Social Icons

Pages

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ourang Medan - Uma História Real

“A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeiras.”
Albert Einsten





Tema Macabro




Entre 1947 e 1948, o navio cargueiro holandês SS Ourang Medan naufragou no mar. Mas não sem antes enviar uma mensagem para ser captada por quantos navios fosse possível. A mensagem recebida por diversos navios era uma sequência de informações ditas freneticamente via Código Morse, que informava que todos os agentes, incluindo o capitão, estavam mortos, deitados na casa de navegação e na ponte. “Provavelmente toda a tripulação está morta”, encerrava a mensagem. Uma segunda ainda seria recebida, e dizia simplesmente: “Eu morro”.

Após conseguirem triangular a posição do cargueiro, levou algumas horas para um navio finalmente conseguir alcançá-lo. Uma equipe pequena embarcou no Ourang Medan, que parecia intacto. A equipe chegou à ponte, onde um rádio tocava e vários membros do navio, incluindo o capitão, estavam mortos. Outros cadáveres foram descobertos na plataforma de carga, incluindo um cão congelado. Nenhum sobrevivente havia sido encontrado a bordo.

Mas o mais assustador de tudo era a forma como os corpos jaziam mortos: Encontravam-se todos congelados, olhando para cima na direção do sol, com os braços estendidos, as bocas abertas e um olhar de horror imenso nos seus rostos. O autor da mensagem também fora encontrado, na sala de comunicações, também morto com os olhos bem abertos e os dentes arreganhados. Não havia sinais de ferimentos ou lesões em qualquer um dos corpos. A tripulação de resgate tentou entrar na baía de carga, mas uma pequena explosão de origem desconhecida os forçou a abandonar o navio e, poucos minutos depois, o Ourang Medan afundou rumo às profundezas do oceano.

Esta é, sem sombra de dúvidas, uma das histórias mais assustadoras já registradas e tidas como real (se não A mais assustadora). O que terá acontecido com a tripulação do Ourang Medan? Criaturas sobrenaturais? Alienígenas? Distorções espaço temporais?

Existem várias teorias que tentam explicar o que de fato aconteceu com o cargueiro até hoje, mas não há um consenso sobre nenhuma delas. Uma das teorias aponta para um carregamento nocivo, como cianeto de potássio, nitroglicerina ou quem sabe até material radioativo, mas é claro que a teoria mais popular (não entre os céticos, é claro), envolve o avistamento de uma nave alienígena e de um possível ataque por algum motivo ignorado.

Mas, correndo o risco de decepcionar aqueles que adoram um mistério, é possível que o Ourang Medan sequer tenha existido. De fato não há registros de um navio com esse nome, e a primeira menção à ele (e não por acaso também á história do seu naufrágio) data de 1952, numa revista publicada pela Guarda Costeira dos EUA. No entanto, nem a palavra Ourang nem a palavra Medan são de origem holandesa, sendo elas de origem Malaia ou Indonésia. Alguns justificam a falta de registros colocando Ourang Medan como um nome fictício, sugerindo que o cargueiro pudesse estar levando carregamento ilegal. Todas as investigações feitas até hoje não chegaram a nenhuma conclusão sobre o que aconteceu, pois ninguém conseguiu determinar até hoje se o cargueiro de fato existiu.

Atualmente, muitos especialistas acreditam que este pode ser um típico caso que aqui conhecemos como “telefone sem fio”, ou seja, uma história com algum fundo de verdade que, ao ser contado para outras pessoas, foi exagerada e chegou à história como a conhecemos hoje. Ainda assim, o mistério permanece. E provavelmente permanecerá por muito tempo.

Curiosidades:
- Ourang é a palavra malaia e indonésia para “homem”;
- Medan é capital da província da Sumatra Setentrional, na Indonésia;
- Não há um consenso sobre a data do ocorrido; Enquanto em alguns registros o ocorrido data de junho de 1947, outros posicionam o incidente em fevereiro de 1948;
- Até onde eu sei, não existe nenhuma obra de ficção de nenhuma mídia que tenha explorado esta história (se existe e alguém conhece, cite nos comentários).


Na próxima Madrugada:
Um acidente radioativo fez dele o defensor dos fracos e oprimidos... E protagonista de um dos maiores clássicos trash de todos os tempos. Na próxima semana, conheça (ou relembre) o Vingador Tóxico.

Esperando o Superman (2010)

 
Heróis existem para nos salvar de problemas que não podemos dar conta sozinhos. No passado, em uma época mais ingênua, personagens como Superman traziam uma real esperança para milhões de crianças que assistiam seu programa de TV com George Reeves, e esperavam que ele surgi-se em seu socorro quando precisassem. Infelizmente, nosso mundo não conta com um Superman, e nossos problemas só nós mesmos podemos resolver. É sobre isso que o documentário Waiting for Superman nos fala, como só com conhecimento, luta e real interesse podemos melhorar a educação mundial. 

Em um mundo de estatísticas, números, planos que não dão em nada e discursos falidos, o documentarista Davis Guggenheim (Uma Verdade Inconveniente) nos lembra que todas essas estratégias educacionais na verdade têm nomes: Anthony, Francisco, Bianca, Daisy e Emily, cujas histórias são a base do documentário. Enquanto acompanha um grupo de crianças ávidas para estudar, colocadas dentro de um sistema que não estimula elas e seu desenvolvimento acadêmico, Guggenheim realiza uma análise exaustiva da educação pública nos EUA. 

Vemos nele como é engendrada a máquina administrativa educacional americana, desde o formato de entrada em escolas públicas, o ciclo feito por alunos a cada novo nível de uma escola para outra pré-determinada, as expectativas desses alunos, de seus pais, o histórico de sucesso ou não de formatos adotados por diferentes centros de ensino, como o governo tratou ao longo dos anos a questão, as brigas políticas entre órgãos (como sindicatos dos professores e diretores escolares), números, gráficos, depoimentos, enfim, é uma obra bem completa sobre o panorama de ensino naquele país.

