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segunda-feira, 31 de maio de 2010

O Exorcista - Vidas

“Especialmente importante é o alerta de evitar conversas com o demônio. Pode-se perguntar o que é relevante, mas qualquer coisa além disso é perigoso. Ele é um mentiroso. O demônio é um mentiroso. Ele mentirá para nos confundir. Mas também misturará meniras com a verdade para nos atacar. O ataque é psicológico, Damien, e poderoso. Então não dê ouvidos à ele. Lembre-se disso – Não dê ouvidos”.
Padre Merrin – O Exorcista




Tema Macabro





Um clássico que dispensa apresentações, “O Exorcista” foi a produção que trouxe uma cara diferente para o terror e arrebatou – e apavorou – milhões de pessoas pelo mundo afora. Mas o que talvez pouca gente saiba são as origens da produção e o que essas origens geraram na ficção além do filme. No post de hoje, vou abordar o contexto histórico por trás da história e nos próximos abordarei os filmes baseados no evento.

Acho que todo mundo que conhece o filme “O Exorcista” sabe – ou ouviu dizer – que a história é baseada em um evento que supostamente aconteceu. Mas quem eram os envolvidos? De onde veio essa história?

A história que cerca o caso real que inspirou O Exorcista é nebulosa, mas caso tenha realmente acontecido, se torna tão – ou mais – assustadora que a historia de ficção. Em algum lugar não divulgado dos EUA, Robbie Mannheim (também conhecido como Roland Doe) era um garoto comum de uma típica família luterana dos anos 40 que gostava de jogos e histórias em quadrinhos. Sendo filho único, acabava ficando a maior parte do seu tempo com adultos, que geralmente eram sua única companhia.

Mannhein ficava grande parte do seu tempo com sua tia Harriet, que tratava seu sobrinho mais como um amigo do que como sobrinho. Sua tia tinha um Tábuleiro Ouija para contatar os entes queridos que já faleceram e, quando Robbie demonstrou interesse em aprender a respeito, ela lhe ensinou como aquilo funcionava. O assunto interessou bastante Robbie, que acabou tendo uma em casa e usando-a sozinho, mesmo quando não estava com sua tia.

A partir de 1949, coisas estranhas começaram a acontecer na casa de Robbie. Primeiro, sons de goteira que vinham de lugar nenhum e continuavam ininterruptamente. Ao tentar investigar de onde vinham os sons, Robbie e sua vó não encontraram nada; mas alegam que em dado momento, uma pintura de Cristo que havia na casa começou a tremer sem motivo aparente. Mais tarde, este barulho cessara, mas daria origem a novos ruídos de batidas e arranhadas, que os pais de Robbie atribuíram à ratos. Mas apesar de uma longa busca, o pai de Robbie não conseguiu encontrar nenhum roedor na casa.

11 dias depois destes incidentes, Harriet, tia de Robbie e sua grande amiga falece, o que deixou Robbie devastado. Os historiadores do assunto alegam que o garoto tentou usar seu tábuleiro Ouija para contactar sua tia, e talvez isto tenha levado à subseqüente possessão. Nos dias posteriores, a família passou a ser alvo de atividades paranormais de poltergeist, onde móveis e artefatos ao redor se moviam sozinhas sem nenhuma explicação. O fenômeno, segundo algumas fontes, não se limitava apenas à casa, e parecia estar ligado ao garoto, uma vez que incidentes semelhantes ocorriam também em outros locais onde ele estava (como na escola, por exemplo).

De acordo com o depoimento do Reverendo Luther Miles Schulze, o garoto foi examinado por médicos e psiquiatras, que não conseguiram encontrar respostas científicas para os fenômenos, e foi aí que a família, desesperada, se voltou para o Reverendo em busca de ajuda.

O garoto ficou em observação, onde foram observados outros tipos de fenômenos, inclusive durante o sono. Como as atividades poltergeist continuaram, o reverendo se convenceu que haviam forças sobrenaturais atuando e decidiu por realizar um exorcismo.

Ainda segundo a história conhecida e coletada pelos supostos envolvidos, Robbie foi levado para a Igreja Anglicana, onde foi submetido a um processo de exorcismo. Durante esse processo, o garoto acabou ferindo o padre, que enviou o garoto de volta para casa. Em casa, outros fenômenos ocorreram. O garoto gritava incessantemente e em dado momento foi possível ler a palavra “Saint Louis” escrita em sangue em seu peito. Após isso, a família foi de trem para St. Louis, onde acabaram entrando em contato com o padre William S. Bowdern, que ao observar os eventos relacionados ao garoto (entre eles, a aversão à objetos sagrados para o catolicismo, a cama que chacoalhava, objetos voadores e Robbie falando línguas desconhecidas – que o padre atribuiu à linguagens demoníacas), soliciou à arquidiocese a permissão para praticar o exorcismo no garoto. O exorcismo foi aprovado, nas seguintes condições: O próprio padre seria o responsável pelo exorcismo, deveria manter atualizado um diário para registrar os eventos e deveria manter em segredo o local onde o exorcismo seria realizado.


