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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Rio Comicon


Olhai!! Rio Comicon!! O velhinho Freud aqui foi um diazinho lá e, mesmo já tendo se passado um bom tempo, vou puxar pela memória aqui o que vi pra contar procês.

Pra começo de conversa, se esse post te interessou e você não viu o vídeo que fizemos de lá, confira AQUI, pois esse post é complementar ao anterior. A ótima exposição do Manara, os painéis com artistas diversos, a maioria dos stands... tudo isso já tem lá.

Pois então, estive lá na Comicon apenas no sábado, dia 13/11, queria ter ido outros dias mas realmente não deu. Ao chegar, fiz um rápido reconhecimento do local e fui direto para a "plataforma dos artistas", onde convidados davam autógrafos em algumas mesas. Por lá estavam Laerte (lindamente trajado de vovozinha)  e Angeli numa mesa e Rafael Grampá em outra (junto com os gêmeos ou com outros artistas que não reconheci? Minha vaga lembrança tá faiando...). Tinham eles e... filas pra conseguir os autógrafos.

Como eu não estava na fissura de pegar fila pra colecionar autógrafos (embora tenha levado meu Mesmo Delivery pra pegar o do Grampá, mas acabou que nem tentei), passei batido e fui lá pro fundão da plataforma pra conhecer pessoalmente a cambada do MDM. Lá eles pagavam de celebridades, atacados por uma multidão ensandecida de fans histéricas (err... na verdade eram duas pacatas garotas apenas) e também distribuiam autógrafos (é serio, Bwahahahaha), ou seja, estragavam o programa da Comicon dessas meninas com seus rabiscos. Bom, elas que pediram, né?

Change, Ultra, Mallandrox e Nerd Reverso estavam lá, e foi legal conhece-los pessoalmente. Por vezes alguns deles me mostravam pra algumas pessoas e diziam: "Ele também, olha aqui... Ele agora é do MDM." e eu disfarçava olhando para trás e perguntando "Onde? Quem?", preocupado em me resguardar do mundo desvirtuador da vida de celebridade.

Estevão Ribeiro e Mário Cesar autografando, e Salimena ali do lado

O mais legal foi que, além de conhece-los, eles estavam no fundão da plataforma por um bom motivo: era o "lançamento de Pequenos Heróis"!! Entre aspas mesmo, porque o sempre camarada Estevão Ribeiro e quase toda a galera que fez Pequenos Heróis estavam lá numa mesa improvisada, pois a organização babacamente não prestigiou o lançamento da hq. Lá pude adquirir minha cópia desse trabalho pelo qual estava bastante curioso e, ai sim, recheá-lo de autógrafos da trupe toda.

Geral autografou meu "Pequenos Heróis"!


Fui então na Livraria da Travessa, encontrar o Danilo Beyruth (que já gravou 2 podcasts conosco e tal e vc já ta cansado de ler isso aqui no blog, rs..) para cobrar meus prometidos autógrafos e desenhos nas minhas cópias de Necronauta e Bando de Dois, e trocar uma idéia.

Danilo autografando minha cópia do Necronauta..

 ..e o resultado, muito legal.

Não podia faltar a cabeça no Bando de Dois também.

O curioso e que até pra entrar no stand da Livraria tinha fila, brincadeira... E não pense que tava dando doce lá não!! Perguntei a funcionária se havia alguma promoção ou desconto especial para o evento e a resposta foi negativa. Beleza então, deixo pra comprar pela internet de uma livraria do Rio de Janeiro, porque pela internet eles dão desconto.... Foda, né?

O Manara também estava lá, diante de uma fila quilométrica de autógrafos e eu, como bom repórter, não lembrei de tirar uma foto sequer da grande celebridade do evento, rs

Passei tambem no estande do Quarto Mundo, para cumprimentar o Cadu Simões e deixar uma boa graninha em troca de algumas hqs do coletivo que eu já queria comprar faz tempo, mas que a dificuldade de encontrar aqui no Rio sempre atrapalhou. No stand "dos Gêmeos", eles e Rafa Coutinho também estavam vendendo e autografando suas hqs, e adquiri as comentadas Atelier e Taxi, respectivamente autografadas.

Mais uns rolés pela feira, gravação do "famoso" vídeo aqui pro Uarévaa, fui então pro "Istandi do MDM", uma mesa de chopp onde eles e uma boa galera, entre leitores e artistas, chegavam pra bater um papo e tomar uma cerva. Acabei não filmando essa parte pois já estava escuro demais. Mister Lopes (Emerson Lopes) , House MD, Magus 10 e seu filho vestido de Superman que deu show mandando um haduken pra galera, Danilo Beyruth, Cadu Simões, Léo Finochi... são alguns dos muitos que estiveram por lá nessa hora, com certeza houveram outros que a cerveja e a idade não me permitem recordar. Lamento.

Um tarde legal, num evento que, por ser o primeiro ainda tem um bocado a melhorar, mas que espero ter chegado pra ficar. O saldo final foi esse abaixo: um bocado de hqs que pretendo ir resenhando assim que possível.


Das que eu já li só vou gastar uns poucos caracteres nesse post elogiando Ato 5, pois já foi resenhada AQUI. Aguardem resenhas das outras hqs.

E vejo vocês na próxima Rio Comicon!!

André Matos Solo


Hoje a coluna do blog para evitarmos a fadiga traz um texto bacana (quem fala isso ainda hoje em dia?) da @Thatily (é, mandaram botar só isso mesmo!).

Mande o seu post tambem!! Envie DJÁ seu texto e imagens (em arquivos separados ok persons?) pro "De fora da panela", através do e-mail contato@uarevaa.com.


Olá , galera do Uarévaa!!!! Foi com um grande prazer que aceitei o convite do nosso queridíssimo Duende Amarelo, para participar do “De fora da Panela”. Sabendo que sou uma grande apreciadora de Metal melódico e Rock progressivo, perguntou-me se eu tinha interesse de escrever sobre o Show da Banda André Matos Solo, que fui à última sexta-feira dia 19/11/10! Mas que pergunta...É claro! Sou fã de carteirinha, tiete mesmo...


