eles estavam em início de carreira. Os heróis deduziram então que o autor da revista, no universo de Barry, tenha de alguma forma “captado” o universo de Jay e passado para as páginas pensando se tratar de sua própria criatividade. Aproveitando a oportunidade, a DC “transferiu” Superman, Batman e Mulher Maravilha em suas versões da década de 40 para o universo de Jay, deixando suas versões reformuladas no universo de Barry. Após a história, que se chamou “Os Flash de Dois Mundos”, passou a serem comuns aventuras em conjunto, não só dos dois heróis, mas das principais equipes das duas terras: A Sociedade da Justiça e a Liga da Justiça.

A carreira de Barry Allen durou até 1986, quando ocorreu o crossover Crise nas Infinitas Terras. Nele, para destruir uma máquina do Antimonitor e salvar o planeta, Barry sacrifica sua própria vida. Barry seria um dos raros personagens de quadrinhos que morrera e não havia ressuscitado. Até recentemente, quando ressurgiu no Crossover “Crise Final”. Atualmente, nos EUA, está sendo publicada a mini-série Flash: Rebirth, que mostra como o personagem retornou da morte.


Epílogo – Curiosidades:
- Apesar de Barry ter ressuscitado apenas há pouco tempo, mesmo morto ele apareceu em diversas ocasiões. A explicação para isso (além dos plots de “fraudes”) é o fato de Barry ter passado os últimos meses da sua vida no futuro, o que permitiu que, em certas ocasiões, histórias que envolviam viagem no tempo pudessem contar com a presença de um Barry que ainda não havia morrido;
- Barry não é seu nome “verdadeiro”: Na verdade, é um diminutivo do seu verdadeiro nome, Bartholomew;
- No início dos anos 90, a rede de TV CBS transmitiu uma série Live action (com atores reais) do personagem. O Flash retratado era Barry Allen, mas possuía elementos das histórias de seu sucessor, Wally West;



- Ainda sobre a série, muitos dos vilões clássicos apareceram, embora só um (o Trapaceiro) caracterizado como nos quadrinhos. Outros tiveram alterações para deixá-los mais “realistas” (uniformes eram coisas que não sei viam nos vilões da série, que tinha um tom mais policial do que de super-herói);
- O vilão Trapaceiro foi interpretado na série por Mark Hamill (o Luke Skywalker de Star Wars)
- O Flash que aparece no longa animado Liga da Justiça: A nova Fronteira, é Barry Allen.
- A episódio duplo “Lendas”, do desenho da Liga da Justiça, é uma homenagem à Sociedade da Justiça e seus criadores, além de Jay Garrick. Na história, alguns membros da Liga vão parar em um universo onde existe o Grêmio da Justiça, uma versão da liga que John Stewart conheceu quando criança, pois eles eram personagens de quadrinhos. A explicação para isso é a mesma usada na história “O Flash de Dois mundos”.



A Seguir: Wally West.

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