Pois é, pessoal, já anunciamos no
Podcast #108 que o vencedor da
promoção foi o
Lucas Rosa, já fizemos contato com ele e, com a normalização dos correios após a greve, em breve ele receberá seu fodástico poster.
Quer ver com que Liga ele venceu?
Clique ai no Leia Mais e conheça a história dessa "Liga Extraordinária Brasileira".
"Ahhh, mas que filhosdaputa! Falaram que mandar desenho não ia influenciar muito no vencedor e blá, blá, blá... E OLHA AI!"Calma, eu posso explicar, não é isso que você está pensando, bwahahahaha
Sério, não é mesmo. O Lucas mandou apenas texto e venceu, assim como poderia ter vencido alguém que enviasse algum desenho ou montagem foda também, a ideia e desenvolvimento foi determinante, não o meio utilizado. Veja ai o resumo de livro que ele fez, que deixou muita gente do Uarévaa interessada mesmo em ler um livro completo com essa trama.
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A minha Liga da Justiça ideal trata-se não exatamente de um grupo de personagens que se une para lutar juntos contra um mal comum eternamente; na realidade, seria um evento muito singular que reuniria esse grupo de personagens - e posso dizer, com a maior convicção possível, que esse grupo também se deixaria de existir após o acontecimento que o fez surgir. Imagino que isso não vá desclassificar a minha Liga, afinal, a banda d'Os Cascavelletes durou apenas quatro anos e os Engenheiros do Hawaii foram formados para tocarem apenas uma noite, apesar de terem seguido com a banda.
Em um momento da década de 1940, no Brasil, uma adolescente chamada Emília acordou-se e levantou numa manhã qualquer para ir para escola. Sem bocejar ou mesmo praguejar por levantar cedo, ela despertou e pulou da cama numa incrível facilidade, que até ela mesmo estranhara. Mas o que poderia estar acontecendo para ela estar se sentindo tão leve?
Emília pegou umas peças de roupas do roupeiro e atirou na cama, e, então, caminhou até o espelho. Quando ela enxergou o reflexo, não conseguiu reconhecer-se, nada era nada do que ela havia sido antes nos seis quatorze anos de vida. A menina havia se tornado uma boneca de pano; ela podia enxergar as costuras ao redor de todo o seu corpo, podia sentir sua composição de algodão, não havia mais nenhuma pulsação e muito menos um coração bombeando sangue, afinal, não havia sangue, veias, órgãos, tecidos orgânicos... nada!
Ela tirou seu pijama e os pequenos seios que ela tinha até um dia atrás não existiam mais, nem sexo ela tinha. Emília tentou gritar, mas sua boca havia sido costurada. Assim como não podia gritar ou falar, a pequena Emília não conseguiu se alimentar e, da mesma maneira que não pôde ir na aula aquela manhã, ela não conseguiu sobreviver àquele fato idiota que ocorreu naquela manhã. Uma pequena boneca de pano, sem as roupinhas, foi encontrada caída da cama, já sem vida. Esta não é a estória de Emília, infelizmente.
Mas é a estória de um grupo de ilustres pessoas que resolveram matar o Anticristo, mais ou menos uma década depois de quando os demônios passaram a povoar o planeta Terra e causaram consequências como a estória de Emília.
Reunidos pelo Império Brasileiro, em 1923, esse grupo foi incumbido de matar o maior que pode existir, o Anticristo, e impedir de acontecer o apocalipse. Um velho
mago armênio [personagem de A Luneta Mágica, de Joaquim Manuel de Macedo], cego e dono de uma aparência que espantava os mais desacostumados, era muito alto, com quase dois metros de altura, mas também muito magro, com uma barba já embranquecendo um pouco grossa e longas e sujas unhas, fora responsável por reunir o grupo. O mago possuía a função de conselheiro na corte do Império e havia sido ele quem havia identificado, através de profecias e revelações divinas, quando o apocalipse aconteceria. As cartas recrutando os nobres cavalheiros a integrarem a esse grupo foram enviadas.
Não havia possibilidade de recusar o "convite". Alguns meses depois do envio da carta, conforme combinado, o mago reunira todos em uma mesma sala.
