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sexta-feira, 15 de julho de 2011

CinemaScope: Ruas de Fogo


De todos os filmes que usaram o Rock 'n' Roll como influência ou como base para a criação de suas histórias, nenhum deles virou tão classico ou teve um resultado mais satisfatório do que Ruas de Fogo, por um simples motivo: o filme é foda demais.

Antes de mais nada, a história: em uma das cidades decadentes e sombrias da America, o show da cantora de maior sucesso do momento, Ellen Aim (Diane Lane), está agitando tudo e a todos. Mas o chefe da principal gangue local, Raven Shaddock (Willem Dafoe), sequestra a cantora e decide torná-la sua mulher. Só que enquanto isso acontece, o ex-soldado e ex-namorado de Ellen, Tom Cody (Michael Paré), chega na cidade e é contratado pelo empresário Billy Fish (o sumido e saudoso Ricky Moranis) para trazer sua cantora de volta. Acompanhado com sua nova amiga e irmão de guerra McCoy (Amy Madigan), ele percorre os locais mais obscuros da cidade para trazer sua amada de volta e tentar reconstruir sua vida sem estar imerso na escuridão.


Bem, apesar de ter sido uma produção grande na época que foi lançado, o filme não chegou a fazer sucesso quando saiu nos cinemas, mas teve uma ótima aceitação quando chegou no mercado de home video e TV a cabo, que junto com a popularização de sua ótima trilha sonora, acabou dando a esse filme o status de Cult do qual é reconhecido até hoje.


O filme não é só uma historia bacana regada a rock'n'roll clássico, é o retrato de uma época do qual a economia começa a passar por problemas, o futuro parece ser cada vez mais negro e a violência começa a crescer drasticamente. Afinal, os anos 80 não são chamados de "a decáda perdida" a toa, e assim como no universo do filme, a musica, especialmente o Rock'n'Roll, é a voz de sua geração e principal responsavel pelos momentos de alegria dos jovens de sua época.


No filme temos o elo com que acontecia na época de forma muito bem mostrada. Tanto Cody quanto McCoy são soldados que percorrem seu país procurando se sentir utéis, sendo que no "mundo real" a guerra do Vietnam tinha acabado anos antes e ainda havia soldados sem saber o que fazer. Temos novamente a presença do Rock como movimento cultural, no filme mostrado como Ellen e no nosso mundo como o cresimento do heavy metal e de outras bandas que surgiram com a MTV, onde o musical e o visual cada vez andavam mais juntos. Os movimentos culturais, dentro do filme, se misturam, o velho com o novo, mostrando que nesse caso as coisas nunca mudaram, só se intensificaram.


Em relação a trilha sonora, nenhuma das musicas foi realmente cantada por Diane Lane. No caso, as bandas que participaram do album são Fire Inc com a cantora Holly Sherwood, e o ator Stoney Jackson com a banda Winston Ford para as musicas do grupo The Sorels, entre outros. A produção do album ficou a cargo de Jimmy Iovine e com algumas musicas escritas pelo cantor Jim Steinman (parceiro de Meat Loaf nos dois primeiros 'Bat Out of Hell')





O ator Michael Paré, que faz o papel de Tom Cody, logo após esse filme fez uma longa carreira na Europa , trabalhando muito em filmes e series de TV no lado de lá, até ultimamente se tornando um dos parceiros frequentes do "grande" diretor Uwe Boll. O que muitos nem faziam idéia (nem eu) é que na verdade Paré produziu de seu proprio bolso uma sequência de Ruas de Fogo chamada Road to Hell, que mostra a caminhada de Cody em rumo a sua propria redenção, passando pelas cidades de Purgatório e Inferno e enfrentando um assasino serial. Junto com ele, quem volta do primeiro filme é Deborah Van Valkenburgh, novamente como a irmã de Tom, Reva Cody. Como o filme é tão baixo orçamento que nem trailer achei, fiquem com as fotos do filme, que deve sair oficialmente em Blu Ray e DVD esse ano, em lançamento limitado. No caso Road to Hell foi dirigido por Albert Pyun e seu tom de filme está muito mais para terror/suspense do que o rock-opera do filme original.


Por mais simples que possa ser o esqueleto da história, Ruas de Fogo sobrevive até hoje como um dos filmes-ícone do rock e sobre rock por ser honesto em relação ao tema, e ao mesmo tempo cumprindo sua promessa de "fábula moderna" e trazer uma atmosfera até hoje que encanta, tanto pelo seu visual quanto pelas suas musicas.


NOTA: 8.5

Titulo original: Streets of Fire
Ano de lançamento: 1984
Dirigido por:Walter Hill
Com:Michael Paré, Diane Lane, Willem Dafoe and Rick Moranis
Estúdio: Universal



5 comentários:

Dr. Griffin disse...

Sempre quis ver esse filme, mas tinha receio de locar (sim, eu ainda loco filmes). Verei.

Rafael Rodrigues disse...

Filme FODA, sem mais.

Parabéns pelo review (e pela lembrança, desenterrou esse, hein)

Alex Matos disse...

O que acho mais legal nesse filme é o lance do cenário ser atemporal e a cidade pode ser qualquer uma parece muito detroit. O filme tem elementos dos anos 40,50, 60,70 e 80, tudo ao mesmo tempo!

Guilherme Martins disse...

Uma fábula muito legal, eu diria atípica dos anos 80, valhe guardar com carinho.

Aluisio Souza disse...

Na minha memória foda é o adjetivo perfeito para esse filme