Um dos pontos que mais gostei do filme é ele não apelar para a planfetagem, como é bem comum na obra de Michael Moore, por exemplo, e de uma forma bem coesa, de bom senso, mostra as interconexões existentes que fazem com que a situação esteja no caos e complexidade que está. Nele podemos ver como uma mãe mesmo lutando todo dia para pagar uma escola particular para sua filha, por acreditar que assim ela terá mais chances, não pode nem ver a sua garota na solenidade de colação de grau por atraso nas mensalidades; ou como um sistema de estabilidade para os professores os viciam em serem educadores medíocres, são tantas questões que faz você se perguntar: se nos Estados Unidos, um dos países mais ricos do mundo, a coisa está assim, o Brasil terá alguma chance de salvação? 

Mas, a coisa mais absurda desse sistema americano, e que nunca tinha ouvido falar e fiquei realmente chocado, é a formula realizada quando o número de alunos inscritos as vagas para uma escola pública supera o número de vagas: é realizado um sorteio público, com direito a bolinha, com números correspondentes a cada pretendente a vaga, dentro de uma redoma de onde ela é tirada. Isso mesmo, um bingo, a definição do futuro de uma pessoa feita em quanto de sorte ela está no dia. E você achando que vestibular é algo injusto hein?!

O filme recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Sundance em 2010 e merece ser visto com todo cuidado, ainda mais se você é alguém realmente preocupado com o futuro da educação no mundo e das crianças, que poderão ser seus filhos quem sabe.


Título Original: Waiting for Superman
Gênero: Drama / Educação / História Contemporânea
Duração: 111 min
Lançamento: 2010

domingo, 27 de fevereiro de 2011

PalhetadA

1990 foi uma época fantástica nas rádios, sempre vou sentir saudades de quando eu ligava o rádio e ouvia "Estão prontos para mais um lançamento? Vamos ouvir agora Freak, com Silverchair!"



Como muitas bandas nascem por ai, o Silverchair começou numa sala de aula, formada inicialmente por 4 amigos de sala (Daniel Johns, Chris Joannou, Ben Gillies e Tobin Finanne) e tocavam....rap!! É sério, tocavam rap.

Daniel num belo dia comprou uma guitarra, Tobin achou bacana e comprou a sua, Ben se meteu a comprar uma bateria e Chris ficou com a missão do baixo. Como toda banda de moleques de colégio, ninguém sabia tocar porra nenhuma! O nome "Innocent Criminals" (primeiro nome da banda) era uma gritaria nos ensaios, nada sincronizado na música, uma beleza pros vizinhos!

Depois de um tempo Tobin foi morar na inglaterra e abandonou a banda, nas primeiras apresentações eles tocavam covers como Black Sabbah, Led Zeppelin, Deep Purple, imagina a belezura que saia...rs.

Começaram a fazer um som bacana e resolveram participar de uma promoção de uma rádio local, e o vencedor teria o direito de gravar um CD e produzir um Vídeo-Clipe e ter a sua música rolando na rádio!

Então "Tomorrow" aconteceu.



Com esse som ganharam o concurso, gravaram o CD, fizeram o clipe e rapidinho assinaram com uma gravadora e finalmente se batizaram definitivamente como Silverchair e já lança seu primeiro single "Tomorrow"!

Em 95 lançam o segundo single "Pure Massacre" que também faz um sucesso legal, gerando uma ótima expectativa para o primeiro CD da banda "Frogstomp" (o mais vendido da banda até hoje, 2,5 milhões de cópias em todo o mundo.) Foi gravado em apenas 9 dias man!! A banda inteira tinha apenas 15 anos!

"Freak" sai do forno em 97 mas não vende tão bem quanto o primeiro, mesmo tendo os sucessos "Cemetery", "Freak" (no vídeo lá em cima) aqui em baixo vamos com "Abuse me"



A molecada estava com a corda toda e acertaram a sua primeira turnê, mas acompanhados dos pais e professores, por que com essa vida de Rock Star estavam TODOS de recuperação na escola! AHUaHuahauAHuahuahauaHUahuaHuahuAhauhauAHua....é sério!!

Abriram show do Red Hot Chili Peppers na tour, nada mal hein? Com a fama a banda foi taxada de cópia do Pear Jam pelo primeiro clipe gravado (Tomorrow, lembra não? ¬¬) Dizem que existem muitas semelhanças com o clipe "Jeremy" do Jam. Confere ai e compare você mesmo.


Detalhe que o mesmo diretor dirigiu os dois clipes...rs.

Não bastando essa comparação Daniel Jonhs, sofre com diversos problemas de depressão de anorexia, tendo freqüentado clínicas de tratamento frequentemente. O Cara não come carne de jeito nehum (gay?) e é contra qualque tipo de abate de animais ou qualquer coisa que agride o meio ambiente.

1999 sai o terceiro albúm da banda, "Neon Ballroom" com mais três sons bacanas "Anthem for the Year 2000", "Ana's Song" e "Miss You Love" vamos ver os dois primeiros...





2002 lançam o "Diorama" muito falado pela crítica como o melhor álbum da banda gravado, mas graças aos problemas de saúde de Daniel Johns, além dos já citados o cara tem artrite, a banda nunca executou as músicas ao vivo. Uma pena!

Mais clipes?





Let´s Rock
Duende Amarelo

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Podcast Uarévaa #35 - REDES SOCIAIS


TÁ ME SEGUINDO?

Hoje temos Freud, Zenon, Duende Amarelo, Shazam, Vini e o convidado especial Tiago Cordeiro, o Bugman do Melhores do Mundo, papeando sobre história, utilidades e "pérolas" das Redes Socias!

Sorte de hoje: Você descobrirá coisas curiosas.. NA CAMA!!




