Semana do rock no Uarévaa e como toda semana “especial”, os chefes ocultos ordenaram que eu escrevesse algo. O legal é que esses lazarentos nem me dão uma dica do que querem, só lançam o famoso “Escreve qualquer coisa de rock ai”, então tá! Sai um qualquer coisa de rock no capricho!
Como diria o Ultraje a Rigor “Eu não tenho nada para dizer, também não tenho mais o que fazer. Só para coroar esse refrão, eu vou enfiar um palavrão: CÚ!”, então clique abaixo se não existir nada melhor para fazer.
Punk Begins
O punk é em princípio toscos, agressivos, simples, anárquicos, sarcásticos e subversivos... Em resumo, sem frescura! Surgiu na década de setenta como músicas simples, curtas e divertidas que mal possuíam três acordes, os Ramones, precursores do estilo, de início até tentaram tocar musiquinhas bem elaboradas das bandas da época, mas como eram meio bundas, decidiram mandar tudo as favas e criaram suas próprias musicas e dane-se! Facilmente tocado por qualquer um com uma mínima formação musical, o punk instigou naturalmente o surgimento de trocentas bandas. Dessa primeira leva surgida nos Estados Unidos, se destacam as bandas New York Dolls, Stooges, MC5 e Dictators.
Punk The Dark Knight
Quando o espírito renovador do punk rock se mesclou a uma situação de tédio cultural e decadência social da Inglaterra surgiu então o punk 2.0, que não tinha quase nenhum recurso financeiro e era marcado pelo estilo grosseiro e com senso de humor ácido. Os Sex Pistols chutaram o balde de vez! Suas músicas eram puro deboche dos valores políticos, morais e culturais. As músicas da banda costumavam demonstrar um profundo pessimismo agredindo diretamente diversos elementos da cultura, sempre em tom sarcástico e agressivo.
Essa filosofia do faça-você-mesmo em um novo contexto bizarro de crítica social, desprezo pelas ideologias, pessimista, grosseiro e ofensivo, somado ao estilo empolgante definiram a primeira encarnação do que hoje entendemos como cultura punk (se quiserem saber mais vão para a biblioteca ou arranjem um documentário sobre o assunto, vale a pena!). A partir de 1977 esta postura punk se tornou um fenômeno impactante na maior parte do mundo através de bandas como The Clash, The Stranglers, The Damned, Wire e U.K. Subs.
No final da década de setenta, esse estilo de punk começa a decair até sumir quase completamente, morrendo de vez no início da década de oitenta. De seu cadáver surgiram diversas ramificações:
Hardcore
Surgem na década de oitenta com acordes ainda mais simples, mais rápidos, guitarras distorcidas bacaray e com atitudes extremamente mais agressivas e exageradas. Negavam o esquema “verso/refrão/verso” e suas músicas envolviam críticas político-sociais e temas anti-guerra e anti-violência. Quando essa onda bateu na Europa, os caras despirocaram de vez e radicalizaram tudo! Surgiu então o estilo de roupa que o Supla adora: couro, arrebites, espetos e os cortes de cabelo arrepiados e muitas vezes mais longos, moicanos espetados e coloridos. Dos hardcores podemos citar Dead Kennedys, Circle Jerks, Discharge e Exploited. Os Ratos de Porão é um exemplo do estilo no Brasil.
Street Punk
Surgiu nos subúrbios ingleses e prezava o realismo das ruas sem tino comercial, bem agressivo. Esse estilo chegou a ser associado erroneamente ao fascismo e ao neonazismo, porque era a música preferida de 5 em cada 10 skinheads neonazistas. Bandas de destaque do estilo Cockney Rejects, Sham 69, The Oppressed, The Redskins, Cock Sparrer e The 4-Skins.
Anarco Punk
Alguns consideram Anarco Punk praticamente todas as bandas que falavam de anarquismo em suas músicas, outros só bandas específicas do movimento. O curioso é que existiam artistas que implantaram a cultura do cassete, gravando suas músicas para quem enviassem a fita em branco, produziam fanzines a base de fotocópias e distribuíam à mão ou por correio para quem quisesse! Bem anarquista! Bandas desse estilo: Crass, Conflict, Flux of Pink Indians, Subhumans, Poison Girls e Oi Polloi.
New Wave
É uma versão mais comercial do punk, de uma pegada mais leve, tratavam de assuntos mais triviais, muitas vezes alegrinhos e dançantes. Bandas do estilo: The Smiths, The Cure, The Police, Siouxsie and the Banshees, Pretenders e o Blondie.
Pós-Punk
Foi uma espécie de simplificação da atitude punk misturado com outros estilos, também usando da rebeldia ao negar os padrões da música através do experimentalismo e criando assim de fato umas músicas livres, sinceras e conceituais. Bandas do estilo: Public Image Ltd, Magazine, Mekons, The Fall, Wire, Joy Division, Bauhaus, Killing Joke, Gang of Four (inglesas) e os Big Black, Savage Republic, Swans, Sonic Youth e Pere Ubu.
Pop Punk
É uma versão mais moleque massavéio influenciada pelo movimento grunge que fala sobre namoro, skates, garotas, colégio, bebidas e tudo que envolve a classe média e rica americana. De uma batida bem mais leve, vocal limpo, com direito a melodias agradáveis, é na maioria das vezes desprezada pelos punks tradicionais, por serem consideradas comerciais demais desprezando as atitudes punks primordiais. Apesar disso, é inegável que o sucesso comercial do estilo fez com que várias bandas das antigas de punk rock voltar à atividade. Bandas do estilo incluem: Green Day, Blink 182, Offspring e Sum 41.
Eu poderia continuar citando os outros estilos e ramificações do punk, mas o texto já está bem grande e bateu uma preguiça lazarenta, então fiquem com um resuminho boca, editado diretamente da wikipedia:
“Crust punk: Diminui consideravelmente a influência das estruturas musicais do thrash metal, punk rock e hardcore punk. As letras das bandas de crust punk se assemelham muito com as do anarco-punk.
Psychobilly: Mistura entre o punk rock dos anos 1970 e o rockabilly dos anos 1950 e letras com temas inspirados em filmes B, horror, zumbis, sexo, drogas, alucinações, mortos e pervessões.
Skate punk: É basicamente hardcore punk, porém com temáticas mais ligadas ao skate e outros esportes radicais.
Horror punk: Punk rock com letras tratando sobre temas de horror, surgiu no fim dos anos 70 com a banda Misfits.
Folk punk: É um estilo que combina elementos musicais e líricos do punk rock e da música folk.
Cowpunk: Mistura de música country com punk rock.
Ska punk: Mistura entre o ska e o punk rock.”
4 comentários:
Muito maneiro o post. Meu irmão tinha um livro sobre o punk que era interessante, o mate-me por favor.
Eu não consigo entender esses subgeneros, são muito confusos para mim. Punk pra mim é só os Stooges, The Clash e The Polices. O resto é resto - não consigo gostar de Sonic Youth.
Bom post e... MORRA GREEN DAY!
Eu só classifico músicas em dois gêneros:
Os que eu gosto e os que eu não gosto!
Pô Pulga, mas só entre esse 3 que vc citou já dá pra se notar uma diferença absúrdia de estilo e proposta...
The Police, por exemplo, embora no primeiro disco as músicas deles tivessem uma pegada punk, eu que já conheci o grupo a partir dos outros álbuns nunca consegui enxergar muito punk neles.
A propósito, curto muito o Police, umas das minhas bandas favoritas.
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