Mais uma semana, apenas esperando o verão que se avizinha. E é tempo de um novo Moura em Série – viu como eu estou cumprindo a promessa de ser mais presente por aqui?
E hoje vou falar de umas das melhores series adolescentes dos últimos tempos: Greek.
Na fictícia universidade de Cyprus-Rhodes nós acompanhamos a vida acadêmica de um grupo bem variado de personagens.
A história começa nos apresentando os irmãos Cartwright: a popular Casey, a princesinha da universidade, e seu irmão Rusty, nerd até os ossos e recém chegado no campus.
Casey sempre teve vergonha dele, e escondeu sua existência de todos, mas Rusty chega querendo finalmente ter seu lugar ao sol da popularidade.
Mas, nerd e gênio como é, ele vai estudar engenharia de polímeros. E logo de cara, no dormitório, descobre que seu companheiro de quarto é ainda mais nerd que ele mesmo, alem de um religioso fervoroso. Dale é absolutamente surtado, radical em seus princípios e o personagem mais engraçado da serie pela sua imprevisibilidade.
Em busca da popularidade e todas as experiências que a universidade podem lhe trazer, Rusty tem um grande objetivo: entrar em uma fraternidade.
E assim o faz. Na noite de escolha dos novos calouros – ou candidatos – Rusty começa um tour pelas casas do campus – aquelas que vemos em filmes como A Vingança dos Nerds ou O Clube dos Cafajestes. E nessa noite ele fica amigo de Calvin, que também busca uma fraternidade para se associar.
Calvin tem um objetivo: entrar na Omega Chi – a mais conceituada fraternidade do campus. E ele demonstra lábia e bom papo, impressionando os veteranos da Omega Chi, incluindo Evan Chambers, um dos mais influentes alunos e namorado de Casey.
Rusty, com seu jeito atrapalhado, acaba ferrando tudo, mas, pensando que estava ferrado, acaba sendo chamado para a casa Kappa Tau, a casa mais aloprada do campus.
Enquanto a Omega Chi preza pela ordem, boa política e imagem ilibada, a Kappa Tau preza por festas, mulheres e bebidas.
O presidente da Kappa Tau é Cappie, um hippie do século XXI, espirituoso e despreocupado – além de inconseqüente – que vê na sua experiência universitária a chance de zoar a vida até o ultimo momento. Cappie é ex de Casey e inimigo declarado de Evan.
Mas nem só de fraternidades vive Cyprus-Rhodes. Casey é a queridinha da Zeta-Beta-Zeta, a Irmandade numero um da Universidade. As irmãs ZBZ são praticamente bonecas Barbies saídas de Stepford Wives.
Casey conta ao seu lado com sua melhor amiga, Ashleigh, uma garota engraçada, divertida e meio aérea. A presidente da ZBZ é Frannie, que é obcecada por poder e pela perfeição da casa, e passa por cima de qualquer uma para manter a ZBZ em primeiro lugar.
E para isso ela dá uma missão a Casey: recrutar a filha de um senador que acabou de chegar ao campus para se tornar uma candidata ZBZ – Rebeca Logan. A patricinha é mal educada, revoltada e bem da piranhuda. Casey consegue recrutá-la e acaba chamando para si aquela que vai ser o seu pior pesadelo na Irmandade.
A série segue vários plots, muito bem trabalhados.
Rusty se dividindo entre a responsabilidade do futuro e as festas que não quer perder, a identidade sexual de Calvin, o triangulo amoroso Evan/Casey/Cappie, a disputa Casey/Rebecca, a guerra Omega Chi / Kappa Tau, alem das maluquices de Dale.
O legal de GREEK é que ela é uma comédia, e se assume como tal. Lembra muito aqueles filmes oitentistas que se passavam em Universidades e disputas entre Fraternidades. Existe algum drama, mas tudo muito leve e despretensioso. E o romance, claro, mas nunca caindo no meloso ou piegas.
Cappie é de longe o personagem mais popular, e mais divertido. Suas falas são cheias de acidez, piadas rápidas e citações pop. E seu descaso com as normas sociais é libertador – todo mundo gostaria de viver como ele, se preocupando apenas com a próxima festa.