Acompanho o trabalho do André Matos desde a época que ouvi pela primeira vez “Carry On”, de um CD que peguei emprestado de um amigo do colégio. No mesmo CD tinha “Lisbon”, me apaixonei profundamente pelas músicas, daí pra frente fui atrás de conhecer mais, ouvir os CD´s, ver os vídeos-clipes, gravações de shows e etc.E foi a partir daí que fiquei mais instigada a conhecer mais bandas de metal melódico e me apaixonar cada vez mais pelo estilo. Antes de falar do show, vou falar um pouquinho sobre o trabalho do André Matos, para quem não conhece nada mais além de alguns de seus “gritinhos”, como alguns falam rs.

Falar de André Matos é falar de um músico completo. Nascido em 1971, André começou a estudar piano e música aos 10 anos de idade. Ainda na adolescência, formou o Viper, banda com a qual alcançou precoce reconhecimento internacional. Dedicou-se por vários anos a atividades relacionadas ao canto como tenor lírico e hoje é um maestro, compositor, arranjador, orquestrador, cantor lírico e popular (com tessitura vocal de tenor lírico leggero), multi-instrumentista (piano e teclado) e letrista brasileiro, em cujo currículo profissional ainda constam a experiência como professor de técnica e interpretação vocais e inclusive um trabalho como ator melodramático. Não é atoa que é consagrado como um dos melhores vocalistas e tecladistas do rock pesado mundial.

Banda Viper em 1985 Banda Angra em 1990 André Matos que já passou pelo Viper, Angra, Shaman e ainda participa de alguns projetos como o “Avantasia” e o “Virgo”, está desde 2007, com a Banda André Matos Solo que apresentou o primeiro álbum “ Time to be free” e o segundo “ Mentalize” lançado em 2009.

Dai vocês perguntam: “Banda? Mas não é um projeto solo?” Não, não é! A Banda levou o nome do vocalista para que o público não encarasse como um recomeço, uma banda com um novo nome, mas sim uma seqüência de tudo o que foi feito por ele, e ao lado de pessoas que participaram desta tragetória, como o caso do Hugo Mariutti (guitarrista), do Fabio Riberio (Teclado) e do André Hernandes (guitarra). Apenas o Eloy Casagrande que não. Ele é o menino prodígio que com apenas 16 anos provou que era capaz de tomar posse das baquetas de uma grande banda.

Mais do que um mero projeto solo é uma banda solo, com esta característica mais sólida e duradoura. Banda André Matos Solo André Matos está sempre em transformação musical. Integrações, mesclas, experimentações, por isso que, no Angra, estava incomodando muito com a questão do título: “banda de metal melódico” e ter que continuar a trabalhar com essa limitação. Tanto que no Shaman, o cenário se tornou mais progressivo com arranjos de várias guitarras e sons regionais.

Apesar de que, André matos acha que essas segmetanções de estilosos, ocasionada pelo acesso que se tem nos dias de hoje, uma grande besteira. Pois na época que começou a cantar, na década de 80, não existia isso. Era tanta escassez de informação para quem gostava de música pesada, que se curtia de tudo. Diz ele que, no primeiro show do Viper, cantou Metallica, Iron Maiden, Motörhead...Enfim, um pouco de tudo. Em seus consagrados 20 anos de carreira, Andre Matos e banda reafirmam sua importância no Brasil e no exterior, como um dos nomes mais respeitados na cena atual.

Curiosidades sobre André Matos:

- Ele fala 6 idiomas;

- Já foi bibliotecário e entregador de Pizza;

- Por ser míope, Andre ja caiu várias vezes do palco;

- A cicatriz que ele tem na testa é por causa de uma guitarrada que levou do Kiko Loureiro no palco durante um show. (não foi de propósito!! ele tava fazendo um movimento com o cabo da guitarra e não viu o Andre), sangrou pra caramba!!

- Como ele não enxerga direito, uma vez caiu em um buraco no palco e sumiu, continuou cantando no chão.

O show O show da Banda André Matos Solo aconteceu na última sexta-feira dia 19/11/10 no SESC de Santo André. O que foi muito bom, pois o valor do ingresso do show foi de R$16,00 (inteira). Chegando ao Local meia-hora antes do horário do início do show, me impressionei a falta de tumulto e filas. Tudo estava muito bem organizado e galera já lá presente estavam de boa no espaço do show, umas na cantina lanchando. Achei interessante também o número de pessoas mais velhas e criança para assistir o show. Isso comprova que, a música e o talento da banda agradam várias gerações. Com um pequeno atraso de 10 minutos, eis que o show teve início com “Leading On”. André Matos entrou no palco vestido como um “Lord Medieval”, com toda uma postura e imponência. Na seqüência, foi “I Will return” que animou a galera. (faixa mais forte de seu novo álbum “Mentalize” )



Na sequencia veio “Rio” e “Mentalize”...Uma pegada mais pesada, nem todo público estava vibrando, pois muitos ali estavam com a ansiedade de ouvir logo quais seria os grandes sucessos do Angra e do Shaman que a banda iria tocar.

A exaltação foi geral quando começou a introdução de “Fairy Tale”, uma das músicas mais esperadas e com certeza, cantada em coro por todos. Apesar de esquecerem de arrumar o microfone do André e ele ter que parar no meio da música rsrs



Eu fiquei encantada e deslumbrada com a performance e presença de palco que André Matos tem. Totalmente entrosado com o resto da banda, suas caras e bocas, jogadas de cabelo e malabares com o microfone dá todo um charme para o show...Ele sabe o que faz! Ele interpreta suas músicas. Acho que devido o fato de terem pessoa mais velhas no show, não foi presenciado aquele usual empurra empurra. Mas dentre a molekadinha que tava no show, claro que não podia faltar aqueles comentários do tipo: “Kadê o Aquiles, chama o Aquiles” ou “Toca Raul". Em ótimo clima o show seguiu com “How Long” , “Reason” e “The Myriad”. A música ”Sublime to Oblivilon” veio para a alegria dos mais antigos que vibravam com os sucessos do Viper.