Suposto caso de possessão nas Filipinas


No total, foram realizados cerca de 30 rituais de exorcismo num período de 2 meses, os quais foram acompanhados de
diversos eventos alegadamente inexplicáveis, como a cama que se movia sozinha, um recipiente de água benta que pairava no ar, palavras como “Evil” – mal – e “Hell” – inferno apareciam esporadicamente no corpo do garoto e ele falava com tom de voz que não era o dele). Quando perguntaram para o suposto espírito quando ele iria embora, ele respondeu que só iria quando Robbie proferisse as palavras certas. Eventualmente, o garoto proferiu as palavras "Christus, Domini", e ouviram-se ruídos e barulhos altos por todo o local. Após isso, tudo parecia estar acabado. O local onde ocorreu o exorcismo foi selado para que ninguém pudesse entrar.

Fontes alegam que, após isso, a família nunca mais fora atormentada novamente. Robbie cresceu feliz e normal, casando-se e ornando-se um pai de família.

Obviamente, muitos aspectos desta história até hoje estão sob discussão. Um historiador alega que encontrou evidências de que o tal exorcismo nunca ocorreu realmente, e que o próprio padre envolvido nos eventos dia que as coisas não foram bem assim, e inclusive alguns amigos de Robbie alegaram que os eventos eram exagerados e muitas das coisas que aconteceram podiam ser facilmente explicadas.

Os psiquiatras, obviamente, possuem suas próprias explicações para os fenômenos, entre elas Transtornos de Múltiplas Personalidades, Síndrome de Tourette, esquizofrenia, Automatismo, Transtorno Compulviso-obcessivo, histeria coletiva e até abuso sexual. Até hoje a história permanece inexplicada e não se sabe quais dos eventos realmente aconteceram e quais foram invenção. Nota-se, no entanto uma forte influência das crenças cristãs dos envolvidos, o que pode ter prejudicado o julgamento deles dos eventos, mas é aquela coisa, nunca se sabe.

Curiosidades:
- Robbie Mannheim/Roland Doe não são os nomes reais do garoto. O nome real sempre foi mantido em segredo, e até hoje não se sabe nada sobre a família, de onde vieram, e se ainda existem parentes vivos – ou se o próprio garoto ainda está vivo.
- O nome Robbie Mannhein foi dado pelo primeiro historiador do caso, Thomas Allen;
- Saint Louis é uma cidade americana do Missouri, onde Harriet, tia de Robbie faleceu;
- Christus, Domini, em Latim que dizer "Cristo, o Senhor".




Na próxima madrugada:
Damos uma pausa para mostrar algumas dicas de filmes para se ver no dia dos namorados no Dia dos Namorados Macabro. Depois, voltamos a falar de exorcismo (s)

Scott Pilgrim contra o mundo


Sabe aqueles quadrinhos que todo mundo comenta, diz que é bom, recomenda e você não dá a mínima? Seu amigo, em um papo de boteco, diz que o filme está para sair e que ficou meio com medo do Michael Cera interpretando o Scott, curtiu o figurino do filme e blá blá. E você louco para ele calar a boca logo, papo de fanboy cansa né?


Em uma tarde de domingo, sem nada para fazer, tu acessa um site qualquer, entediado pra cacete você vê uma chamada para o tal filme que teu amigo xarope estava falando. Custa nada dar uma olhadinha, né? A premissa da coisa é simples: o cara curte uma garota, mas para namorar com ela, terá de enfrentar seus sete ex-namorados do mal. Qualquer pessoa normal acharia ridículo um troço desses, mas não você, tu é nerd! E como tal, adora coisas bestas! Quanto mais nonsense a coisa é, mais interessado você fica e quando menos percebe, está fisgado!


Como está na Internet mesmo, resolve procurar saber mais sobre os quadrinhos, quem sabe não publicaram no Brasil, né? “Ta bom” você pensa, mas resolve procurar assim mesmo. Suas suspeitas estavam corretas, você detesta sempre estar certo: nenhuma editora publicou ainda no Brasil. Mas peralá, com o canto do olho tu nota um link para um certo blog estranho, uma névoa maléfica começa a emanar deste link nefasto, criancinhas começam a morrer antes de nascer só de aproximar o mouse: tem o quadrinho em scan! Fada do Carvalho, Scan é coisa do capeta! O Capitão América jamais baixaria scans! Não, você como bom trouxa capitalista, resolve que é melhor não mexer com essa coisa satânica, afinal Hélcio de Carvalho disse que quem mexe com isso vai direto para o inferno!

Mas e ai? Como faz? Não faz! Você até pensa em comprar o importado, mas desencana ao lembrar que é um pobre desgraçado cujo cartão internacional foi cancelado por falta de pagamento. Então desencana, foda-se! Eu não queria mesmo!


Então em um belo dia (mentira! Era noite, chovia e tava frio pra caramba!), enfim, um amigo seu te implora para acompanhá-lo no shopping, o cara queria montar uma fantasia de Rorschach e queria tua opinião para comprar os itens. Você nem quer ir, mas como o cara sempre foi gente boa contigo, resolve quebrar o galho do cara. Compra um sobretudo aqui, um pano branco, chapéu ali, sapatos e finalmente as tintas para fazer a máscara. Você reza a todos os deuses de Forgotten Realms para que ele não invente de te pedir ajuda para montar a porcaria da fantasia...