Santos Dumont, proficiente inventor retornava à Corte brasileira, depois de longos problemas com uma invenção sua que o Império havia expropriado, mesmo sem estar em total conclusão, estava na sala sempre pontual, como de costume. Do outro lado da sala, em cima de uma mesa, havia uma cabeça falante, era o homem que fora conhecido como
Tiradentes. Com um rosto ossudo, barba e uma calvície que atacava cabeça adentro, apesar de permitir-lhe manter longos fios de cabelos nas laterais, tão esbranquiçados quanto a barba. A cabeça se mantinha viva graças aos experimentos de Santos Dumont que, não só mantiveram Tiradentes vivo, como ainda desenvolveram um tripé a vapor para ele movimentar-se. Na mesma sala, de pé, aparentemente incomodado com toda a situação, havia o gaúcho
General Netto.
Apesar dos registros considerarem que estava morto à mais de cinquenta anos, na realidade, o general mantinha a mesma aparência que tinha desde a última vez que fora visto. Durante a Guerra dos Farrapos, ele havia comprado de uma mascate que vivia da guerra uma bebida que lhe concedeu um prolongamento único de sua vida. Netto sabe que não é imortal, mas ele viveu mais de cinquenta anos sem sentir um ano de envelhecimento, logo, nem imagina o quanto ainda a vida o reserva. Com apenas os quatro na sala e um cachorro quieto em um canto, o mago armênio começou a reunião apresentando a proposta de criação do grupo. Em meio a tantas explicações, um jogo de porcelana despencou no chão e ouve-se uma voz.
Sem necessidade de muitas apresentações, o grupo percebeu que era o fantasma de
Machado de Assis, o escritor que teve o mesmo fim de um de seus personagens, Brás Cubas. Dono um perturbador humor negro, Machado de Assis não dá a mínima para a existência dos vivos, tal qual seu personagem. Ironizar as fraquezas humanas é um passa-tempo para ele, que não pôde recusar o recrutamento para juntar-se ao grupo pois as extensões de poderes do mago armênio iam além do mundo dos vivos. Depois de dar seguimento à reunião, havia ainda um membro que precisava ser apresentado. O Império havia o capturado e ele estava preso naquele momento. O mago levou os demais membros há uma prisão escondida, onde podia se ver um homem esguio, de características nordestinas, era o
Lampião. Apesar de uma personagem de "difícil convivência" (e por isso leia-se que ele tentou atacar o grupo três vezes antes de partirem para sua missão), ele fora convencido pelos poderes místicos do mago de que estaria agindo de maneira justa.
O plano passava a entrar em ação: Santos Dumont levou três meses ou um pouco mais para concluir a sua invenção que o Império o havia roubado, uma máquina do tempo. Segundo Dumont, a máquina falharia ao tentarem viajar ao passado, porém, ao futuro, ela funcionaria bem. E, então, o grupo que reunira
Santos Dumont, Tiradentes, General Netto, Machado de Assis, Lampião e um mago armênio avançou algumas centenas de anos até chegar no Brasil da década de 1950 para enfrenta o apocalipse. O garoto que eles procuravam por ser
a encarnação do Anticristo, vivia em São Paulo e se chamava
José Mojica Marins. O garoto falava línguas de demônios e compreendia cada vez mais os planos para o apocalipse. A luta dos heróis não podia impedir uma profecia divina, o céu e o inferno já se preparavam para aquele fim. O mago armênio aproveitando-se de um momento singular, mata o jovem José, porém profecias não podem ser simplesmente desfeitas. No instante seguinte da morte de José, toda a alma do mago estava já impregnada por toda maldade demoníaca existente. Nenhum dos outros heróis pôde impedi-lo. Nenhum deles retornou.
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Que tal? Acabou mais próxima da Liga Extraordinária do Alan Moore que de uma Liga da Justiça, mas como a gente tinha dito, valia tudo, e essa foi muito bem votada pelo pessoal daqui.
Já o desenho no início do post foi esse ai abaixo, feito pelo Vini após definirmos o vencedor, para a capa do livro que vamos fazer o Lucas escrever pra ganhar grana em cima dele, bwahahahaha
Clique AQUI para abrir em tamanho maior Parabéns ao Lucas e aguardem mais um último post relativo a essa promoção, com um apanhado de outras participações bem legais que tivemos.
UARÉVAA!!