E foi então que, uma das músicas que o público estava aguardando veio... “Lisbon”! Também do Angra, foi tocada “ Holy Land” e “Carry On” que com certeza foi a mais cantada pela galera. E assim, me perdoe Edu Falaschi... Essa música só é um tesão quando cantada pelo André Matos. Numa pausa, o pequeno Eloy mostra o porque foi escolhido por André Matos, o garoto manda muito bem na bateria. Também tivemos direito a uma Jam dos músicos com a “Another One Bites To Dust” do Queen, enquanto André apresentava a banda.

O encerramento se deu com “Endeavour”. Esse foi um momento que me emocionou muito! A banda toda tocando a música e ao final, na parte instrumental, enquanto a música ainda rolava, um a um foi parando de tocar e saindo do palco, deixando apenas o André Matos sozinho, continuando a tocar a musica no teclado...Cena totalmente emocionante, confesso que arrepiei ao vê-lo sendo deixando sozinho palco ao som melancólico do teclado. A luz foca nele e ele encara o público. E sem palavras alguma o que aquela cena quis dizer foi: “Simm, mesmo sozinho o André Matos é o cara!!! É isso aê galera, espero que tenham gostado, pois adorei estar escrevendo sobre isso e juro que tentei não ser tão tiete, na medida do possível! Abraços

Set List:

Intro Leading On I Will Return Rio Mentalize Fairy Tale How Long (Unleashed Away) Reason The Myriad Prelude To Oblivion Lisbon Solo de bateria Holy Land Unfinished Allegro / Carry On —– Another One Bites To Dust (apresentação da banda) Endeavour Fotos do Show: Cezar Augusto Vídeos do Show: Leomar Souza e Tilico Corp

PS: "Aaahh is me esquecendo, neste sábado passado, no Blackmore...durante a apresentação da banda SoulSpell, encontrei-me com Edu Falaschi, um dos produtores da banda e num bate papo tranquilo entre fotos e autógrafos, comentei do Uarévaa e da famosa corrida de Kart e ele falou que ta esperando um convite pra correr no Interblogs com o Uarévaa hein?"

Edu Falaschi e @Thatily

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Maldições – Gênese

"Profanador do Aónio santuário,
Lobisomem do Pindo, orneia ou brama,
Até findar no Inferno o teu fadário!"

Bocage





Tema Macabro




A dualidade do homem é, desde os tempos imemoriais, tema das mais variadas histórias e estudos. Seja a dualidade homem/deus, homem/mulher, homem/monstro, homem/animal ou outras, é um conceito que sempre nos fascinou. Mas desses temas, um que sempre foi bastante discutido e até hoje é motivo de debate é sobre as inclinações humanas contra nossos instintos animais. O que faz de nós “melhores” (com ênfase nas aspas) que outros animais? Porque nós somos civilizados? Será que ao longo das eras os ser humano evoluiu para destruir tudo aquilo que o assemelhava aos animais, ou apenas trancamos nossa criatura selvagem interior em uma prisão mental que, cedo ou tarde pode ser aberta? Se é assim, não estaríamos na verdade reprimindo instintos naturais que deveriam ser colocados para fora ao invés de trancafiados nos fundos de nossa mente?

Nossa herança animal, desde que o homem a descobriu, sempre nos assombrou como uma maldição. Tanto nossos instintos básicos como sobrevivência e reprodução quanto nossa ira e a capacidade de cometer atos selvagens como assassinato nos causa medo pois, por mais naturais que sejam podem, dependendo da ocasião, nos levar a lugares inusitados e terrenos perigosos. Essa dualidade humano social/humano animal é um elemento indissociável da sociedade moderna, mas não é um tema novo. É, de fato, um dos temas mais antigos da civilização racional e é personificada na forma de uma criatura que muito permeou as lendas e as histórias humanas: O Lobisomem.

As histórias mais antigas dessa lenda remontam à Grécia Antiga, não por acaso na aurora da civilização racional (ocidental), onde o homem passou a questionar os mitos e passou do meio rural para a criação do estado democrático. Mas, assim como os vampiros, os mitos relacionados aos lobisomens são encontrados em diversas culturas através das eras, com suas diferenças, mas mantendo certas características comuns entre si. Em síntese, um lobisomem é um ser humano capaz de transformar em lobo ou em uma versão antropomorfa de um lobo. A origem de tal transformação varia de lugar para lugar, mas em geral são atribuídas à lenda um caráter sobrenatural e/ou profano e a transformação atribuída à maldição ou punição divina.

Entre as diversas versões relacionadas ao mito do lobisomem ou aos aspectos relacionados a lobos e a transformação em animal, podemos citar as européias (os Lycanthropos na Grécia, os Loup-Garou na França, os Werewolf na Grã-Bretanha/EUA, os Werwolf na Alemanha e o Varulv na Dinamarca/Suécia/Noruega, apenas para citar alguns), que contam com histórias de homens que podem se transformar em lobo (ou em urso, dependendo da versão), via sobrenatural, castigo divino ou maldição; entre os índios nativos americanos, temos a lenda do Skin-Walker (literalmente, “os que andam com peles”), pessoas que podem se transformar em qualquer animal que deseje, desde que esteja vestindo a pele do animal em questão (tal conceito já foi encontrado por antropólogos também em diversas outras culturas indígenas ao redor do mundo). Já na Ásia, mais precisamente no folclore turco, encontramos uma visão ligeiramente diferente do mito: Os shamãs da Ásia Central, após um árduo e longo ritual, são capazes de se transformar numa forma de lobo humanoide chamada Kurtadam (como os lobos têm caráter totêmico para o povo turco, Shamãs capazes de realizar este feito eram os mais respeitados).

