CulturaMila é uma coluna que tem o intuito de fazer com que você vá mais ao cinema, ao teatro, ao parque e até mesmo ao bar. Comentários relevantes ou não sobre os diversos locais que visitei, filmes e peças de teatro que vi e que valem a indicação por algum motivo. Hoje vamos de cinema.
Com o intuito de fazer uma inveja foda compartilhar com vocês uma série de indicações legais, ou nem tanto, de filmes, peças de teatro, eventos, passeios e outros belos ingredientes que formam a minha maravilhosa cultura inútil apresento a vocês essa coluna.
Poderia iniciá-la indicando algum filme indiano ou um livro espanhol do século XIX, mas prefiro seguir o fluxo e indicar a vocês um filme que foi notícia nas últimas semanas: Clube de Compras Dallas.
O filme é baseado na história real de Ron Woodroof, um eletricista “heterossexupreconceituoso” que vê sua vida revirada quando é diagnosticado com o vírus da AIDS no ano de 1985, quando “somente os bichas” tinham a doença. Após o choque inicial da descoberta do vírus e de seus supostos 30 últimos dias de vida, ele resolve estudar e fazer de tudo para que 30 dias sejam apenas o começo de uma nova vida.
Ron Woodroof, o cara que transformou 30 dias em 7 anos
Na luta pela sobrevivência consegue o contato de um médico no México, que perdeu sua licença, mas é capaz de ajudar Ron a multiplicar seu tempo de vida, salvar outras vidas e iniciar um lucrativo negócio, que incomodou o país inteiro e foi notícia no mundo todo: o Clube de Compras Dallas, onde cada associado pagava uma mensalidade de US$ 400 e receberia em casa a medicação que desejasse para lutar contra a doença.
Destaque para os dois personagens principais e ganhadores dos Oscars de melhor ator (Matthew McConaughey – Ron Woodroof) e melhor ator coadjuvante (Jared Leto – Rayon) que protagonizam as cenas mais emocionantes do filme. Duas pessoas esquálidas, de pele acabada (maquiagem premiada também com um Oscar) e marcadas pelo total sofrimento e descaso diante de uma doença que dizimava suas vítimas em pouquíssimo tempo, foram capazes de vencer o preconceito tornando-se sócios na luta contra o mal do século XX.
McConaughey e Leto totalmente irreconhecíveis,
protagonizando cenas emocionantes
Se até agora você não ficou curioso, vá ao cinema só para saber como um filme gravado em apenas 25 dias, com baixissimo orçamento e uma câmera de mão foi capaz de ser indicado, e até mesmo ganhar, diversos prêmios do cinema mundial.
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CAMILA TÉO Formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), leitora constante que mora em uma pequena biblioteca
, professora, revisora, tradutora e viciada em cinema e
cultura em geral. Escreve também a coluna Keep Calm...ila!