Vamos passar na FNAC, afinal vir aqui e não dar uma passadinha por lá é sacanagem né? Ele diz e você o acompanha secretamente xingando a mãe dele em klingon, pois tem medo do cara ser telepata, vai saber! Derrepente, sem avisos os céus se abrem! As nuvens se afastam em espiral, Dio começa a tocar rainbow in the dark enquanto o sol ilumina um gibi na prateleira: SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO! Você não pode acreditar, tomate cru! Em português! Sem pensar 10 em binário, agarra o livro e literalmente corre para o caixa! Lê o gibi como a muito tempo não lia: empolgado, de uma vez só, concentrado e rindo feito louco!


Ps: Quase esqueci da resenha: O gibi é FODA! Desculpem meu francês, mas não encontrei nenhuma outra palavra melhor. Comprem, pois foi o melhor quadrinho que li este ano!

Scott Pilgrim contra o mundo (vol 1 de 3), de Bryan Lee O´Maley, publicado pela editora Quadrinhos na Cia. Custa R$35,00. (Vale cada centavo!)

Que venha os logo os outros dois volumes!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Plantão do Monitor:Novidades em Escarlate


[Monitor.jpg]
A Warner confirmou que teremos filme do Flash(e de outros herois da DC) nos proximos anos.O que eu acho de tudo disso?Será uma decáda boa!Vejamos abaixo:

Como a seculos foi informado pelo IESB e finalmente confirmado pelo Heat Vision durante uma apresentação da Warner de seus filmes em 2011,foi confirmado que o proximo Batman realmente chegará dia 20 de julho,o Superman do Nolan no natal de 2012,e ainda o sinal verde para que o filme do Flash(finalmente) saia do papel e vá para as telas.

Bem,vamos aos fatos.o heroi do filme será certamente Barry Allen,e ele precisa de popularidade desesperadamente.Alguns xingam,outros elogiam(o Rebirth dele já começou a sair no Brasil,lerei e depois comento),mas a recepção dele perante o publico está mais dificil que Hal Jordan,por exemplo.pra mim,o defeito de Barry Allen é sua qualidade:ele é o velocista mais antiquado do mundo.Ele tem um pensamento de quem nasceu a duas decadas antes da dele.Mas em compensação,ele como detetive e heroi é brilhante.Etm um pensamento mais purista sobre as coisas que o Superman,mas é alguem que pode ser tão inteligente quanto o Batman.Em especial tem grande medo das novidades,sejam elas boas ou ruins.Decidiu ficar de fora quando iria lobomotizar o Dr Luz em Crise de Identidade,e agora enfrenta seus vilões no futuro,que são considerados a nova força policial.Entende o que digo?A graça de ver o personagem é ele encarando situações que estão fora de seu controle,porque são coisas que vão além do que acredita ou pode alcançar.Então aí,só lhe resta correr.Os ultimos rumores diziam que Greg Berlantti dirigira o filme,e em breve nossas perguntas serão respondidas na Comci-Con.

Mas não só isso foi anunciado lá,também foi dito que os filme da Mulher Maravilha,Aquaman e um com personagens da MAD também ganharão versões live-action.Meu palpite nesse caso é que seja Spy vs Spy,o que seria bacana pacas,mas só uma pessoa no mundo que poderia fazer Alfred E.Newman(RS):

Sobre Mulher Maravilha,como disse uma vez um amigo meu,é bem simples:você pega 300 e põe lesbicas nele HAHAHAHAHA.Brincadeira,mas o filme animado que saiu a alguns anos mostra que sim,tem como fazer algo bacana na telona.Mas minha preocupação é em relação ao Aquaman,porque sou fã dele(sim,eles existem O_o)e muitas pessoas só o vêm como o cara que fala com os peixes e coisas do tipo,o que é errado defini-lo assim.Ele não funciona como heroi de colant batendo em bandidos,mas sim como rei de 3/4 da terra.Ele vem de uma cultura que já pagou o preço por se achar superior a natureza,e vive soterrada no mar desde então.Ele sabe da capacidade do ser humano de ser filha da puta,e luta pelo direto de defender o ambiente que ele vive(no caso,o mar) das merdas alheias dos outros(as vezes em sentido literal),o que pode levar a mostrar certas cenas com tom mais politico(não no nivel aproveitador de Avatar,mas vocês entenderam),alem do fato que o mar esconde tantos misterios quanto o espaço,dá pra se criar um mundo inteiro debaixo do mar.Outra coisa,a sociedade dele está seculos a frente da nossa,ou seja,tudo por lá é mais evoluido,desde ciência até taticas de guerra e combate,ou seja,você e qualquer outra pessoa pode apanhar tensamente por Aquaman.Bem,mas temos varias interpretações do personagem,o conheci nos anos 90,mas basicamente é isso aí o que ele é hoje em dia,até antes de mandá-lo pra cova.Uma historia que acho que seria foda de mostrar nos cinemas é a fase do Peter David.lembrando que quem cuida do filme é a produtora do Leonardo DiCaprio.

Pra finalizar,Lanterna Verde vai ter uma serie animada(mas não foi confirmado se vai ser algo do zero ou se vão pegar o DCAU) e Jonah hex animado ganha suas primeiras imagens para seu DC Showcase,que virá junto com Under The Red Hood.Para os videosnovosdo filme live action,vá aqui.




