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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Princesa Amazona – Final

No post anterior:
Foi um período conturbado para nossa heroína: Após ser substituída por Ártemis e retornar à posição de Mulher Maravilha, Diana acaba morta e substituída por sua mãe, Hipólita. Enquanto isso, alça a condição de Deusa da Verdade, ao que eventualmente desiste desta posição, voltando ao mundo dos vivos e retornando para o posto de Mulher Maravilha.



“Enquanto isso, na banda desenhada...” é uma seção que traça um paralelo entre o universo real e o mundo dos quadrinhos, analisando como as duas realidades afetam uma à outra, trazendo informação e estimulando a reflexão acerca dessa 8ª arte.


A mulher moderna dos novos tempos

A década de 00 trouxe novos desafios reais para os personagens DC. Dan Didio, que havia se tornado novo editor-chefe da editora, estava determinado a colocar a DC Comics novamente entre as primeiras posições de vendas (pois, nos últimos anos, perdia sempre para a Marvel). Sua estratégia incluiu colocar os personagens nos holofotes de forma impactante: Começou com a minissérie Crise de Identidade, que trouxe um lado mais sombrio dos heróis ao revelar o que eles tiveram que fazer para manter suas identidades secretas ao longo dos anos. Apesar da minissérie destacar principalmente heróis “menores” da editora, ela foi o início de uma longa sequência de tragédias que moldariam os personagens para o novo milênio.

Mais tarde, quando o vilão Maxwell Lord – que havia matado brutalmente o Besouro Azul – controla a mente do Superman para fazê-lo atacar o Batman, Diana acaba tendo que lutar com seu amigo e companheiro de batalhas a fim de tentar livrá-lo do controle do vilão. Vendo que a única forma de libertar o herói era atacando Lord, Diana não teve outra opção a não ser matar o vilão, quebrando seu pescoço.

A ação da heroína foi transmitida propositalmente em rede nacional para todas as TVs do mundo, o que trouxe além de muitos problemas para Mulher Maravilha e fez com que as pessoas perdessem a credibilidade na heroína. Além disso, junto com o ataque do Superman controlado à Batman, criou uma cisão entre os três que comprometeu a confiança e amizade que existia entre eles e que só seria retomada mais tarde.

Esta sequência de histórias levou à Crise Infinita, megassaga encarada como uma sequência de Crise nas Infinitas Terras, onde alguns heróis remanescentes da Crise estavam dispostos a destruir o universo DC para trazer o multiverso – que existia antes de crise – de volta, incluindo seus lares. Nesta história, um ataque de OMACs (nanorrobôs que usavam hospedeiros humanos para se tornarem poderosos e perigosos robôs guerreiros) à Ilha Paraíso fez com que Diana pedisse à Athena que interviesse, ao que a deusa remove a Ilha Paraíso inteira da Terra para outra dimensão; Diana decide ficar e lutar. Durante a saga, um novo multiverso é criado (mas isso só é revelado mais adiante, na saga 52), com um número limitado de terras e o universo DC passa por uma nova reformulação. O passado de Diana é novamente reescrito e ela volta a ter sido membro fundador da Liga da Justiça. A amizade entre a trindade (Superman, Batman e Mulher Maravilha) também é restaurada.

Nos eventos que se seguiram a Crise Infinita, Diana voltou a ter uma identidade secreta, dividindo seu tempo entre ser Mulher Maravilha e atuar como Diana Prince, uma agente do governo parte de uma divisão especializada em assuntos meta-humanos e parceira do agente Nêmesis. Essa fase contou com diversos autores e passou por diversos problemas, principalmente devido à saga O Ataque das Amazonas.

Capturada por um impostor se fazendo passar por seu superior – no departamento de operações meta-humanas – Diana acaba sendo torturada e presa. Hipólita, que nessa época estava morta, é ressuscitada pela vilã Circe por razões desconhecidas e ao ter conhecimento de que sua filha era cativa do governo, resolve levar as Amazonas para Washington a fim de atacar a casa branca. A história foi considerada tão ruim, que levou a uma grande polêmica dentro da editora, envolvendo imposições editoriais, saídas repentinas de autores e muitos boatos a cerca do que acontecia nos corredores da DC Comics durante este período.

Após esses eventos, seguiu-se Crise Final, onde Mulher Maravilha inexplicavelmente foi deixada de lado, aparecendo muito pouco na saga e tendo pouca participação no evento. Seguiu-se a isso uma fase muito elogiada escrita por Gail Simone, que trouxe novos personagens, novos vilões e deu um novo fôlego à heroína. Atualmente, Gail Simone deixou o cargo de roteirista para dar lugar à J. Michael Straczynski, que assumiu o título mudando o uniforme da amazona, modernizando-a e criando uma história alternativa onde a origem da personagem é diferente da que conhecemos (Veja uma análise da edição mais recente aqui). Porque estou com a impressão de que já vimos isso em algum lugar?


Acredito que a Mulher Maravilha seja uma personagem com muito potencial, mas como acontece com muitos heróis míticos (Superman é o melhor exemplo), necessita das pessoas certas para abordá-la. Infelizmente, isso levou a muitas histórias ruins e relegou a personagem a uma posição ingrata de “número 3”, quando devia, junto com Batman e Superman, ser considerada uma personagem icônica e parte da cultura mundial. De feminista à guerreira, passando por agente secreta, Diana já foi de tudo; esperamos que a partir de agora a DC Comics tenha consciência do que tem em mãos e dê valor para uma personagem que ainda tem tanto para dar (sem trocadilhos).


Epílogo: Curiosidades
- A história de “Amazons Attack” acarretou num fato curioso. Um fã ardoroso da Mulher Maravilha ficou tão ofendido com o arco de histórias que decidiu protestar simplesmente mandando todas as edições da saga que ele havia comprado de volta para o editor deste evento;
- O período em que Diana viveu como a agente Diana Prince pode ser considerado uma mistura da Mulher Maravilha Original com a fase dos anos 70 em que ela não tinha poderes.



A seguir: Meet the Beetles.

4 comentários:

Alex Matos disse...

Na minha humilde e correta opinião, heróis da era de ouro deviam era largar a mão de tentar se manter na continuidade e despirocar de vez!

Ou então faz uma saga restrospectiva onde TUDO que aconteceu desde a criação da personagem aconteceu mesmo (até as tosquices) e de alguma forma foi descontinuado. O plot giraria em torno desses "buracos" de roteiros até estabelecer, sem revolução nenhuma, a personalidade mesclada e atualizada aos tempos atuais. Mais ou menos o que foi feito em Supremo na fase Alan Moore.

ps: ainda acho que ela deveria ser lésbica sangue nos zóio hardcore! Cáspita, uma ilha que só tem mulher, naturalmente uma briga de aranha é comum! Ainda mais se tratando de um povo baseado na cultura grega clássica!

Rafael Rodrigues disse...

Ou seja, você está sugerindo a saga BAtman R.I.P, do Grant MOrrison, onde ele fez exatamente isso, hehehe

Alex Matos disse...

Mesmo? Não li Batman RIP, então quer dizer que o Grant Morrison finalmente está aprendendo a escrever! Tenho certeza que se continuar praticando um dia fica bão!

E então, tu concorda comigo? E olha que no caso do Batman nem precisava... a muvuca braba tá mesmo no super homem e na maravilhosa!

Camila Téo disse...

Por acaso você se refere ao retorno de SAFO?
UAU...