Festas alias, não faltam. Todo episodio costuma apresentar uma, de alguma das casas. E amigo, são as festas. No final de cada episodio, eu sinto vontade de sair pra alguma festa, só na empolgação das que eles fazem por lá.
Se não bastasse o elenco principal divertido, a serie é recheada de personagens coadjuvantes incrivelmente legais – às vezes até mais que os protagonistas citados.
O elenco coadjuvante é responsável pela maioria das gags. Beaver é o mais amado pelo publico – um grandalhão beberrão, rude, grosseiro, que sempre acaba revelando um lado mais sensível nas situações mais inesperadas. Junto com ele na Kappa Tau, os outros escudeiros de Cappie são Wade, um maluco que vive tendo ideia absurdas para pegar alguma mulher ou zoar os Omega Chi; Heath, o ficante esporádico de Calvin, que é bem devagar de raciocínio e sempre acaba fazendo os comentários mais sem noção; e Jeremy, o esquisito que nunca fala e tem mania de observar pessoas dormindo.
Na ZBZ várias personagens secundárias também são responsáveis por momentos divertidos, como a alcoólatra Laura e a lesada Betsy.
A principio na serie nós vemos Cappie como o herói e Evan como o vilão. Mas com o decorrer dos episódios nós passamos a ver ambos os lados e entender que não existem vilões ou heróis na serie, apenas pessoas tentando viver suas vidas, e eu gosto disso. A dicotomia das situações, a tridimensionalidade dos personagens. Existe até em um momento do programa em que Rebecca questiona Ashleigh de por que as pessoas são classificadas por sua relação com a Casey – se são amigos dela, são bonzinhos, mas se vão contra ela, são vilões. Isso até nos faz pensar em um ângulo maior, pois no entretenimento (e na vida, claro, mas isso é outro papo) costumamos rotular os demais personagens por sua relação com o protagonista.
Nem Casey, Cappie e Rusty são heróis santos, nem Evan, Rebeca ou Frannie são vilões malignos. Ele simplesmente tem idéias e objetivos diferentes e, portanto, se enfrentam.
O que não me agrada muito é que alguns personagens interessantes entraram no elenco apenas para sair alguns episódios depois. Faltou da produção se arriscar mais e efetivar alguns dos novatos, incluindo-os no elenco fixo. Em 3 anos de série – a quarta temporada está para estrear – o elenco principal não ganhou nenhum novo ator fixo. Sendo assim a gente sabe que se Rusty arranja uma namorada, ela não deve durar muito, por exemplo. Foram os casos de Max, o nerd que conquista Casey; de Jordan, a namorada moleca de Rusty que muda um pouco a “patricisse” das ZBZ ou de Andy, o garoto superpopular que se torna candidato da KT e “Litlle brother” de Rusty.
Tudo isso faz Greek ser diferentes das demais series adolescentes, que costumam de basear em situações comuns ao universo jovem – como drogas, gravidez.. – e se baseia na vida dos personagens. Greek fala, por fim, de nosso medo de crescer. Aquele momento na vida deles é o ultimo respiro de liberdade em relação à vida real, com trabalho, família e futuro. Enquanto Cappie, por exemplo, foge das responsabilidades que a vida fora do campus lhe trará, Casey se preocupa em não saber o que virá para ela depois, Evan sabe o que o espera e não sabe se quer (no caso tocar o império de sua controladora família) e Rusty tem tudo planejado, mas tem medo de não conseguir alcançar.
E esses pensamentos e receios estão na cabeça de quase todo mundo que saiu da adolescência e agora tem que enfrentar a vida adulta, seja em uma Fraternidade em Cyprus ou em uma República na USP.
Eu recomendo a serie a todo mundo que tem seus vinte e poucos anos, pois vão se identificar com as inseguranças dessa idade; a todos que gostem de uma comedia leve e cheia de simpatia; e pra quem gosta de festa, pois isso não falta.
Valeu galera, e até o próximo episódio.
Um comentário:
eu também consigo!!!
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