Bem,acabamos por aqui pessoal,nos vemos semana que vem!E não se esqueça de votar na gente no TopBlog!

Esse post é dedicado a Stephen Perry,criador de clássicos da nossa infância como Thundercats e SilverHawks que foi morto após quase uma semana desaparecido.Ele estava com cancer,e com poucos trabalhos,ficou desaparecido a um bom tempo até ser achado...Dona Morte tá foda... =(



quinta-feira, 27 de maio de 2010

Zexta-Feira

No Zexta-Feira de hoje: Saiba quem está comandando a Seleção Brasileira, conheça alguns sósias que estarão no mundial, descubra os efeitos de um certo remedinho e abraços grátis e mais...

Dizem que o ápice de uma marca publicitária é quando você deixa de vincular o nome do produto e passa a ser reconhecido apenas pelo seu simbolo.
Vou exemplificar. Abaixo você consegue reconhecer a que marcas pertencem cada logo sem precisar ler o nome, isso porque elas são mundialmente reconhecidas:



Mas algumas (pouquissimas) marcas conseguem ir além dessa fronteira publicitária. Algumas marcas conseguem fazer propagandas boas de verdade, com um ótimo texto e ótimas ideias e o mais impressionante: sem usar absolutamente nenhuma referência ao seu produto. Os caras do Johnnie Walker são mestres nisso. Quem aqui nunca viu a propaganda do androide que foi vinculada por aqui por volta de 2007 e não sentiu um frio na espinha ao ver o término do vídeo? Se não viu, veja aí.



Se quiserem conferir outras campanhas publicitárias muito bem feitas, podem clicar aqui.
Uma é da Samsung, a outra da Coca-Cola e a última da Heineken. A Heinekem é a única que utiliza o bom humor como artifício, enquanto a Samsung faz um incrível vídeo do que poderia ser o Gambit oriental. Real ou fake? =/

Momento Copa do Mundo.

Sim, pessoas. Com a proximidade desse evento que acontece em poucos dias [e que faz todo mundo esquecer das eleições] podem se acostumar em ver coisas rápidas sobre a Copa por aqui, belezinha? Então tá bão.

É normal antes e durante essa competição mundial vermos todo tipo de listinha. Desde os jogadores mais bonitos [sem Beckham nessa Copa pra vocês, garotas] àqueles que ganham mais, ou que tem o maior número de gols, etc. Teve uma que eu achei bem legal que é uma espécie de " separados no berço " , hehehe...

Confiram aqui, ó.

O Muntari/Pelézinho e o Angel di Maria/ET fora os melhores. HuaHUAhuaHUahuAHUa...

Heil, Duga!

Me expliquem uma coisa: isso é uma pegadinha da Alemanha ou nós temos um certo Nazista na Seleção?

Já pensaram na conversa entre os dois?
" Então...e se convocarmos o Neymar e o Paulo Henr... "
" Nein! Nein! Nein! Nein! Nein! Convoca Grrafita! Convoca Grrafita!!! "
" S-s-sim, senhor! "

Abraços Grátis.

Local: micareta com Ivete Sangalo.
Soma da situação: abraços grátis + remédio pra impotência + shortinho de Lycra + garotas permissivas.



Aaaah, a receptividade do povo brasileiro é surpreendente!

Notícias Bizarras.

Eu gostaria que alguém me explicasse o que o pessoal do heroi.com.br anda fumando.
Alguém por favor leia essa matéria e tire alguma conclusão.

Agora vai! Belo vai ganhar biografia nas telas!

Depois nós é que somos desocupados.

A vida imitando a arte.


Dizem que no final dessa árvore tem um tijolinho invisível onde vc ganha 1up =]

Tio Bill, empresta uma grana?


Uma letra faz toda diferença.


Ah, qual é?! Eu daria 10 só pela criatividade.

MSN Uarévaa.


A situação era a seguinte: 3 Uarévers falando baboseiras no msn na mesma janela. Dois deles resolveram fazer isso via Skype enquanto o terceiro não queria pois dizia que estava "ocupado". Mas vejam só como é fácil convencer um colunista do Uarévaa.



Isso aí, pessoas do meu coração! Esse foi mais um Zexta-Feira.

Adié.

Princesa Amazona - Parte 1

No post anterior:
Criado pela necessidade e diretamente ligado à guerra fria, o Homem de Ferro sempre foi um personagem não tão famoso quanto outros da Marvel, mas que passou por muitas fases que fizeram a diferença nos comics e que merece figurar entre os grandes personagens de quadrinhos.




A mulher moderna dos velhos tempos

Ao anos 40 foram bastante promissores para os quadrinhos. Com o sucesso estrondoso de Superman, Batman, Namor, Capitão Marvel e Flash, os comics se encontravam em uma era de ouro onde não havia limites para a imaginação. Mas ainda faltava uma coisa: Um personagem feminino que fosse tão icônico para as mulheres quanto Superman era para os homens.