No Brasil existem versões diferentes do mito dependendo da região. Numa dessas versões, o sétimo filho, numa sequência de filhos homens, tornar-se-á um lobisomem (o inverso – a sétima filha de uma sequência de mulheres – às vezes está relacionado com o mito das Bruxas); em outra, o lobisomem se transforma toda meia noite de sexta-feira, onde passa a madrugada procurando por sangue para, ao amanhecer, voltar a ser humano novamente. Aqui no Brasil as lendas de Lobisomens são muito fortes até hoje, especialmente em cidades pequenas e áreas rurais, onde se descrevem muitos avistamentos e encontros com tal criatura.

Curiosidades:
- A forma mais conhecida de se matar um lobisomem (com uma bala de prata), surgiu possivelmente do mito da Besta de Gévaudan, de uma área histórica da França, onde lobisomens que se alimentavam de homens aterrorizaram a região de 1764 a 1767. As lendas dão conta que os ataques pararam quando um lobo de cerca de 80 cm foi morto por um caçador de lobisomens “profissional”. No entanto, outros ataques surgiram em outra região, e as lendas dão conta que esta segunda besta foi morta por um caçador local usando uma bala de prata fabricada por ele próprio;
- Entre as diversas origens para o surgimento do mito do lobisomem estão a existência de raças de lobos muito maiores que os conhecidos atualmente (que possivelmente tenham sido extintos por conta de sua caça) e duas condições hoje bastante conhecidas na comunidade científica: A Licantropia, uma rara síndrome psiquiátrica na qual a pessoa afetada sofre a ilusão de poder se transformar, ou de fato ter se transformado, em um animal, ou que tal pessoa é, de alguma forma, um animal (em geral um lobo), e a Hipertricose, uma condição caracterizada pelo crescimento anormal de pêlos no corpo (não por acaso chamada também de Síndrome do Lobisomem). Muitos historiados consideram também que tanto as lendas dos lobisomens quanto a dos vampiros surgiram para explicar os assassinatos seriais das respectivas épocas. Esta teoria é sustentada por Modus Operandi usados por assassinos seriais hoje em dia, como canibalismo, mutilação e ataques cíclicos;
- As lendas de lobisomens tem conexões curiosas com os vampiros. Até antes do século XIX, os gregos acreditavam que corpos de lobisomens, se não fossem destruídos, poderiam retornar à vida como vampiros em forma de lobos ou hienas para beber o sangue de soldados moribundos;
- Em algumas versões (inclusive algumas versões brasileiras), o fogo é descrito como forma de matar um lobisomem.


Na próxima Madrugada:
Das lendas para a ficção. Na próxima semana, a lenda segue em Maldições – Histórias.

Noite de Autógrafos com Danilo Beyruth

Momento Uarévaa
Por Marcelo Soares


Sim, essa é mais uma noticia de uma noite de autográfos de uma quadrinhista brasileiro em João Pessoa para um público que não é daqui e provavelmente não irá vir acompanhar. Mas quem se importa, tô fazendo para me mostrar mesmo e dizer: "vou ter um autografo de Bando de Dois do Beyruth e conhecê-lo pessoalmente e você não".



No próximo Sábado, 04 de dezembro, das 18h às 21h, acontece na loja de quadrinhos Comic House, em João Pessoa/PB, a noite de autográfos do desenhista e roteirista Danilo Beyruth. Na ocasião estarão a venda exemplares da HQ, romance gráfico que mostra o clima dos faroestes spaghetti italianos. Na história, os dois últimos sobreviventes de um bando de vinte cangaceiros partem em busca das cabeças decepadas de seus companheiros, preparados para enfrentar um exército.

Segundo o release oficial do evento, "Danilo faz quadrinhos desde 2007, quando começou a publicar por conta própria seu personagem Necronauta. Desde então, participou de algumas antologias de destaque, como o sucesso indie Jesus Hates Zombies, e da Popgun 3, da editora americana Image, vencedora do prêmio Eisner 2010 como melhor antologia. Também foi indicado diversas vezes ao prêmio HQMix".

Bem, o Uarévaa já tem uma relação intima (uia) com o Danilo, temos dois, eu disse dois, podcasts com ele; uma ótima resenha de Bando de Dois feita pelo Freud e até coisas pequenas como o anúncio sobre o site da HQ. Entonces, se você estiver por essas bandas daqui e quiser conferir o talento nacional desse amigo (mais do Freud do que meu pelo que sei hehe) venha a noite de autográfos, pois eu estarei lá para conhecer pessoalmente o camarada Danilo e adquirir minha HQ de faroste nordestino!

Serviço:

O que: Noite de Autógrafos com Danilo Beyruth, lançamento de Bando de Dois
Quando: 04 de dezembro de 2010, das 18h às 21h.
Quanto: Entrada gratuita.

Bando de Dois
Formato: 21 x 28 cm, preto e branco
Zarabatana Books
R$ 40,00


Comic House
Telefone: (83) 3227.0656
Email: comichousevendas@gmail.com
Endereço: Avenida Nego, 200, Tambaú (João Pessoa-PB)
Twitter: @Comic_House

Correr ou morrer ... com a Pin!!

Correr ou morrer – James Dashner


Oi queridos, hoje eu venho aqui pra fazer um review diferente de todos os que eu já fiz... Há algum tempo que ando desanimada com o universo DC/Marvel , nunca fui fiel a herói algum e as series mensais estão fraquíssimas me fazendo desanimar cada vez mais de ir até a banca para comprar algo, com isso meu foco de leitura acabou se voltando para um outro lado: Livros.

Sempre gostei de ler e tenho como meu livro de cabeceira o poderoso “Divina Comédia” que eu amo desde meus 15 anos de idade, mas recentemente li um livro que foi uma das únicas coisas que me empolgou o suficiente para compartilhar com todos vocês.

Confesso que nunca tinha reparado nesse livro nas minhas idas a livrarias, mas num certo dia dei de cara com ele, gostei da capa, da historia do livro e resolvi levar. Demorei um pouco pra me dedicar a leitura dele e quase desisti de começar a ler. E depois de 4 dias de suspense, terror, tristeza e muitas emoções eu venho aqui hoje pra dizer que “Correr ou Morrer” é um dos melhores livros que eu já li na minha vida.