(Clique na imagem com o botão direito do mouse
e depois em "Salvar link como..")


Clica ai pra assinar o RSS e passar a receber
o Podcast Uarévaa "tomáticamente"!!



E tamo até no iTunes, rapá!!!




Comentado no Podcast

- Cuidado ao pesquisar sobre o Uol Kut no Google...

- A comunidade favorita do Bugman no Orkut: AQUI

- SAFADEZA PURA no Orkut: AQUI

- Nostalgia pura.. Conheça a falecida Comunidade do Chat MDM: AQUI

- Conheça o Orkutonauta: AQUI

- Confira outros posts do Uarévaa sobre redes sociais: Resenha do filme A Rede Social, Twitter Sincero, Freud se explica e ouça AQUI o programa de rádio que o Moura participou sobre o Twitter.


Tá seguindo o Tiago? Não? Então contate ele AQUI.

 Tá seguindo o Uarévaa? Então acompanhe:

ORKUT - FACEBOOK - TWITTER - TWITTER DOS MEMBROS


Comente ai no post ou mande seu e-mail (contato@uarevaa.com) com críticas, elogios, sugestões, cagações de regra e tudo mais sobre nosso podcast...

..OU ENTÃO NOS XINGUE MUITO NO TWITTER!!

CinemaScope: Ghost Dog, O Caminho do Samurai


O CinemaScope deste fim de semana vai continuar o assunto da semana passada com um filme que mostra bem a idéia de culturas, sejam elas parte do mundo opo ou não, se cruzando e coexistindo criando algo novo, e porque não, espetacular.Esta semana vamos falar de Ghost Dog: O Caminho do Samurai.



Ghost Dog é um filme dirigido e escrito por Jim Jarmusch (Flores partidas, Dead Man, Sobre café e Cigarros) e foi lançado no ano de 1999. A historia é o seguinte: Em Jersey City, um assasino Afro-Americano segue o Hagakure, a filosofia e estilo de vida dos samurais. Ele mora sozinho, na simplicidade, somente com pombos-correio como companhia, e é chamado nas ruas de "Ghost Dog". Seu mestre, que salvou sua vida há oito anos, faz parte da máfia local. Quando a filha do chefe da máfia é testemunha de um dos trabalhos de Ghost Dog, ele torna-se dispensável. As primeiras vítimas são as suas aves, e em resposta, o assasino vai em encontro a seus atacantes, mas não ele não quer prejudicar o seu senhor ou a moça envolvida. Na ocasião, ele fala com seu melhor amigo, um haitiano de língua francesa que vende sorvete no parque, e com uma jovem garota com quem ele discute livros. Será que ele pode permanecer fiel ao seu código? E se ele faz, qual é o seu destino?

O filme se passa em um ambiente urbano, mas todos seus personagens remetem algo do passado ligado a atualidade.Temos de mafioso fãs de Public Enemy, uma mulher com problemas psicológicos fã de desenhos animados classicos (Pica-Pau, Pernalonga), e claro, o personagem principal, um matador de aluguel que seja um filosofia oriental antiga, e que ao mesmo engloba todos os aspectos dos outros personagens em certos momentos chave do filme.

O filme mostra que tudo está interligado e é influênciado pelo o que há a seu redor.E o fato da tecnologia estar nos deixando cada vez mais proximos (afinal, o filme foi feito em 99) começava a mostrar que todos tinham contatos com todos, apesar de não necessariamente entendermos o que falamos, todos podiam estabelecer amizades.Mostra que o mundo é influênciado pelo passado e pelo presente como se fosse um só moldando assim o futuro, que por coincidência só pode ser feito se as velhas regras forem postas a prova.

Mostrando que não só o cinema se recicla para criar algo novo, mas a sociedade em si precisa olhar para trás para andar para frente, não só socialmente, mas em sua integridade.Por ser um meta-filme, ele ultiliza de outras midias para não denunciar sua posição, usando livros, musica (especialmente hip-hop) e televisão para construir um espelho para tornar aquele mundo real, além de utilizar outras influências visuais e narrativas, que vão de Tarantino a Looney Toones e engloba tudo isso como formas genuinas de arte. Destaque também para a trilha sonora matadora de RZA.

Ghost Dog é um dos melhores filmes da virada do século e mostra bem não só o futuro do cinema, mas também como estamos vivendo, cada vez mais interligados e com trocas constantes de influências, e como isso molda nosso carater e o porque da importancia dos estilos de vida se cruzarem.

Nota:9.0

Titulo original:Ghost Dog: The Way of the Samurai
Ano de lançamento:1999
Dirigido por: Jim Jarmusch
Com:Forest Whitaker, Henry Silva and John Tormey
Estúdio: Artisan Entertainament



A volta ao mundo em 8 bandas: Língua Espanhola

Nicodemus tá de volta, agora com bandas que hablam espanhol. Muy Bueno! Disfrute y envíe tu post también, el envío de texto e imágenes a nuestro e-mail contato@uarevaa.com.

Olá senhores leitores do Uarévaa! Como sabem, além de exigir podcasts de música, há outra coisa que faço por aqui! Qual? Perguntam-se os mais desatentos. E eu os respondo: posts na coluna do leitor com bandas esdruxulas interessantes para chegarem aos seus ouvidos.

No post de hoje (seja lá quando hoje for) o assunto é música em língua espanhola, de bandas predominantemente latino-americanas, ou seja a onda hoje é prestar atenção no que anda acontecendo nos vecinos.



Los Saicos – Peru



Ouça bem a canção, um punk bem 77 não? O problema é que está canção é de 1964!
Sim, Los Saicos são os pioneiros do punk, com uns 10 anos de antecedência mesmo falando-se de proto-punk. Isto que é música periférica, senhores!
Em 2010 saiu um documentário chamado Saicomania sobre eles. Eu ainda não vi, mas minha filha viu, e disse que é muito bom.