Em 1940, o psicólogo e inventor (sim, inventor) Willian Moulton Marston deu uma entrevista à estudante Olivia Byrne intitulada “Não ria dos comics”, onde descrevia o grande potencial educacional das histórias em quadrinhos. O artigo chamou a atenção de Max Gaines, que contratou Moulton como consultor educacional da National Periodics e All-American Publications (que futuramente se tornariam a DC Comics), e foi nesse período que o autor aproveitou para criar um novo super-herói. Originalmente, Moulton queria criar um super-herói que salvasse o mundo não apenas com os punhos, mas com amor. Por sugestão de sua esposa, fez desse personagem uma mulher e assim surgia a Mulher-Maravilha.

Publicada originalmente na revista All-Star Comics nº 8, a história mostrava um mundo totalmente dominado por mulheres fortes e independentes, a Ilha Paraíso, onde Diana crescera filha de Hipólita, a rainha das amazonas. Quando o avião do oficial de Inteligência americano Steve Trevor cai na ilha, a deusa Afrodite diz para as amazonas que é chegada a hora delas viajarem para o “mundo dos homens” e ajudá-los a enfrentar os perigos do Nazismo. Assim, uma competição é realizada para decidir qual das amazonas iria escoltar o militar de volta para o mundo dos homens e ajudaria os americanos na Guerra. Proibida de participar por sua mãe, Diana comparece à competição com sua identidade escondida, sendo a vencedora. Quando sua mãe descobre que sua filha foi quem ganhou a competição, não tem outra opção a não ser seguir as regras e mandar sua filha para a missão. Assim, Diana foi para o mundo dos homens, onde atuou sob a identidade secreta de Diana Prince, enfermeira das Forças Armadas americanas

Ao ser publicada, o autor explicou que a personagem era uma propaganda psicológica de um novo tipo de mulher que, segundo ele próprio, deveria “dominar o mundo”. Inclusive, o autor acreditava que as mulheres eram, de fato, superiores aos homens e que deveriam ser retratadas como tal de agora em diante.

A grande maioria dos vilões que a Mulher Maravilha enfrentara em seus primeiros anos eram relacionados aos nazistas, uma vez que essa era a ameaça que ela tinha sido enviada para ajudar os homens a enfrentar, mas as histórias também revelaram a vilania de deuses como Ares, além de diversos asseclas e seres criados/enviados por eles. Entre as poucas exceções de vilões que não eram relacionados aos nazistas nem a mitologia Greco-romana estavam Cheetah (Conhecida aqui como Mulher Leopardo), uma atriz com dupla personalidade e Dr. Psycho, um anão com poderes psíquicos (!). Mulher Maravilha se tornou um sucesso imediato e logo foi colocada junto aos grandes super-heróis da época.

Epílogo: Curiosidades
- William Moulton Marston é mais conhecido por ter inventado o polígrafo (mais popularmente conhecido como detector de mentiras);
- A inspiração para o “Laço da Verdade” da heroína, que força qualquer um a dizer a verdade, veio da invenção do autor;
- Nos primeiros anos, Marston assinava as histórias da Mulher Maravilha sob o codinome de Charles Moulton;
- A Mulher Maravilha, ao contrário do que muita gente pensa, não foi a primeira super-heróina dos quadrinhos. Esta posição vai para Fantomah, Black Widow e Invisible Scarlet O'Neil, todas criadas em 1940;
- Willian Moulton Marston era devotado às mulheres. De fato, gostava tanto delas que vivia uma relação poligâmica com Elizabeth Holloway Marston e Olivia Byrne;
- Superman e Batman, Mulher Maravilha são os únicos personagens da DC Comics publicados (nos EUA) continuamente desde suas criações, sem interrupções (com exceção de um brevíssimo hiato em 1986).


A seguir: Um novo tipo de Mulher Maravilha

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Especial "Como fazer Tiras?" - Entrevistas


Como vocês perceberam semana passada não teve a coluna por aqui.
Tô numa correria que nem deu pra terminar o post que tava fazendo sobre roteiros de tiras. Mas ele vai sair, pode esperar...
Pra não ficar com um hiato tão grande na coluna, resolvi publicar as entrevistas que fiz ao longo da pesquisa sobre tiras.
A primeira à aparecer por aqui é a entrevista que fiz com o roteirista Estevão Ribeiro, responsável por um recente grande sucesso em tiras que estão roalndo na internet, Os Passarinhos. O legal é que ela já fala um pouco sobre o esquema de fazer roteiros para as tiras...
Então vamos a ela!



Criador do personagem Tristão e autor do álbum "Pequenos Heróis", que é uma homenagem aos super-heróis da DC Comics, o escritor capixaba agora “ataca” de cartunista em seu mais recente sucesso, Os Passarinhos, e produz tiras bem legais que contam o cotidiano de dois pássaros aloprados!

Conversamos com ele pra saber como é seu processo para fazer as tiras e outras cositas más! Se você achou que a entrevista foi legal, não deixe de comentar ou passar para seus amigos pelo Twitter. Faça como os passarinhos, tweet!

1) De onde veio a idéia de fazer os Pássaros? Foi por acaso baseado no Twitter?

Estevão: Os Passarinhos foram criados enquanto eu esperava para uma reunião de roteiro num estúdio de animação. Enquanto eu esperava os produtores, rabisquei num papel o Hector, o personagem menor, tentando fazer um passarinho mais simples possível. Depois, vi se conseguiria fazer outro personagem para acompanhá-lo numa piada, só consegui pensar numa arara, num formato “reconhecível” para as pessoas. O design do Twitter influenciou pela sua simplicidade, pois anteriormente eu tinha produzido um espaço no Twitpic um passarinho do Twitter desenhando, então sim, os passarinhos tem como exemplo a simplicidade do design do Twitter.