O livro começa com um garoto, na escuridão, lembrando apenas que seu nome é Thomas. Quando a escuridão passa, ele percebe que estava numa caixa e que ela, agora aberta, o levou para um lugar repleto de garotos... “Bem vindo a Clareira, fedelho!” é a única coisa que ele escuta.

Na história, Thomas agora faz parte dos Clareanos, um grupo de garotos que assim como o personagem principal, lembram apenas do próprio nome e que moram como uma comunidade em uma grande Clareira, um lugar cercado por imensos muros de pedra e com imensas portas que levam à um labirinto sem fim.

Dia após dia, ano após ano a rotina é sempre a mesma: mantimentos abastecidos a cada semana, cada clareano cumprindo sua obrigação, um novato a cada mês e garotos que correm pelo labirinto todos os dias tentando encontrar uma saída e voltando sempre antes do anoitecer quando as grandes portas se fecham para proteger os clareanos dos horrores que vivem no labirinto.

Mas tudo muda quando apenas um dia após a chegada de Thomas, outro novato chega, mas dessa vez é uma garota, a primeira desde que a Clareira foi criada e ela trás consigo uma mensagem: “Ela é a última, Tudo vai mudar!”. Thomas agora é o principal culpado pelas mudanças na clareira e em meio a desconfiança e medo, tem de provar para todos que é digno de confiança e entender porque aquele lugar é tão familiar para ele.

Num Ritmo empolgante e recheado de reviravoltas, o livro nos apresenta a um thriller fascinante com o qual eu ri, roí as unhas, chorei e vibrei . Eu recomendo demais, vale a pena.

Nota 10

Espero que tenham gostado...

Ate a próxima... Beijinhos...

Pin!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Podcast Uarévaa #22 - CHAVES


Isso, isso isso...

Nesse pod, Rafael, Marcelo, Zenon, Vini e Skrull vão da Vila até Acapulco, tomam suco de tamarindo e caçam churruminus num bate papo saudosista (ou não) sobre o maior sucesso do México: Chaves.

E no Momento Uarévaa, revelações bombásticas!!

- A morte do Skrull!!

- A identidade do novo MDM, o Triplo!!

- A verdade sobre o Ranger Azul!!

Ouçam e sigam-me os bons!!





(Clique na imagem com o botão direito do mouse
e depois em "Salvar link como..")


Clica ai pra assinar o RSS e passar a receber
o Podcast Uarévaa "tomáticamente"!!


E agora tamo até no iTunes, rapá!!!





Comentado no Podcast

- Post do Moura em Série sobre Chaves: AQUI

- Seu Madruga - Uma História de Vida



- Chaves, Uma analogia da América: AQUI

- 50 coisas que aprendi assistindo Chaves: AQUI


Comente ai no post ou mande seu e-mail (contato@uarevaa.com) com críticas, elogios, sugestões, cagações de regra e tudo mais sobre nosso podcast!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

30 Dias de Noite: Dias Sombrios - O Filme


Uaréview
Por Monitor

30 Dias de Noite é ainda uma das melhores HQs de terror que sairam nesta decada, e apadrinhada pelo grande Sam Raimi ela chegou em toda sua glória nos cinemas no filme de 2007, se tornando também cult dentro do gênero cinematográfico de horror. Agora esse ano saiu a sequência direto para dvd e blu-ray, e como ela se saiu, bem ou mal?


Antes de mais nada, vamos a historia do filme: Depois dos acontecimentos em Barrow, Stella (agora vivida por Kiele Sanchez) escreveu um livro e viaja ao redor dos States mostrando a verdade ao mundo: que vampiros existem e foram responsaveis pelas mortes na cidade do Alaska. O misterioso informante Dane (Ben Cotton) manda sua equipe tática composta por Paul(Rhys Coiro), Amber(Diora Baird, absurdo de mulher) e Todd(Harold Perrineau) para que junto com Stella achem Lilith (Mia Kirshner), a rainha dos vampiros, e a acabem de uma vez por todas.
A fotografia permenace fortemente com o pé na grapic novel, mudando o branco, preto e azul escuro do filme/HQ anterior para um tom mais alaranjado e sujo desta segunda parte. Os vampiros não mudaram, continuam no estilo decadente mas com poder e influências fortes com seres humanos, além de todo lado animalesco, que os faz prender humanos como carnes em açougues. Falando neste lado animal, é interessante ver como as armas desse filme são ultilizadas a medida que eles se rebaixam ao nivel de brutalidade dos vampiros, ou seja, a experência que Eban teve no final do 30 DdN é agora transferida pra varios personagens.
Agora em relação as atuações, as mulheres roubam a cena. Kiele Sanchez melhora na medida que o filme avança, Diora Bard está um amor nesse filme como a revoltada Amber e Mia Kirshner usa Chrispother Lee como inspiração para sua Lilith, que não é necessariamente foda, mas funciona muito bem. O drama dos personagens não é deixado de lado, e é bem ultilizado como amplificador das cenas gore.Como o diretor disse, "hoje em dia mostrar sangue por mostrar não assusta ninguem, então toda a tensão na cena está nas ações que levam até o sangue."
A posição de Stella nesse filme é de alguem que perdeu tudo e se tornou uma pessoa que se nega a ter sentimentos, alguem que tem saudade de sua cidade natal, mas vê sua missão como a unica saida não só para sua idade ter paz mas pro seu interior tentar esquecer a perda do marido. Com o encontro de pessoas que também sofreram perdas nasmãos de vampiros, se aproxima de Paul e se permite ser "tocada" (numa cena de sexo muito bem conduzida) e voltar a sentir alguma coisa, mesmo que aquilo não seja 100% amor, e sim para preencher o vazio deixado por Eban.
O novo diretor do filme, Ben Ketai, escreveu o filme junto com Steve Niles, e fez um trabalho competente, mesmo que a adaptação deixe as coisas um pouco condensadas tornando tudo meio acelerado. Faz um certo tempo que eu li a revista, mas parecia que a policia tinha um papel bem mais importante na trama, no caso do filme representado por Norris (Troy Ruptash), que tem seus momentos de glória. Acaba sendo uma sequência inferior ao primeiro filme, mas mesmo assim um produto final positivo com seu valor e que respeita no possivel a obra original.