Attaque 77 – Argentina


Attaque77 ou A77aque é a principal nome do punk argentino, e um dos principais nomes do rock argentino. Estra canção do vídeo é uma cover de “Amigo” do Roberto Carlos.

ÉlMató a unPolicía Motorizado – Argentina


A minha favorita de todas essas, fazendo um noise-punk o ÉlMató, é uma destas bandas fantásticas que você nem sabe nem bem o que falar. Letras fantásticas e mínimas, uma trilogia de álbuns num clima pós-apocalíptico num clima meio Romero de ser (e tem até o clipe de “Dia de losmuertos” nesta onda).Enfim, quem gosta de SonicYouth e rock alternativo vai adorar, quem não, acho difícil.

Turbopotámos – Peru


Esses rapazes de Lima, se autodenominam Skabilly, e são apontados como a grande revelação de Rock Latino-americano. Têm músicas muito legais, embora não tenha gostado do último álbum.

Los Mentas – Venezuela


Rockabilly meio engraçadalho.


Ska-P – Espanha

Esse vídeo está com a incorporação bloqueada, só mesmo indo AQUI pra ver.

Umas das mais importantes bandas de skapunk do mundo, acabou em 2005, dando origem ao The Locos formada pelo ex-integrante Pipi.

Los Miserables – Chile


Punk imitando Ramones, como muitas na América do Sul.

Danteinferno–Uruguai


Faz um rock alternativo, numa onda shoegazer.

Bônus: Tierra Santa - Espanha


Esta banda foi me indicada no twitter pela @milateos, é uma banda de metal o que pode felicitar ao fãs do estilo (Não é muito a minha onda).
A canção é um poema "musicado", escrito por Jose de Espronceda, um ícone do romanticismo espanhol. Boa banda, valeu @milateos!


Então senhores, volto em breve com esta coluna. Foi difícil escolher apenas oito bandas, mas tomei o cuidado de não botar 50 bandas do mesmo país (tenho muita coisa da Argentina e do Peru, os melhores no assunto). Indiquem também suas bandas e peçam um podcast de música nos comentários.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Vencedor


Durante toda a nossa vida buscamos ter sucesso nos caminhos profissionais que escolhemos, muitos tem a condição de fazer uma faculdade – mesmo que a forma que se entra não concorde tanto, mas isso é outra história – contudo, para outros tantos, o esporte é a única possibilidade de algum lucro e futuro. E foi no esporte, mais especificamente no boxe, que Dicky Ecklund (Christian Bale) buscou sua sorte, e até teve seu momento quando enfrentou o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa.

O problema é quando um instante de fama sobe a cabeça da pessoa, olha que sso acontece muito, e ele passa a viver só daquele momento, acumulando amigos não muito produtivos e vícios tão destrutivos quanto. No outro lado do ringue está Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, que tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a deixar a influência familiar e tratar a carreira de forma mais profissional.

Problemas familiares sempre rendem filmes interessantes nas mãos de bons roteiristas e diretores, e quando a história é baseada em fatos reais, como nesse caso, ajuda muito mais. O filme dirigido por David O. Russell nos coloca no meio de uma família com sérios problemas de relacionamento: uma mãe controladora que valoriza mais um filho do que ao outro, irmãs que vangloriam a mediocridade humana de só falar mal e nada de fato fazer,  um irmão drogado que atrapalha a vida de todos e um homem que tenta sair de dentro desse espiral de caos e fazer algo importante da sua, tanto para sua satisfação quanto por sua filha.

Tenho que ressaltar também o quanto a presença de uma mulher centrada pode mudar a vida de um homem. Vemos isso em Charlene, bem interpretada por Amy – mais conhecida do público nerd pela Charlotte de Lost, uma mulher que abandonou faculdade, vive como garçonete de bar, mas que não deixa se perder e apoiar Micky.

O vencedor nos transporta para os anos noventa, a história se passa em 1993, e toda cultura de roupas, cabelos, e postura do inicio da década nos Estados Unidos. Até citação a linguagem da MTV tem, e um Dicky submerso num mundo de drogados que lembra o saudoso Kids. A direção é bem feita por Russel, utilizando algumas vezes uma estética televisiva para representar as lutas, uma montagem dinâmica quando tem que ser, mas, algo me incomoda no filme. Não sei se é porque ele é muito parecido em temática com outros filmes de superação (Rock, O Lutador, etc.) ou ainda por falar de drogas e famílias complicadas como outros tantos falaram.

Talvez, o que mais chame a atenção e o carisma do filme seja o Dicky de Christian Bale: magrelo, hiperativo, contraditório, e muitíssimo bem interpretado, provavelmente um dos – senão o – melhores trabalhos do ator. Mostrando que nem só de grandes heróis (como Bruce Wayne e John Connor) ele pode viver. 

O Vencedor não irá mudar sua vida, não irá fazer você ver de forma diferente um tema que ele trabalhe, mas, lhe trará uma boa biografia de alguém que deixou o ego e fama lhe destruir e busca no irmão redenção. Merece ser visto e admirado.


Título original: The Fighter (2010)
Direção: David O. Russell
Elenco: Mark Wahlberg, Christian Bale , Amy Adams, Melissa Leo.
Duração: 114 min
Gênero: Drama

Crise Final: Uma Análise - Parte 2


Na edição anterior, Grant Morrison iniciou sua visão do mundo super-heroístico da DC Comics enchendo-o de simbolismos, mistério e auto-referencias. Nessa edição ele cai em mais alguns conceitos interessantes pouco explorados nas histórias da editora e no próprio universo sci-fi de heróis de colante. 

