Uaréview
Por Marcelo Soares
Hello Daddy, hello Mom
I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb
Hello world I'm your wild girl
I'm your ch ch ch ch ch cherry bomb
(Cherrie Bomb - The Runaways)
Em 1970 explodia uma nova fase do rock nos Estados Unidos. Rebeldia e atitude eram palavras de ordem e bandas como Slade, Sweet, Gary Glitter, T Rex, David Bowie, Black Sabbath, Alice Cooper, Kiss, Sex Pistols, entre outras, movimentavam o cenário da época. Um cenário altamente cheio de testosterona e machismo. Foi então que nos idos de 1976 Joan Jett, Lita Ford, Sandy West, Cherie Currie e Jackie Fox em um trailer se reuniram e formaram a banda The Runaways, em bom português: as Fugitivas. É a breve história dessa banda que a diretora Floria Sigismondi traz no filme homônimo, lançado em março nos states e que chega em agosto por nossas terras.
Logo no inicio, percebemos que o filme não se trata só da história da banda, mas, especialmente, de Cherrie. Desde seus problemas familiares que a levam a “fugir” com o grupo, até os danos que a fama trouxeram a sua vida. Muito jovens, Cherrie (Dakota Fanning) mesmo começa com 13 anos sua jornada, as integrantes deixam-se levar fácil pelo sucesso e la vida loca do mundo do rock,.Vemos tudo que já nos acostumamos a ver em filmes desse tipo: drogas, sexo, egos em fúria, todo tipo de coisa que pode facilmente bagunçar uma cabeça ainda sem o discernimento de entender o mundo.
Seguindo a lógica musical, o filme tem muitos momentos de videoclipe, não só no acompanhamento da trilha sonora, mas também na montagem – rápida e cheia de cortes – porém, que não se perde em sua “clipagem”, sendo coerente com o ritmo da própria história. Digo o mesmo da direção de Floria, fazendo escolhas de ângulos, texturas, que dialogam com as cenas e o mundo em que as personagens vivem.
Diferente de um Cazuza – O tempo não para, The Runaways é um filme intenso, nos bons e maus momentos das personagens, não velando passagens de suas vidas em prol de um moralismo. Algumas subtrações aconteceram na própria história da banda – em relação a saídas de integrantes, confusões pós-fim – mas nada que atrapalhe o entendimento da história e a mensagem por trás, que, para mim, é de como a música pode conectar pessoas, levar-nos para algum lugar longe dos problemas e tornar algo eterno.
Você pode não gostar da banda, pode não gostar de Dakota Fanning – surpreendente no papel de Cherrie e, seguindo assim, com muito ainda para mostrar como atriz – mas dê uma chance as fugitivas e entenda que às vezes mesmo se formos longe, não podemos fugir de nós mesmos.
Um comentário:
Opa, filme sobre a estória das Runaways?
VEREI, COM CERVEJA!!!
Ótimo review, já veria independente da resenha positiva, por curiosidade, fiquei mais a fim ainda de ver agora.
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