2) Vc é muito conhecido como roteirista. Como é que foi assumir o controle da caneta nas tiras?

Estevão: Eu não diria “muito” conhecido, mas eu prefiro trabalhar com textos. Esse trabalho é praticamente um exercício iniciado em “Enquanto Ele Estava Morto...”, o meu primeiro romance, primeiro trabalho autoral que eu ilustro. Geralmente eu trabalho em parceria, mas o livro, por falar de mim e da minha família, achei que as ilustrações deviam ser de minha autoria. Com Os Passarinhos também penso assim. Só pra registrar: trabalhei na Editoria de Arte do jornal A Tribuna (ES) por quase cinco anos, então... mas não gosto do meu traço. Com Hector e Afonso acho que casou certo.

3) Como é a produção dessas tiras. Você as roteiriza antes de desenhar?

Estevão: Sim, geralmente roteirizo as tiras. Atualmente estou com uma frente de dez tiras roteirizadas em relação ao desenho. Quando tenho uma idéia eu a coloco na “fila de espera” e vou ilustrando de acordo com a disponibilidade de tempo. Geralmente ilustro duas por dia, além de fazer vez ou outra uma ilustração avulsa, para acostumar com o traço do personagem. O roteiro é simples, como o cenário quase não muda, eu descrevo quem estará no primeiro quadro, o tipo de enquadramento e a fala. Faço isso nos outros quadros, que geralmente variam entre um a cinco, sendo mais comum tiras de quatro quadros.

Exemplo: Tira 013


Hector apresenta a mala para Afonso.
Hector: Finalmente achei a mala de detetive do meu pai!
Afonso: Ah, O “mestre dos difarces”?
Hector metendo a cara na mala. Afonso observa.
Hector: Você vai tirar essa ponta de sorriso do rosto quando me vir em ação!
Hector de óculos, nariz, bigode e chapéu. Afonso observa.
Hector: Então, o que me diz?
Afonso com sorriso sacana para Hector.
Afonso: Sei lá, me deu vontade de comer batatas...

Cada ação (ou descrição) é um quadro, para evitar uma formalização excessiva. Como as descrições são simples, é perda de tempo escrever Quadro 1, Quadro 2, 3... talvez apenas um número na frente seja o bastante, mas eu me entendo bem assim.

4) Vc pensou num público-alvo para essas tiras?

Estevão: Pensei em escrever algo “acessível” para a maioria das pessoas que gostam das tiras do Garfield, Snoopy, Dilbert, Mafalda... É o que chamamos de “tira universal”. Tentar fazer uma tira que não seja datada, porque se você a coloca fora do contexto, fora da época em que foi concebida, o sentido pode se perder.
Acredito que a Mafalda seja uma das exceções. Quino conseguiu fazer tiras explicando a situação do mundo e da Argentina de uma forma que, ainda hoje, você consegue ler e achar graça, mesmo se você não entender o contexto. Às vezes perde-se a crítica, mas conserva-se o humor.

5) Qual é a mensagem que vc espera passar nas tiras?

Estevão: A tira é um convite à reflexão da amizade e do comportamento. Tento fazer com que pássaros vivam situações humanas e, dependendo da situação, os faço responder como simples pássaros e às vezes os faço responder como complexos seres humanos. Mesmo assim, é um convite bem-humorado aos dissabores da vida.

6) Por acaso existe a possibilidade dos pássaros serem auto-biograficos? Vc se inspira no seu cotidiano para criar algumas situações?

Estevão: Sim, muito até. Tento não ser tão autobiográfico, às vezes escrevo coisas que penso fazer sentido só para mim, mas quando mostro a um ou outro, vejo que não falo apenas de mim falo de gente comum. Procuro em mim uma forma de chegar às pessoas.



7) O q vc recomenda então, praqueles que tem interesse em fazer tiras?

Estevão: Primeiro, pense que, apesar de ser um trabalho artístico, é um trabalho! É uma rotina que deverá ser seguida até mesmo nos dias em que você não estiver a fim de escrever ou desenhar. As idéias existem aos montes, estilos de personagens, também.
Existem pessoas que trabalham com assuntos. A tira tem um nome genérico, como “A Vida É Bela” e faz tiras sobre isso. É interessante porque quase todo tipo de assunto cabe nas tiras. Mas se você criar um personagem, existe aí uma restrição de assunto e comportamento. Quando escolher por um ou outro, terá que levar em consideração se conseguira escrever sobre o mesmo assunto ou personagem por muito tempo.
Milsom Henriques trabalha com a personagem Marly há mais de vinte anos no jornal A GAZETA(ES). Todos os dias sai uma tira da solteirona tentando arrumar um namorado. Ele já inventou artifícios como um papagaio, um cão, colocou personagens... e assim mantém o mesmo tema, o mesmo personagem.

8) Em poucos dias de existência dos Pássaros, eles passaram para um patamar muito maior agora que serão publicados na revista MAD. Como é receber essa notícia?

