A última parte dessa série sobre censura na verdade foi à matéria de quarta feira passada, mas isso é um segredo que fica somente entre nós. Só estou escrevendo essa matéria por que prometi aos meus cinco leitores que um dia contaria minha opinião sobre a sexualidade do Batman, como vou tocar no assunto, vou incluir também o Super Homem e a Mulher Maravilha no meio da putaria.
Antes de difamá-los, vamos apresentar os personagens começando pelo Super Homem. Criado no finalzinho da década de 30, quando o imaginário popular viajava para novas fronteiras, a ficção estava em alta, os americanos começavam a se recuperar da crise de 29 e Joe Quesada ainda não tinha nascido, os gibizinhos tinham o mesmo preço que uma balinha, não existia videogame e nem putaria na tv, aliás, nem televisão tinha! Ou seja, a molecada se esbaldava com os quadrinhos! Em meio a essa quinzumba toda, Super Homem foi criado calcado no mito do alienígena fodão que viviam em meio aos terráqueos e os ajudava. Os ETs não era inéditos pois Buck Rogers e outras séries da época exploravam bem esse filão, mas era a primeira vez em que se explorou o fato de um desses seres defender a humanidade em vez de tentar domina-la. Todo mundo conhece a origem do personagem, mas poucos sabem que inicialmente ele foi criado para ser um vilão alienígena malvadão e sacana. Em suma, o primeiro super herói do planeta surgia na figura do homem idealizado, o ápice da perfeição física, mental e moral. Outros se inspirariam em seu exemplo, surgindo os super heróis.

Batman também foi criado nessa era de ouro dos quadrinhos onde só a imaginação era o limite. Inspirado pelo Sombra “aquele que sabe o mal que se esconde no coração dos homens”, inaugurava o herói trágico que havia perdido os pais em um brutal assalto, o jovem brucinho passa a dedicar sua vida para lutar contra o crime. Como foi dito na matéria sobre parceiros mirins, Robin foi introduzido nas histórias do morcego para suavizar e humanizar suas histórias, consideradas densas demais pelos editores da época. Para se ter uma noção, o personagem era muito parecido com o Justiceiro de hoje: pregava bala nos criminosos sem dó! Surgia então o primeiro parceiro mirim da história dos quadrinhos. Outros se inspirariam em seu exemplo, surgindo os perceirinhos mirins.

Agora a Mulher Maravilha vai dar trabalho! Criada pelo psicanalista Willian M. Marston primeiramente em sua tese acadêmica, depois transcrita para os quadrinhos após seu criador perceber o grande potencial educacional das histórias em quadrinhos. Além de ser a primeira heroína da história em uma época que o patriarcado imperava, também foi a personagem mais bem construída psicologicamente e cheia de segundas intenções. Seu criador era um pervertido safado que comia sua estudante Olive Byrne com o consentimento da esposa Elizabeth Holloway, aliás, a personagem nasceu inspirada nessas duas mulheres que se gostavam muito. Era pagã, grega, originária de uma ilha paradisíaca que só tinha mulheres e pregava claramente a supremacia feminina. Aliás, em suas histórias ela deixava os homens submissos pelo seu laço da verdade, de corpo, mente e alma! Suas histórias eram regadas com conotações muito da safada, principalmente quando apareciam outras amazonas que adoravam se enroscar umas nas outras em lutinhas e também simular escravidão, duvida? Olha a imagem abaixo!

Marston tinha a intenção clara de recriar a sociedade matriarcal em detrimento do patriarcal machista em que vivemos até hoje. Acreditava que "A única esperança para a paz é ensinar ás pessoas que estão plenas de energia e força de vontade, que gozar é o limite... Só quando o controle de si por outros é mais agradável que a afirmação de si próprio em relacionamentos humanos podemos esperar uma sociedade humana pacífica e estável... Dar-se a outras pessoas, deixar-se controlar por elas, submetendo-se a outras pessoas, talvez não possa ser agradável sem um elemento erótico forte. Por isso a Natureza nos dividiu em dois sexos opostos: para encontrarmos o Paraíso um no outro".
Sua Mulher Maravilha tinha muitos elementos que não pode ser dissociado do sexo ou mesmo taxado de não intencional já que o autor era erudito e pregava claramente isso em seus trabalhos. Foi além da primeira Super Heroína, a primeira personagem famosa criada através de uma perversão sexual! Quando Whertam fala da Mulher Maravilha sem eu livro, diferente do Batman e do super Homem, dessa vez ele acerta tudo! Como assim que livro? Sedução dos inocentes, preta atenção inferno! Em minha humilde e correta opinião, acho até que faltou um pouquinho mais de perversidade da parte dele, afinal só escreveu isso dela:
"A conotação homossexual das histórias da Mulher-Maravilha é psicologicamente irrefutável. Para os meninos, a imagem da Mulher-Maravilha é assustadora. Para as meninas, é um ideal mórbido. Se Batman é antifeminino, a atraente Mulher-Maravilha e suas contrapartes são definitivamente antimasculinas. A Mulher-Maravilha tem suas próprias seguidoras femininas. Suas seguidoras são as meninas que gostam de 'festejar', as lésbicas".
Agora para fechar essa trilogia sobre censura, além parar de encher o saco de vocês, vou provar que sempre existe um castigo para vilões: primeiro o autor Martin Baker destrói cada uma das teorias absurdas de Wertham no livro A Haunt of Fears (1984), mais tarde o próprio autor de sedução dos inocentes refutou suas acusações e até defendeu os super-heróis, dizem inclusive que o próprio psiquiatra teve relações homossexuais na adolescência, provavelmente por isso se dedicou ao seu homofobismo sensurático por falta de coragem de se assumir campineiro. (a coluna é minha eu invento a palavra que eu quiser, cacete!). Ou seja, o Batman não é gay, o super Homem não é onanista, mas a mulher maravilha é sadô.

F.I.M.
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