Edição 2:
O Armageddon bate as nossas portas
"Nós salvaremos o mundo da nossa maneira"

Uma das coisas que sempre reclamei, e ouvi outros reclamando, nas histórias de super-heróis no geral, independente de editora, é o monopólio dos Estados Unidos da América com esses personagens. Tudo sempre acontece lá, só conhecemos o mundo “do olhar para o próprio umbigo” deles, mesmo em uma sociedade cada vez mais multicultural e interconectada. Morrison nessa edição já inicia com um pé na porta, mostrando todo um mundo novo dos super-heróis japoneses.

Até emulando uma linguagem mangaká, com cenas entrecortadas diagonalmente, o autor nos coloca dentro de um universo repleto de cores, movimento, agitação e uma típica noite de balada superheróica em um clube, até me lembrou um pouco o filme Wasabi. Logo, vemos os novos grandes heróis locais, o Super Time Jovem (de dia salvando a cidade e a noite bebendo e dançando em um bar de heróis), lidando com a repercussão de suas atividades – um breve confronto de gerações (novo x velho) que acho que o Morrison tendencia para o novo – e a puerilidade de confrontos metahumanos nesse universo. É o escocês colocando em xeque a, que já nos parece eterna, onda de lutas em cima de lutas, sem nenhum sentido, dentro dos quadrinhos.


Outro ponto interessante ainda nessa parte da história é a colocação de uma personagens coadjuvante que expressa um pensamento bem morderno, adaptado para esse mundo cool de superseres: 
Toda a minha vida eu esperei ser uma atração. A transformação do Homem em propaganda. Espírito dentro do brinquedo. Quando ele entenderá que ser fantástico é um superpoder em si mesmo.
Eu só consigo ler isso como uma critica, ou simples exposição de uma realidade, a cultura que vinga muito nos tempos atuais de celebridades, exposição pessoal a todo custo, em se tornar uma propaganda ambulante de si mesmo, ainda mais com o mundo  online e as tais redes sociais. O autor retrata uma nova geração, a mesma que vai a boates como a da história, se veste com símbolos de ídolos, muitas vezes querem ser que nem eles, e, assim, na minha opinião, perdem até sua própria identidade. 

Então, chegamos a Shilo Norman. Em Sete Soldados da Vitória, em uma história que na época não fazia sentido nenhum para quem lia (tá, ainda nem faz tanto hoje em dia), Normam nos surge como um antigo substituto de Scott Free como o herói escapista Senhor Milagre. Com Crise Final, podemos intuir que o ocorrido em Sete Soldados foi algo passado após a Guerra entre os Deuses do Quarto Mundo e antes de Crise, ou uma simples realidade futura acessada pelo personagem de alguma forma. Nessa edição, ele aparece em Tokyo como um tipo de milionário, com ares de policial de filme antigo (afinal, a banca, roupa e até a forma de mostrar a caixa materna não lembra alguém se apresentando como oficial?), buscando reunir supers japoneses, o que só no futuro descobriríamos o porque.


O interessante de ver Shilo como uma versão de policial, é perceber como a saga tem esse ar de mistério não só na busca de solucionar um assassinato, mas também em relações autoritárias. Com a chegada dos Lanternas Alphas (criação também de Morrison dentro das histórias dos Lanternas Verdes, tipos de supervisores dos xerifes espaciais) vemos um típico embate de jurisdição que sempre vemos em seriados televisivos investigativos, como CSI, Lei e Ordem, etc., achei bem pertinente e até uma forma de tornar reconhecível algo para um público que também deve ver esse tipo de série.

Mais uma coisa legal na aparição dos Lanternas Alphas, em especial a Lanterna Kraken, é a informação de como funciona o corpo dos Novos Deuses: “O corpo de um Deus é em maior parte energia, se sublima sem um sinal”. Isto é, ele após morto, retorna para a Fonte e se torna novamente energia cósmica, uma possível analogia de Morrison ao que ele pensa que acontece com nossa essência após a morte.

“Nós somos armas falantes dos Deuses"
Wally West

Ainda no ponto das analogias, ressalto o caso Bludhaven. A cidade, antes morada de Dick Grayson como Asa Noturna, foi destruída quando um vilão nuclear foi jogado de um avião e, literalmente, explodiu o local, deixando pessoas com mutações bizarras, assim, a cidade virou um deserto nuclear e um problema a ser resolvido pelas autoridades. E é lá, nesse inferno na Terra, que Morrison posiciona o QG de recuperação dos Deuses de Apokolips. Como não vermos, primeiramente, toda uma relação com os atentados sofridos pelos Estados Unidos e pelo mundo afora? Mas, indo mais longe, como não conectar essa opção do autor com uma ideologia bem pertinente: onde existem zonas de guerra, discórdia e destruição, é lá que o grande mal está!

Ainda sobre esse ponto,  vemos um tipo “easter egg” curioso: o mesmo Padre que na edição anterior falava sobre o fim do mundo e como a salvação estava distante, agora aparece bradando:

O resto da edição é mais uma peça de movimentação da história. Temos um Hal Jordan sendo preso pelos Lanternas Alphas acusado de assassinar Órion e tentar matar John Stewart, numa rememorização dos tempos de Parallax e Zero Hora; um Batman sendo atacado e seqüestrado por Kraken, dominada pela Vovó Bondade – e mais uma vez um clichê básico de histórias de mistério: o traidor dentro do grupo de mocinhos.

Além disso, um ataque ao Planeta Diário, onde Lois Lane fica gravemente ferida (e surge a desculpa para o Superman ser desviado da linha principal de eventos, um roteirismo, já que o Super sozinho resolveria alguns pontos futuros da guerra que se aproxima). E por último, o primeiro momento polêmico da saga: O retorno de Barry Allen, o homem tido com morto em Crise nas Infinitas Terras retorna para de fato conectar essa Crise Final como uma continuação da outra. 

Olha, sinceramente, e pelo que se vê no decorrer da história, acredito que o Morrison não queria isso e foi imposto pelos superiores, já que era o grande evento do ano e tinham essa vontade de trazer o Barry de volta, então, porque não juntar os dois. É controverso, ainda não gosto da idéia.

