“Columba livia... O pombo comum.
Não se enganem: Escondida nesse corpo angelical está a alma de um autêntico roedor como vocês, mas, graças à aparência, ele tem uma reputação muito melhor perante a sociedade! Até igreja ele freqüenta!
Entre! Não faça cerimônia. Por detrás dessa silhueta poética sabemos que se esconde um apetite voraz pela podridão...
E vocês, meus amigos ratos, levam toda a má fama e culpa sozinhos. Condenados pelos seus instintos naturais...
Pelos juízes hipócritas que assimilaram muitas de suas características por vontade própria...”
É difícil que algum brasileiro não conheça o nome Zé do Caixão. Apesar de ter ficado fora da mídia por muito tempo, o personagem

O que é uma pena porque Zé do Caixão, quando foi criado, não era nada engraçado. Um homem amargurado, de poucos amigos que assombrava uma cidadezinha conservadora com sua postura ateísta. Um homem que não tinha crenças, e a única coisa na qual confiava era a ciência. Alguém que não respeitava nada, a não ser suas próprias convicções... E as crianças. Sim, porque, segundo sua visão, as crianças são a janela para o futuro. A herança genética que as crianças recebem de seus pais é a única forma de manter um legado vivo. A verdadeira imortalidade, segundo o próprio Zé do Caixão, é o sangue. Por isso ele passa seus dias conduzindo experimentos em busca de encontrar a mulher ideal, aquela que lhe dará o filho perfeito.
Quem não conhece muito a fundo Zé do Caixão pode se surpreender com esse perfil descrito do personagem. Isso porque, hoje em dia, Zé do Caixão se tornou um personagem atrelado de certa forma ao próprio sobrenatural do qual nunca acreditou. Talvez por isso o personagem hoje tenha se tornado quase uma caricatura do que já foi.
Zé do Caixão surgiu pela primeira vez em 1063, na produção “À

Deu muito certo, tanto que o personagem ficou muito popular e participou de outros filmes, programas de TV e histórias em quadrinhos. Mas a principal trajetória do personagem se encontrava em dois filmes: À meia-noite levarei a sua alma e a sequência, À meia-noite encarnarei no teu cadáver. Mojica pretendia produzir um terceiro filme que fechasse a trilogia, mas nunca havia conseguido levar a idéia adiante, até recentemente.
Mais de 40 anos depois de À meia-noite encarnarei no teu cadáver, o autor finalmente

40 anos é um bom tempo, e muita coisa acontece em tantas décadas. É uma vida inteira, na verdade. Mojica entendeu isso, e então decidiu voltar, não só para o cinema, mas para outro meio que sempre lhe acolheu: os quadrinhos. Daí surgiu Prontuário 666 – os anos de cárcere de Zé do Caixão, que explora parte desse período de tempo em que o personagem esteve preso, entre o final de À meia-noite levarei sua alma e o começo de Encarnação do Demônio.
Prontuário 666 na verdade se passa quase todo em 1988, onde vemos Zé do Caixão encarcerado, mas aproveitando o “intervalo” em seus planos para conduzir experimentos que possam ajudá-lo em sua cruzada pela imortalidade do sangue.

No caso de Prontuário 666, o que temos é uma história que respeita a mitologia desenvolvida por Zé do Caixão, com todos os seus maneirismos e “clichês”, mas cuja

Os criadores da Hq são Adriana Brunstein (texto) e Samuel Casal (texto e arte), grande artista do circuito. Este último é o responsável pela arte estilizada e perfeitamente adequada para um personagem como este, utilizando-se apenas de técnicas de claro/escuro e uma narrativa sequencial extremamente competente que foge do óbvio.
Uma hq que não tinha muitas pretensões a não ser preencher a lacuna entre o segundo e terceiro filmes do Zé do Caixão, acabou sendo uma história que traz um novo fôlego aos quadrinhos brasileiros e ainda revitaliza o gênero nas hqs, tornando-se um verdadeiro exemplo de quadrinho nacional.
Na próxima Madrugada:
Uma mulher quer muito ter seu filho. Mesmo que ele nasça com um apetite um pouco... Diferente. Na próxima semana, Grace.
3 comentários:
Clássico do cinema nacional!! Zé do Caixão ruleia!! =D
Muito bom.
É algo que eu tenho vontade de ver/ler: os filmes e essa hq do Zé do Caixão.
MOjica éo cara! E encarnação do demonioé bom demais,mesmo com certos estigmas comicos presos nele.E a HQ é maravilhosa,e inclui artes de varios artistas BR no final,vale a pena conferir!
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