Estevão: Foi gratificante, pois assim que eu escrevi as primeiras tiras dos personagens, pensei na MAD. Esperei juntar 18 tiras e mandei para o editor Raphael Fernandes. Eu já tinha escrito mais outras dez, então, me sentia confiante para mostrar o trabalho. O primeiro contato foi uma negativa, dizendo que não se interessavam por trabalhos seriados, uma tira esporádica. Mas eu já pensava em distribuição de tiras em páginas inteiras, então criei alguns assuntos que se estendem por mais de duas tiras, criando assim, uma página de quadrinhos fechada. Ofereci novamente o trabalho, desta vez com uma resposta positiva. Inclusive, precisaram da página para aquele dia mesmo, então, eu a colorizei e editei e no mesmo dia estava encaminhada para a diagramação.


(clique na imagem pra ampliar)

9) Dá um frio na barriga por saber que agora a produção de tiras provavelmente terá q aumentar?

Estevão: Bem, dá sim, mas quando eu me propus a produzir Os Passarinhos, eu esperava desenhar feito um louco, pelo menos no primeiro ano. Me sinto preparado para isso, vejo isso como um modo de vida e uma grande aposta, como todos os projetos que toco paralelamente.

10) Vc gostaria de deixar alguma mensagem, recado, jabá, etc?

Estevão: Claro! Primeiro, obrigado a todos que acompanham meus projetos. Seja o “Pequenos Heróis”, o personagem Tristão, e meu recente romance, à venda nas livrarias HQMIX e Comix (em São Paulo), na Leonardo da Vinci (no Rio de Janeiro) e na livraria Logos (no Espírito Santo). Não deixem de conferir os meus projetos em http://euriomuito.wordpress.com e acompanhem Os Passarinhos.
Tirinhas todas as terças, quintas e sábados no blog dos Passarinhos!


É isso aí, galera!
Não deixem de acompanhar essa série de entrevistas com os grandes autores da internet.
Semana que vem tem mais!

The Matrix Comics – Volume Um

Uaréview
por Rafael Rodrigues





O agora um pouco distante ano de 1999 foi quando eu tive acesso a uma experiência interessante. Sem saber absolutamente nada sobre o assunto, fui convidado para um encontro a quatro no cinema para assistir um estranho “filme de hackers” chamado Matrix. Mal sabia eu que este seria um grande sucesso do cinema e que o filme me impressionaria tanto.




Já faz um bom tempo desde que eu assisti Matrix pela primeira vez nos cinemas (11 anos, para ser mais exato) e que me deixei levar pela história de um mundo virtual criado por máquinas, e depois desse tempo, confesso que já não dava mais tanta importância assim para a história, principalmente depois das exageradas e desnecessárias sequências.

Mas então eis que estou no Do Arco da Velha, livraria e café aqui da minha cidade do qual sou freqüentador assíduo e encontro uma antologia que reúne diversas histórias inspiradas no universo de Matrix chamada The Matrix Comics – Volume Um. A arte da capa me chamou a atenção, mas como nunca julgo um livro pela capa (tu dum tss), só decidi comprar quando olhei a lista de autores que faziam aquela coletânea: Geoff Darrow, Bill Sienkievicz, Neil Gaiman, Ted Mckeever, John Van Fleet, Dave Gibbons, David Lapham, Peter Bagge, Troy Nixey, Paul Chadwick, Ryder Windham, Kilian Plunkett, Gegory Ruth e Spencer Lamm, além é claro dos criadores do filme, Larry e Andy Wachowski.

Com um time como esse de grandes nomes das HQs, não tinha como se decepcionar com o encadernado. E realmente não me decepcionei. São 12 histórias que exploram o universo criado no primeiro Matrix e me fizeram lembrar porque, há 11 anos atrás, eu me impressionei com o que havia sido criado para o filme, trazendo de volta todo o fascínio e empolgação que a produção havia despertado em mim da primeira vez.

As histórias, assim como seus criadores, são as mais variadas possíveis, mostrando desde eventos que precedem a criação da Matrix (“Fragmentos de Informação”, escrito por Larry e Andy Wachowski, com arte de Geoff Darrow), histórias passadas dentro da Matrix que pouco falam sobre o assunto (“Preocupando-se com as pequenas coisas, de Bill Sienkievicz) até histórias fora da história, brincando com quem não “entendeu” o filme (“Sacou?”, de Peter Bagge) e, é claro, histórias que exploram o mundo fora da Matrix e os rebeldes.

Esta coletânea me fez ver que, mesmo em um universo rico e criativo como o de Matrix, é preciso que uma história esteja em boas mãos para que seja bem executada. Infelizmente, ser explorado à exaustão e ter sido dado mais valor ao impacto visual do que à história propriamente dita fez com que o filme tivesse continuações cinemaográficas que não são tão dignas do universo criado originalmente.

Claro, é bem possível que os autores já imaginavam isso, tanto que o filme desde no seu lançamento, teve seu universo expandido para outras mídias, com histórias em animação (“Animatrix”, não deixem de ver, altamente recomendável), Games (Enter de Matrix) e os quadrinhos. E ter incluído os quadrinhos como meio para contar histórias foi ótimo para uma criação que tem a “alma” das histórias em quadrinhos, principalmente porque os autores desta coletânea não se limitam apenas a contar histórias, e sim a contá-las de formas criativas e utilizando-se daquilo que faz os quadrinhos serem tão fascinantes: sua versatilidade técnica. Golias, de Neil Gaiman – que é na verdade um conto ilustrado – é um bom exemplo.