NOTA:7,0

PS: Este post é em homenagem a Ingrid Pitt, musa dos filme da Hammer que morreu essa terça feira. Ela fez alguns classicos do gênero como The Wicker Man,Countess Dracula e Carmilla, a Vampira de Karnstein, além de Dr Who e When Eagles Dare com Clint Eastwood.

Outro Lembrete: Aproveitem e relembrem o primeiro filme aqui!

Drink por Rafael Coutinho


 Contar histórias seqüência através de quadrinhos em uma página em branco é o que normalmente se caracteriza como História em Quadrinhos, seja ela com balões de fala, legendas ou não. Porém, o quadrinhos com o passar dos seus anos foi cada vez mais invadido por uma grande dependência do texto em detrimento do desenho, isto é, de uma necessidade por parte de autores em explicitar fortemente as cenas e sensações através da escrita ocorrendo muitas vezes um problema comum em telenovelas ou alguns seriados: a redundância ou o simples uso de falas de efeito.

Não é algo comum vermos nos quadrinhos, e ainda mais nacionais, estórias puramente visuais, e que, mesmo assim, conseguem passar sua mensagem, serem interessantes e divertidas. Por isso que merece um brinde o desenhista, e também roteirista, Rafael Coutinho (aquele de Cachalote e também filho do Laerte) por sua empreitada em Drink.


Drink é uma história de um encontro etílico e da vida de duas pessoas a voltas com seus vazios e suas buscas, regadas a boa bebida e exóticas aventuras. Em resuma, definir não adianta, tem que se ler. A revista foi publicada pela editora Barba Negra em novembro de 2010, especialmente para a Rio Comicon, custando R$ 10 (bem cara se levar em conta o número de páginas, se levar em conta o acesso, o trabalho independente e afins, nem tanto). Segundo Rafael Coutinho, em estrevista a coluna Gibizada do jornal O Globo:

“Drink” faz parte de um projeto de fazer histórias sem texto. Depois da minha HQ, saem as do Caeto, do Sica, do Elcerdo e do Gisé. A idéia, depois, é reunir tudo em um livro, que será publicado pela Barba Negra

Com uma narração ágil e bons desenhos, Coutinho desenvolve em uma história curta de 8 páginas um momento da vida de dois personagens. Ler Drink, assim como quando li Quadrinhofilia, me fez pensar como temos pouco espaço no mercado para histórias fechadas curtas, daquelas que se lê rapidinho numa fila, no ônibus ou no trono de rei de um banheiro. E quando temos algo legal assim é difícil o acesso, tendo que ser comprado pela internet, como a boa Café Espacial.

Por enquanto Drink só será vendida em eventos que o autor participar, enquanto não sai o livro, se você tiver a oportunidade de lê-la eu recomendo.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Nostalgia Animada


Como nessa semana eu não vou conseguir fazer minha coluna semanal, o Tira de Letra, resolvi falar sobre outro assunto por aqui. Desenhos animados!
Pra ser mais específico, sobre o desenho Doug, que conheci lááá na década de 90.
Quem sabe, se o assunto animar os leitores do blog, podemos fazer até um revezamento por aqui e criar uma coluna semanal sobre desenhos animados da nossa infância!
O que acham?




Doug era uma série animada que eu costumava assistir direto! Curtia muito!
Ela passava na época na TV Cultura, por onde eu a conheci, porém ela é do canal Nickelodeon e ficou no ar de 91 à 94. Estrelado por um garoto de 11 anos chamado Doug, que sempre viajava na maionese nas suas histórias, o desenho foi originado de um livro chamado "Doug Got a New Pair of Shoes", do artista e criador da série Jim Jinkins e do escritor Joe Aaron. O mais engraçado é que esse livro nunca foi publicado!
Aqui no Brasil, depois da TV Cultura, Doug passou a ser exibido no canal do muito louco, Senor Abravanel (SBT) e posteriormente, na Band. Ele voltou pra Cultura em 2009, mas acredito que não alcançou o sucesso da época.
Doug chegou a ser produzido em 1996 pela Disney, que deu continuidade aqueles que eram produzidos pela Jumbo Pictures, mas não eram episódios muito bons não.
Doug (da época da Nickelodeon) tinha elementos bem legais pra um desenho na época, era sincero e não apelava para recursos tecnológicos para deixá-lo mais bonito na tela. Esse era o charme do desenho. Era meio tosco, mas as histórias eram bem legais, com roteiros bem bolados. A música de abertura é inesquecível e alguns sons vocais durante o desenho faziam com que ele ficasse bem original.
Claro que quando Doug ou Skeeter, seu parceiro de aventuras, resolviam cantar era triste! As músicas eram muito ruins! Mas acho que isso é que dava graça ao desenho!
Ou você não lembra do "Ôiôô, Mingau Matadoooor!" da banda preferida de Doug, The Beets!
O Homem Codorna, um super-herói que o personagem imagina em alguns episódios, foi baseado no super-herói que o próprio criador da série imaginava quando era pequeno!
Doug vivia em Bluffington com seus pais, sua irmã que sonhava em ser atriz Judy e seu cachorro Costelinha. Era apaixonado por Patti Maionese, uma dessas meninas inteligentes e gente finas que qualquer garoto da idade de Doug torceria para conhecer! Seu melhor amigo era o Skeeter Valentine, fã dos Beets e do super-herói Mosquito Prateado, costumava sempre dizer "Ho-Ho" e "Legal, cara!" à cada 5 frases. Os dois sempre tinham que enfrentar o valentão da escola e do bairro, Roger Klotz, um punkzinho que sempre atormenta a molecada!
Vi esse "trailer" no YouTube e achei bem maneiro. Bem que podiam mesmo fazer um curta mais bem produzido com o personagem. Os fãs do garoto narigudo não iam reclamar...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Akira Efron NOT!!!