A única forma que o Morrison pensou de encaixar isso foi fazendo-o ressurgir saindo da Poltrona Mobius de Metron, um artefato que aparenta ter propriedades de transitar entre dimensões, e ainda criando um plot do velocista estar tentando segurar/impedir uma bala lançada através do tempo. A mesma bala que descobrimos ser a que acertou Órion e se fixou no concreto do cais do porto cinqüenta anos antes do fato.

Um fato curioso é que quando Barry retorna, além de acompanhado da bala, quem o persegue é o Corredor Negro, a personificação da morte de acordo com os conceitos criados por Jack Kirby para o Quarto Mundo. Tal fato é bem coerente até não é? Barry não morreu na primeira Crise, sobreviveu de alguma forma (só explicada em Flash Renascimento) correndo fugindo da própria morte. Uma idéia muito legal, pelo menos para mim.

E, assim, chegamos ao final da segunda edição de Crise Final, mais uma peça do xadrez posta antes da grande jogada do lado negro do tabuleiro!

No próximo post: a investida do mal contra o mundo e a aliança do Rei Branco e suas peças.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um trailer fodástico, o fim das guitarras de plástico e a gata dos games


Bom, como ninguém se manifestou sobre a periodicidade dessa coluna no blog no último post e já que estamos falando de games, ou seja, de tecnologia, coisa que evolue muito rápido e absurdamente possui informação quase todos os dias, achei que seria legal manter uma coluna com pelo menos dois ou três posts por semana.
Fora o fato de não ter mais tempo para pesquisas da minha outra coluna (da qual ainda não tenho certeza que continuará) e nem pro meu próprio blog que tive que dar um tempo, ainda contando com a ajuda dos outros membros desse blog safado, vou dar continuidade a pelo menos essa que trata de um assunto bem legal e meio defasado por aqui, GAMES!
Então é isso. "Estarteia" aí e divirta-se... se for capaz.



Duas notícias bombaram nessa semana na internet, das quais não poderia deixar pra depois. A  primeira é sobre o trailer de Dead Island. Um vídeo fantástico de um game desenvolvido pela empresa polonesa Techland e que fala sobre a nova febre do momento: ZUMBIS!
Sem dúvida é um dos melhores trailers de games já produzidos no mundo! Simplesmente ficou muito fodaço!!! Confira comigo no replê:



O jogo Dead Island é um survival de horror envolvendo uma infestação de mortos-vivos num resort  Papua, Nova Guiné e a diferença de tantos outros games ou filmes sobre o assunto é justamente o cenário.  Nunca tinha visto algo (tirando o final de Madrugada dos Mortos) algo relacionado à praia ou a uma ilha.
Nesse jogo, tendo em vista o cenário, o jogador tem que se virar para matar os zumbis com o que tiver a mão. Cadeiras, garrafas, pedaços de pau, machado, etc. até porque não há nenhuma loja de armas e munição num resort.
Serão vários personagens para os jogadores escolherem, como a família que aparece no trailer ou até um  rapper chamado Sam B. Segundo a desenvolvedora do jogo, Dead Island trará elementos de RPG, como skill trees e leveling, com visão em primeira pessoa e multiplayer cooperativo para quatro jogadores.
Esse projeto também retornou dos mortos, pois surgiu em 2007 e "morreu" por falta de alguém que produzisse e disseminasse ele. Será distribuído pela Deep Silver e tem lançamento previsto ainda para este ano, com versões para PC, PlayStation 3 e Xbox 360.

A segunda triste notícia é que os guitarristas de plantão terão que aposentar suas guitarras de plástico. Pelo menos aqueles que jogam Guitar Hero. 
A Activision anunciou que as séries Guitar Hero e True Crime foram canceladas e não devem ter mais jogos. Isso aconteceu devido ao péssimo desempenho de Guitar Hero: Warriors of Rock, que vendeu apenas 86 mil unidades em sua primeira semana nas prateleiras – comparado a 1,5 milhão de unidades de Guitar Hero III. Junto com a série, suas franquias derivadas Band Hero e DJ Hero também foram canceladas.
O suporte com DLCs continuará ainda por tempo indeterminado e os lançamentos previstos para fevereiro serão lançados. No entanto, a produção de novas unidades dos jogos e dos periféricos foi parada, de modo que o jogo deva ficar cada vez mais raro. Ou seja, corra pra comprar a sua guitarra, se ainda não tiver uma! Pelo menos é isso que eu vou fazer...


 
E pra matar as saudades dos nerds de uma das maiores musas gamers do Brasil, Luiza Gottschalk, aí vai um vídeo mííííítico que fala sobre a estreia do X-Box 360 no Brasil e a mesma lenga-lenga sobre pirataria e impostos que vem desde aquela época!
Curtia muito o Combo, Fala mais Joga, mas sempre achei uma ideia de girico colocar alguém pra ser entrevistado enquanto jogava. Geralmente não saía nada que preste...
 



Bravura Indômita


O gênero faroeste foi um estilo de filme que fez muito sucesso em um passado que já nos parece muito longe. Obras do mestre Sergio Leone fizeram a cabeça de muitos adoradores dos embates de vida e morte com um revolver e a astúcia como arma. Em Onde os Fracos Não Tem vez, filme que incrivelmente ainda não assisti, os Irmãos Coen fizeram um tipo de western mais moderno, agora, eles caem de vez na época e gênero com o seu Bravura Indômita.


A história nos traz um conflito bem típico do estilo de filme: A jovem de 14 anos Mattie Ross (Hailee Steinfeld), decidida a vingar a morte do pai, contrata um federal (ou como ficou na memória afetiva de todos que acompanharam muitos faroestes: um Marshall), Reuben "Rooster" Cogburn (Jeff Bridges). Ainda se acrescenta a caçada o ranger texano LaBoeuf (Matt Damon). E a triade improvável, também um clichê básico de westerns, está feita.