Num momento em que as histórias em quadrinhos carecem de obras mais criativas, autocontidas e de qualidade, The Matrix Comics – Volume Um é uma ótima pedida.

Em tempo: fique atento às diversas referências que as histórias fazem à literatura (Como na história “Caçadores e Coletores”, que remete à Moby Dick), pensamentos orientais (“Borboleta” de Dave Gibbons), além é claro das referências aos próprios personagens do filme.


Nota: 9,5


Rafael Rodrigues um dia sonhou que era uma máquina, e por um momento não sabia se era um homem sonhando que era uma máquina ou uma máquina que sempre sonhou ser um homem. Na dúvida, serviu um café e colocou o dedo na tomada.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Momento Uarévaa

Lost: Um salto de Fé
Por Marcelo Soares


Foram seis anos, seis belos anos de suspense, emoção, dúvidas e mistérios, seis anos em que como um amigo próximo nos preocupamos, reclamamos, relacionamos com a vida de pessoas desconhecidas, que nem de fato existiam só em nossas imaginações, mas que já eram parte de nossa família. Seguimos sua jornada desde uma queda de um avião, um avião que levava pessoas sem rumo na vida, perdidas em seus problemas e em busca de uma esperança, um futuro, um propósito.

Aviso: Contém Spoilers


E não somos todos assim, não estamos sempre em nossa ilha particular procurando superar o mais novo obstáculo, aquela fumaça negra que nos derruba e tenta nos destruir de episódios em episódios de nossa vida, responder perguntas que a cada minuto surgem e a cada resposta novas e mais novas perguntas surgem, em um ciclo eterno que demora a terminar, mas termina só uma vez.

Lost não foi só uma série como tantas onde depois de um episódio comentamos algo, mas não fica ecoando em nossa mente. A série nos fez pensar sobre valores que hoje em dia são tão esquecidos. Nos fez fazermos perguntas fortes, como até onde iríamos para proteger nossos amigos, quanto vale um amor verdadeiro, até onde ser cético completamente pode nos prejudicar. 

John Locke logo no primeiro episódio diz que viu o centro da Ilha e ele era lindo. Hoje, sabemos que o centro da ilha não era só um lugar com uma luz brilhante, era o local de redenção, de salvação para vidas deslocadas. Durante seis anos vimos aqueles personagens crescerem, mudarem, se redimirem de seus erros e nós também, mesmo que um pouco só, mudamos com eles. Uns morreram para salvar a todos, outros se tornaram pais e mães, alguns deixaram de lado suas próprias convicções e ideologias por um bem maior, passaram a simplesmente acreditar, aceitar que nem tudo pode ser explicado e algumas coisas na vida são feitas em um puro salto de fé.


Locke era o homem de fé, aquele que rapidamente percebeu isso, mas era um homem só de fé, acreditava completamente. E já dizem os filósofos que é preciso fé cega e pé atrás. A fé completa pode nos cegar e fazer com que não enxerguemos as nuances que existem. Jack Shepard era um homem da ciência, um cético, alguém que sempre tinha dúvidas, mas que na Ilha buscava descobrir um propósito para sua vida, propósito esse que só surgiu quando ele passou a ter fé, a aceitar o desconhecido e esperar estar tomando a decisão certa e não ter certeza que está tomando.

Fé e dúvida, dois pontos inicialmente contraditórios, mas que se unem para guiar uma vida. E assim também foi com os fãs da série, que mesmo com dúvidas e medos tinham fé em Lost, acreditavam que no fim tudo se encaixaria. Claro que todos gostariam de saber mais sobre o conceito de uma fumaça ou sobre arquitetos de estátuas, caixas que caem do céu, regras mágicas, mas ao fim de tudo, percebemos que nunca foi sobre isso que a série falava. Na verdade, sempre soubemos, mas a curiosidade humana nublou em certos momentos nossos olhos. 

Lost sempre foi uma série sobre pessoas, especificamente sobre algumas pessoas que caíram de um avião e assim como a vida nos trouxe milhões de perguntas que nunca serão respondidas. Afinal, qual o prazer de se saber tudo, até mesmo John Locke que achava saber tudo se perdeu por conta dessa certeza. Foram emocionantes esses seis anos, tempo que pela primeira vez em minha vida discuti ardorosamente uma série. Esse também é um grande mérito de Lost, fazer com que o telespectador não seja mais tão passivo. Ele debateu em fóruns, participou de jogos de realidade virtual, criou teorias, enfim, não foi uma série qualquer
.

E agora ela terminou, mas não se acaba no fim, nós seguimos adiante para descobrir o que vem na próxima porta. Lost chegou ao seu desfecho junto com seus fãs e de uma forma fantástica, uma forma que valorizou seus personagens, respeitou aqueles que se apegaram antes de tudo aos sobreviventes do Vôo 815 da Oceanic Airlines. A ilha terminou com eles e nós também, quem sabe não os vemos em outra vida ainda, todos juntos e felizes. Pois, nunca saberemos o que o futuro nos reserva, e o fim sempre é um novo começo.