Hoje o Thiago MC nos manda mais um post, quer dizer... ele mandou semana passada mas .. Bom, atrasou mas tá ai!!

Mande o seu post tambem!! Prometo não demorar tanto a postar os próximos (acredita quem quiser, ok?).  Envie DJÁ seu texto e imagens pro "De fora da panela", através do e-mail contato@uarevaa.com.

Opa... e ae pessoal do Uarévaa, tranquilos até então? Pois bem, vortei para mais uma matéria de anime e mangá procêis.


Seguinte, a semana retrasada teve um bafafá danado que Zac School Musical Efron ia ser o Akira na versão americana do clássico do cyberpunk de Katsuhiro Otomo.



Só que para o bem de todos inclusive o meu, o site Gossipcop conseguiu arrancar de um dos irmãos Hughes (responsável pela direção do filme) a informação garantindo que o papel não foi oferecido ao Efron e nem irá, tornando a informação mais uma farsa envolvendo o filme.

Só a participação do Morgan Freeman que não foi dito nada a respeito. Será que irá rolar o nosso velho Morgan ex-FBI do filme RED no papel de Coronel Shikishima?

Ah... um videozin pra yous:



Fonte: ANMTV

P.S.: Antes de encerrar de vez tenho três coisas a dizer:

- Continuem comentando em minhas matérias adorei ler várias reações diferentes tanto que meus amiguinhos da escola ficaram sabendo que postei no Uarévaa, hauHAIUahihIUAHIha!!!

- Acessem o Santo Thiago também que está cheio de coisas boas (tá, forcei agora mas vão lá mesmo assim).

_ Não... não sou o Ultra do MdM!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Moderno Prometeu

“Você busca por conhecimento e sabedoria, como um dia eu fiz; e eu ardentemente espero que a gratificação de seus desejos não sejam uma serpente a morder você como a minha foi.”
Frankenstein





Tema Macabro:




Um dos aspectos mais peculiares do ser humano está em sua capacidade de compreender a natureza e explicar a realidade. Tal capacidade nos distanciou significativamente dos outros animais, fazendo de nós capazes de criar coisas que até séculos ou décadas atrás teriam sido impensáveis. Estas inovações e descobertas surgem de forma cada vez mais rápida, ficando difícil para o homem comum acompanhar e compreender a evolução da ciência. Talvez por isso a capacidade de ciência de criar vida, seja a partir do que é vivo (clonagem, células-tronco) ou até a partir daquilo que não é (inteligência artificial), nos faz temer pelo que o futuro nos reserva. Poderemos um dia descobrir os mecanismos de produção da vida e vencer a morte? Conseguiremos criar vida a nosso bel prazer, seja para nossas necessidades ou apenas porque podemos? E mais importante, isso é certo?

A intenção e vontade da humanidade de “brincar de deus” não é nova e sempre causou tanto fascinação quanto medo. Mas aquilo que no passado eram preocupações apenas da literatura ou do cinema são questões éticas reais nos dias de hoje. Talvez por isso tais temas deveriam ser muito mais relevantes hoje do que em qualquer outra época. E é por isso que Frankenstein até hoje pode ser considerada uma história atual.

Frankenstein ou O Moderno Prometeu, criação de Mary Shelley, esposa de Percy Bysshe Shelley, grande nome do romantismo e influenciador do ultrarromantismo brasileiro (que tinha como um dos principais representantes Álvares de Azevedo), é um livro publicado pela primeira vez em 1818 e que conta a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que, obcecado surgimento da vida, desvenda os segredos da criação e constrói em laboratório seu próprio ser vivo, criado artificialmente. Quando o monstro acaba escapando do laboratório e chegando à cidade, causa pânico nos seus habitantes.

O romance possui uma “narrativa moldura” (onde uma história contém outra), cuja história é revelada através de cartas escritas pelo capitão Robert Walton para sua irmã enquanto ele está ao comando de uma expedição náutica que busca achar uma passagem para o Pólo Norte. O navio, sob o comando do capitão Walton, fica preso quando o mar se congela e a tripulação avista a criatura viajando em um trenó puxado por cães. Quando o mar se agita, liberando o navio avistam o moribundo doutor Victor Frankenstein em uma balsa de gelo. Ao ser recolhido, Frankenstein passa a narrar sua história ao capitão Walton, que a reproduz nas cartas à irmã.

A história trata bastante das relações criador/criatura, sobre a queda do homem e sua capacidade de manipular a natureza, trazendo discussões obviamente religiosas e míticas aos leitores. Isto fica claro no nome original do livro, que remete ao mito Grego de Prometeu, o Titã que roubou o fogo dos Deuses e deu aos homens a superioridade sobre outros animais. Tais temas são relevantes até hoje, e não é à toa que a história ganhou muitas adaptações em várias mídias.

A primeira adaptação significativa de Frankenstein foi feita em 1910 por Thomas Edison (sim, o inventor), sendo seguida por Life Without Soul, em 1915, que mostra um Frankenstein dos dias modernos tentando criar sua versão da criatura clássica. Também se sabe de um filme Italiano em 1920, chamado “O Monstro de frankenstein”. Mas as adaptações mais conhecidas pelos entusiastas do cinema de terror são os filmes da Universal que imortalizaram o ator Boris Karlof como o monstro, Frankenstein (1931), Bride of Frankenstein (A Noiva do Frankenstein, 1935) e Son of Frankenstein (O Filho do Frankenstein, 1939). Além disso, a Universal ainda produziu mais 5 filmes com o personagem (mas que não contaram com Boris Karloff como o monstro).





A Grã-Bretanha também teve sua série de adaptações do romance. A produtora Hammer produziu 7 películas protagonizadas pelo personagem, sendo que o primeiro deles, The Curse of Frankenstein (A Maldição de Frankenstein, 1957) protagonizado por Christopher Lee (um dos arroz de festa dos clássicos de terror).