Contudo, se você for procurando (como até eu fui um pouco) uma história repleta de embates, caçadas a cavalo, charetes ou coisas tão vistas em obras assim, não irá encontrar. Os tiroteios estão lá sim, os desafios sob a luz do sol frente a frente também, mas, o ponto focal do filme é a relação entre um velho e decadente cowboy e sua contratante/discípula/amiga/ “namorada”. O uso de muito diálogo, do fortalecimento do contraste entre os personagens, servem para fortalecer ainda mais suas relações,e a dureza dos sentimentos no velho oeste.


Os Coen com uma direção aprimorada nos trazem belos planos, uma narrativa atrativa, daquelas que nos mantém ligados no filme do inicio ao fim, e um apurado humor cínico dos personagens que cativam desde o primeiro momento. E não poderia deixar de falar de Hailee Steinfeld, a garota vingativa mais carismática dos últimos tempos. Com uma atuação impecável, bem realizada, Steinfeld coloca na tela a determinação de alguém que quer vingar o pai, mas, ao mesmo tempo, sua bondade inerente, medo, ingenuidade, arrogância, inteligência, religiosidade e descoberta de um mundo novo, não é a toa que foi indicada a melhor atriz coadjuvante para o Oscar.

Bravura Indômita é baseado no romance de Charles Portis, é um remake de um filme homônimo de 1969, contudo, consegue ser único, distinto dos dois, uma visão impar de um período histórico com uma sensibilidade afiada, boas atuações, trilha sonora. Porém, algo me incomodou ao fim da película, sem soltar muitos spoilers, todo filme me pareceu feito para se chegar a uma das cenas próximos do final, e, isso, não me desceu muito – apesar da cena ser bonita, simbólica e forte.

Mas, tirando isso, a obra merece sim ser apreciada, admirada, elogiada e até expandida, ainda mais em tempos que faroestes não são mais tão atrativos aos produtores hollywoodianos.



Título Original: True Grit
EUA , 2010 - 110 minutos
Faroeste
Direção: Joel e Ethan Coen
Roteiro: Joel e Ethan Coen, baseado no romance de Charles Portis
Elenco: Hailee Steinfeld, Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

The Saga Of Biorn

Momento Uarévaa
por Shazam

Salve salve simpatia! Hoje eu to que to, e vou aproveitar o gás e postar mais uma animação xubiduba!


The Saga Of Biorn from The Animation Workshop on Vimeo.


O Garoto Verme

Sushi de Sardinha

Salve salve simpatia! Hoje pego carona no assunto do Rafael e trago pra vocês um mangá de horror. Se você leu a Metamorfose e curtiu, clica ai no leia mais e confira comigo no replay!

No mangá, a historia é centrada em Sanpei, um garoto solitário e incompreendido que é perseguido na escola e maltratado em casa. Seus únicos amigos são seus bichos de estimação, que são em sua maioria insetos, aracnídeos e répteis.
Em um dia normal de sua vida, Sanpei é picado por um verme vermelho estranho, e isso muda sua vida para sempre: Ele sofre uma metamorfose lenta e aterrorizante que o transforma em um inseto gigante e grotesco.

A transformação que sofre não é apenas física, e um novo mundo se abre para ele, levando-o a inúmeras aventuras na natureza, nos bairros decadentes, nos esgotos da cidade, e também a uma viagem de autoconhecimento. Mas engana-se quem acha que Sanpei esqueceu de todos os maus tratos que sofreu antes e depois da sua transformação. Com sua nova concepção do mundo, ele parte para vingar-se de todos.

Comparar o garoto verme com a Metamorfose de Kafk é automático e lógico, pois ambos tratam de solidão, rejeição, sobre diferentes pontos de vista que os humos se encontram, sobre mudanças e o medo que grandes mudanças causam. A historia escrita por Hideshi Hino vai um pouco além e mostra o que acontece depois que o garoto resolve sair de casa. Essa visão de Hideshi deixa a historia muito boa, e aliando o clima tenso proposto por Kafk e a arte de Hideshi, deixa o Garoto Verme como uma das melhores quadrinhos de terror que eu já botei minhas mãos.

O garoto Verme (毒虫小僧 Dokumushi Kozō, no original) é escrito e desenhado por Hideshi Hino, Formato: 14 x 21 cm, 208 páginas e foi publicado no Brasil pela Zarabatana Books, e você pode comprar aqui.

Referencias: Nos esgotos de Tóquio.
Baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaanzai lol

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A Metamorfose

“Quando Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama transformado num inseto monstruoso”
A Metamorfose






Tema Macabro




A realidade é limitada. Fato. Seja por nossa incapacidade de perceber a grandiosidade do universo, seja por nossa sociedade auto-preservacional que nos impede de explorar nossos limites, precisamos convir que estamos sempre, de alguma forma, presos a leis e regras (da sociedade, da física, da família, da religião e assim por diante). Não é à toa que as pessoas são tão fascinadas por histórias, principalmente histórias que fogem da realidade convencional. É o único momento onde podemos, pelo menos temporariamente, nos livrar das amarras da realidade e vislumbrar um mundo que só é possível na ficção. Bom, na ficção e nos sonhos.

O austro-húngaro Franz Kafka entendia muito bem esta triste constatação humana. Provavelmente por isso suas obras mais conhecidas tratam justamente de mundos burocráticos e limitados que se confrontam com acontecimentos peculiares e de tom onírico. E é sobre uma das obras do autor, uma das mais tristes e perturbadoras histórias que eu já li, que falarei hoje: A Metamorfose.

