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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eugenio Colonnese






Tema Macabro




No passado, HQs de terror eram comuns. Embora atualmente eles estejam voltando aos holofotes (especialmente agora que o cinema e os quadrinhos estão cada vez mais próximos), houve uma época em que eles eram a estrela da vez. Este tempo foi há décadas atrás, antes do Comics Code Authority instituir a infantilização das histórias em quadrinhos e sepultar o que havia de mais interessante nos comics americanos em meados dos anos 50: As histórias policiais, de ficção e terror.

Por muito tempo, os amantes do gênero ficaram órfãos de histórias do tipo, sendo que só em anos recentes pudemos ter acesso a novos materiais do gênero, como 30 Dias de Noite e personagens como John Constantine, que começaram com tentativas isoladas nos anos 80 (das quais podemos citar, como exemplo, Asilo Arkham de Grant Morrison e Dave Mckean e as HQs do Monstro do Pântano).

Mas não vamos falar dos anos recentes, e sim da época em que o terror nos quadrinhos teve sua era de ouro. Já falei sobre o período em posts anteriores, mas hoje quero dar destaque, não a uma história ou a um personagem, mas sim a um autor, que ajudou a consolidar os quadrinhos de terror brasileiros: Eugenio Colonnese.

Colonnese, filho de mãe Brasileira e pai italiano, era quase um cidadão do mundo. Começou nos quadrinhos na Argentina no fim da década de 40, e anos depois estabeleceu morada em São Paulo. Na época em que chegou aqui, os quadrinhos de terror eram “moda”, uma vez que, nos EUA, as histórias haviam encerrado suas atividades por conta do Comics Code, mas ainda havia muito material não publicado por aqui, que começou a aparecer em grande quantidade, criando uma legião de fãs e leitores.

O primeiro personagem de Colonnese foi Mirza, a Mulher Vampiro, em 67, seguida pouco tempo depois pelo Morto do Pântano (sim, o nome está correto). Após este período fértil de histórias de terror, Colonnese deixou de lado os quadrinhos (que já não eram mais tão populares) e passou a ilustrar livros didáticos. Só nos anos 80, quando houve uma espécie de “revival” das histórias de terror é que Colonnese voltou para o meio que tanto gostava e que lhe deu fama, passando a escrever histórias diversas para revistas como Spektro, Calafrio e Mestres do Terror. Também desenvolveu diversos livros sobre desenho e quadrinhos.

Em meados de 2008, Colonnese veio a falecer. Fumante inveterado, sofreu um Acidente Vascular Cerebral e, cerca de dois meses depois, morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Foi-se um grande artista, mas seu legado continua vivo.


Nota: Se você quiser saber mais sobre HQs de terror no Brasil, visite o Nostalgia do Terror, o site mais completo sobre o assunto.


Curiosidades:
- Eugênio Colonnese não se limitava a trabalhar apenas com histórias de terror, tendo ido para os quadrinhos eróticos (o que na época, não se distinguia muito do terror), de guerra e também super-heróis. Foi ele o criador dos super-heróis brasileiros Mylar, Superago e Escorpião;
- Colonnese também é famoso por “antecipar” algumas tendências em termos de personagens. Mirza, a Mulher Vampiro, surgiu dois anos antes de sua “prima” americana Vampirella e o Morto do Pântano surgiu 5 anos antes do Monstro do Pântano.


Na próxima Madrugada:
Conheça um dos personagens mais antigos e obscuros das Hqs: Doutor Oculto.

2 comentários:

Freud disse...

Nunca li os trabalhos do Colonnese, mas o raço dele arece ser muito bom.

Gostaria de ler o Morto do Pântano, teve uma edição encadernada pela Ópera Gráfica em 2005, qq hora comprarei se ainda achar.

Guilhermecrosscutter disse...

Euacho que tenho uma história de lobisomem dele aqui em casa. Os desenhos são muito bons mesmo, mas o roteiro é muita fraco.
Senão me engano os personagens eram tão amorais, mas tão amorais, que praticamente não havia conflito.