Podemos destacar também obras como Frankenstein de Mary Shelley, de Kenneth Branagh (que até hoje divide críticos), O Jovem Frankenstein, paródia de Mel Brooks com Gene Wilder no papel de um Cientista chamado Frederick Frankenstein e o clássico oitentista Deu a Louca nos Monstros, que trouxe uma visão mais simpática, mas fiel do monstro. Há ainda diversas outras produções, tanto no cinema como em outras mídias, como quadrinhos, games e séries de TV, isso sem contar as diversas adaptações inspiradas pela história. Nos quadrinhos, o fantástico Bernie Wrightson (Monstro do Pântano) deu sua contribuição ao produzir uma versão da obra nos anos 80 (que foi publicado pela Marvel Comics e posteriormente reimpresso como um encadernado pela Dark Horse).



Frankenstein é, junto com os vampiros e os zumbis, um dos monstros mais icônicos da ficção e sua história até hoje é relevante, justamente pelos temas que trata, mais atuais do que nunca.

Curiosidades:

- Mary Shelley escreveu O Moderno Prometeu quando tinha apenas 18 anos;
- A história de Frankenstein surgiu numa noite de conversas entre ela, Percy Bysshe Shelley (de quem a atora na época era amante) e Lord Byron (outro influenciador do ultrarromantismo), onde os 3 buscavam criar a história mais assustadora que conseguiam. Quando Shelley teve a ideia, queria fazer um conto, mas com o incentivo de seu marido, ela expandiu a história para o romance que posteriormente foi publicado;
- A primeira edição do livro foi publicada anonimamente em Londres; apenas na segunda edição, publicada na França é que Shelley passou a ter seu nome creditado à obra;
- Ao contrário do que muita gente pensa, Frankenstein não é o nome da criatura, que no romance original de Shelly nunca fora nomeado. Ele só passou a ser conhecido por esta alcunha (não por acaso o sobrenome do cientista que o criou) após o filme de 1931 com Boris Karloff;
- Frankenstein foi criado no ano de 1816, que também é conhecido como O Ano Sem Verão, no qual anormalidades climáticas severas do verão destruíram plantações na Europa Setentrional, no nordeste dos Estados Unidos e leste do Canadá;
- Nas obras de Isaac Asimov, existe uma fobia Chamada Complexo de Frankenstein, que é o medo de robôs e/ou máquinas que se assemelham a humanos (androides);
- Bizarro, um dos inimigos do Superman foi criado pelo escritor Otto Binder na Era de Prata dos Comics como uma versão pastiche do monstro de Frankenstein;
- Entre as influências da autora para o seu romance estão duas obras poéticas: Paraíso Perdido, de John Milton e The Rime of the Ancient Mariner (O Poema do Antigo Marinheiro, sem tradução em português), de Samuel Taylor Coleridge (este último também inspirou a criação do antiheroi da Marvel Comics Namor).


Na próxima madrugada:
Outra das criaturas mais icônicas e antigas do terror tem suas origens reveladas. Na próxima semana, Maldições - Gênese.

A Rede Social (2010)

Uaréview
Por Marcelo Soares


Em 4 de fevereiro de 2004 entrou no ar um site de relacionamentos feito para alunos de Harvard fundado por Mark Zuckerberg e o brasileiro Eduardo Saverin. No final do seu primeiro mês, mais da metade dos estudantes não-graduados em Harvard foi registrado no serviço. Em seis anos de funcionamento o site chegou ao número de 400 milhões de usuários, tornando Mark um dos bilionários mais jovens do mundo.

É essa história de sucesso, intrigas, brigas e processos que  A Rede Social (The Social Network, 2010), filme dirigido por David Fincher (Clube da Luta, Seven), traz, mostrando como um nerd em seu apartamento bagunçado mudou a forma de como as pessoas se comunicam no mundo virtual. A história do Facebook.



O filme é baseado no livro The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich, que conta os bastidores da criação do maior site de relacionamentos do mundo. Apesar disso, a obra de Fincher não foi apoiada pelo Facebook e seu diretor-executivo e co-fundador Mark Zuckerberg, apesar do roteiro ter sido mostrado para os sócios da empresa e algumas edições terem sido feitas.

No elenco vemos nomes como Jesse Eisenberg (Mark), Andrew Garfield (Eduardo), Brenda Song (Christy Lee) e Justin Timberlake (Sean Parker, co-fundador do Napster e primeiro presidente do Facebook), todos com boas atuações dentro de uma história empolgante e tensa.

David Fincher conseguiu dar uma cadencia ao roteiro, muito bem amarrado por sinal, de uma forma muito peculiar, isto é, dando um ritmo que conversa com sua temática. Para um filme que fala da velocidade da internet e da expansão de um site, somos jogados em cenas rápidas – seja em diálogos ou na edição – e vemos um jogo de não linearidade da história.

Ao invés de contar tudo desde o começo e só no final falar sobre os processos que o protagonista sofreu, ele usa as audiências dos processos, ao mesmo tempo, como linha narrativa para contar o passado, como um hyperlink nos conectando a novas informações.

A Rede Social me lembrou muito o contexto de outro filme: Piratas do Vale do Silício, de 1999. Baseado também em um livro, Fire in the Valley: The Making of The Personal Computer, de Paul Freiberger e Michael Swaine, Piratas... é um filme feito para televisão pela TNT e mostra o nascimento da era da informática doméstica, desde o primeiro PC, através da rivalidade entre a Apple e a Microsoft. Nas duas obras podemos ver o quanto se tem por trás da construção de megaempresas e como as cifras e velocidade dos negócios mudaram da época do silício para o tempo do ponto com.

Conseguindo equilibrar o lado corporativo com o pessoal, Fincher traz uma epopéia moderna sobre dinheiro, sucesso e tudo que ele pode trazer para mentes juvenis e seus relacionamentos. Vale tudo para se conseguir um objetivo? E o que é tão importante que justifique se perder?



PS: O filme também mostra que maioria das coisas é culpa das mulheres, mesmo quando elas não sabem (ou querem) movem as rodas do mundo.

PS2: Para quem quiser saber mais sobre o facebook algo legal é a entrevista de Mark Zuckerburg no Especial MTV A História do Facebook.