Escrito originalmente em 1915, a Matamorfose (Die Verwandlung no original) segue a história de Gregor Samsa, um jovem e relativamente bem-sucedido caixeiro viajante, que acabou por ser o provedor da sua casa, sustentando toda a família (os pais e a irmã mais nova). Sua vida era bastante comum, e até feliz, uma vez que, por mais que de certa forma tenha deixado sua própria vida de lado em função da família, era algo que aparentemente se sentia satisfeito. Um dia, como outro qualquer, Gregor acordou depois de estranhos sonhos e percebeu que havia se tornado um inseto monstruoso. Sem saber o que aconteceu, e tendo que se acostumar ao seu novo corpo, Gregor e sua família acabam se vendo obrigados a lidar com tal situação totalmente absurda e assustadora.

A Metamorfose é uma história curta, que logo de início já diz a que veio. Logo na primeira frase do livro, Gregor já se descobre transformado. E a partir daí, a história segue com Gregor e a família tendo que lidar com a estranheza da situação. E não demoramos muito a perceber que esta não é uma história comum como a maioria das outras, por isso é importante citar que, para quem não leu o livro ainda, se você é do tipo que precisa de uma história mastigadinha e que explique absolutamente tudo o que acontece, nem se dê ao trabalho de ler esta história.

O que realmente torna a história interessante é que ela parece, de fato, um sonho. Com certeza vocês já devem ter sonhado com alguma situação completamente absurda, da qual vocês ou seus conhecidos têm que reagir a ela, e por mais que aquilo parece sem sentido, durante o sonho, ela passa a ter sentido e a fazer parte da realidade, sendo que aos envolvidos cabe apenas reagir à situação da forma que reagiriam “normalmente” (na falta de um termo melhor). É justamente essa a sensação que eu tive ao ler A Metamorfose.

Mas se olharmos além da situação temos, nas entrelinhas, muitas discussões interessantes sobre a vida, sobre pontos de vista, sobre nossas limitações como seres humanos, as imposições da sociedade que acometem a todos e a dificuldade de se superar mudanças. Com tudo isso, A Metamorfose torna-se uma obra atemporal, surreal, dramática, perturbadora e triste. E por isso altamente recomendável.

A Matamorfose pode ser encontrado hoje numa edição publicada pela Companhia das Letras, ao preço de R$ 16,90 (no Submarino, pelo menos). É um preço muito barato a se pagar pela experiência que é ler uma obra dessas.

Curiosidades:
- Existem diversas adaptações desta história em diversas mídias. Uma delas é uma adaptação em quadrinhos produzida por Robert Crumb;
- Gregor Samsa também é o nome de uma banda de rock formada em 2000;
- Bad Mojo, jogo de computador de 1996 tem sua premissa levemente baseada em A Metamorfose.


Na próxima Madrugada:
Uma dos mistérios mais apavorantes que já se teve notícia... E é uma história real. Na próxima semana, conheça Ourang Medan - Uma história real.

127 horas


O ser humano é eternamente pautado por um binômio: coragem e medo. Durante toda sua história esses dois sentimentos o guiaram seja para enfrentar feras na pré-história e sair vitorioso ou para fugir e sobreviver por mais um dia. Enfim, desafios e obstáculos a serem superados fazem parte da própria existência humana.

Foi o que Aron Ralston, alpinista, engenheiro mecânico, filho, irmão, ex-namorado, descobriu em 2003, quando sozinho, em uma gruta em Utah, Estados Unidos, teve sua mão presa por uma rocha e passou cinco dias a beira da morte. E é o que descobrimos com a adaptação para o cinema de seu livro: 127 horas.

O filme com direção de Danny Boyle (Quem quer ser milionário?) inicia exatamente na preparação da viagem de Aron (James Franco) até as montanhas rochosas onde pretende escalar o cânion Blue John. Boyle aproveita esses momentos iniciais e usa de sua já conhecida estética clipista e nos transporta para como o personagem é isolado, auto-excluído de convívio com familiares e amigos. 

Ele também usa o instante para mostrar o quanto a cidade é caótica e barulhenta e como isso vai diminuindo à medida que o personagem se distancia dela, provavelmente, com a intenção de nos colocar no ponto de vista de Aron: alguém cansado do movimento da cidade e buscando a calmaria e “selvageria” do deserto. Franco nos traz um homem ousado, que acredita, realmente, que pode superar tudo, é mais experto que o resto das pessoas e não precisa de ninguém. 

Contudo, tudo desmorona quando desce por uma apertada gruta e uma rocha fica presa entre sua mão e pulso. Sem conseguir se soltar só resta a Aron documentar em vídeo sua angústia, relembrar momentos marcantes de sua vida e tentar fugir da loucura provocada pela escassez de comida, água e estresse. Durante quase uma hora e meia vemos todos esses momentos sofridos, desde a sua adaptação a situação, planejamentos de planos, desesperança até o limite. Mas convenhamos, apesar da história ser emocional e instigante de ser acompanhada não seria nada sem a atuação inspirada de James Franco, em uma interpretação que a mim, pelo menos, convenceu que realmente ele é um bom ator.

Acostumado ao garoto chorão de Spiderman, me pego surpreso com a evolução que Franco demonstra nesse filme. Indo do cara descolado autosuficiente, do “guia” simpático e carismático, do alpinista confiante, até o ser humano fraturado não só fisicamente quanto na alma frente à iminência de não sobreviver.

127 Horas é um filme sobre esse ser humano mesquinho, egoísta, que precisa aprender lições para ver o que de fato importa, um filme sobre fragmentos de vida, de momentos belamente colados por Boyle – e parabéns a montagem que leva a obra a um patamar de excelente não produto audiovisual – e no fim, um filme sobre nós, sobre um mundo em constante movimento, onde detalhes podem fazer toda a diferença. 



Título original: (127 Hours)
Reino Unido, EUA - 2010
Direção: Danny Boyle
Elenco: James Franco, Lizzy Caplan, Treat Williams, Kate Burton, Amber Tamblyn.
Duração: 93 min
Gênero: Drama